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Diário das Sessões do Senado

Ao formular o registo desse lacto, expressa o desgosto que ele lhe causou —desgosto em que, por certo, todo c Senado o acompanha— fazendo, aliás, completa justiça ao zelo, à dedicação <_3 que='que' de='de' no='no' estrangeiro='estrangeiro' ilustres='ilustres' seus='seus' governo='governo' portugal='portugal' dos='dos' atribuída='atribuída' empregados='empregados' seta='seta' do='do' fosse='fosse' representação='representação' representantes='representantes' nos='nos' para='para' terá='terá' dúvida='dúvida' não='não' conferência='conferência' tem='tem' patriotismo='patriotismo' à='à' a='a' diplomática='diplomática' e='e' desenvolvido='desenvolvido' paris.='paris.' estranhar='estranhar' evitar.='evitar.' ao='ao' o='o' p='p' na='na' esta='esta' prestada='prestada' esforços='esforços' acção='acção' homenagem='homenagem' direito='direito'>

Dir-se há, porventura, que se tratava, apenas, das grandes potências, das chamadas principais potências aliadas e associadas. Mas a Bélgica foi representada nessa Conferência, em que tomaram parte dois membros do seu governo, um dos quais, o Sr. Jaspar, Ministro dos Negócios Estrangeiros, assinou o respectivo acordo, juntamente com os altos representantes da Inglaterra, da França, da Itália e do Japão.

Dir-se há, ainda, que a situação especial da Bélgica —o triste jus do seu martírio— permite e assegura a esse glorioso país um tratamento de excepção, ao lado das grandes potências, em tado o que diz respeito a conferências de aliados, como já lhe garantiu o direito de prioridade no tocante a indemnizações. Nada mais justo. Longe do' seu espírito o propósito de o contestar. Mas essa situação de legítimo privilégio existia já em Julho do ano findo, por ocasião da Conferência de Spa, em que se tratou da partilha da indemnização alemã. E, na Conferência de Spa, Portugal teve representação ao lado da Bélgica.,

Portugal foi, mesmo, das chamadas potências de interesses limitados, a única que, ao lado da Bélgica, assinou o protocolo de Spa, que ele, orador, teve a honra de apresentar ao Parlamento, como Ministro dos Negócios Estrangeiros.

• Outros países que intervieram na guerra em condições de destaque, como a Sérvia, a Grécia e a Koménia, hão foram convidados a assinar esse documento histórico.

Ora, tendo sido a Conferência de Paris a consequência lógica, a continuação, o seguimentor por assim dizer, da conferência de Spa —como o chefe do Governo Francês declarou no Parlamento e

como se demonstra, até, pelo texto do artigo 3.° do protocolo desta última— é legítima a sua estranheza ao ver que Portugal, signatário do acordo de Spa, não aparece como signatário do acordo de Paris, consequência lógica, continuação, seguimento, do primeiro. A fOrça de circunstâncias é sempre superior à vontade dos homens.

Prestou já a sua homenagem aos bons ofícios do Governo, ao lado do qual se encontra em todas as questões internacionais, que seria criminoso macular coin a mais leve sombra de política — mas teui o direito de expressar, desassombrada-mente, o seu desgosto em face do que acaba de passar-se em Paris, com a exclusão de Portugal à Conferência dos aliados.

Cumprido este dever de consciência, a que não faltaria fosse qual fosse a situação em que se encontrasse, ao ter conhecimento desse facto, passa a examinar os resultados a que se chegou na Conferência de Paris.

Para se servir do pensamento lapidar do grande homem de Estado que é o Sr. Briand — exemplo de moderação e de firmeza, como expressão de uma souplesse diplomática verdadeiramente modelar—: estabelecer no front da paz a mesma unidade de acção que deu aos aliados a vitória no front da guerra.

Foi isso na verdade o que se conseguiu, limando-se as arestas de um desacordo do processo entre a Inglaterra e á França, com uma superioridade de vistas, com um espírito de tolerância e de transigência, que merece efectivamente o mais caloroso I-tjuvor.

No artigo 3.° do protocolo de Spa, a que tez referência, os Governos aliados tomaram o compromisso da fixação das anuidades a pagar pela Alemanha.

Na Conferência de Paris, esses mesmos Governos fixaram essas anuidades.

De que modo?