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Diário das Sessões do Senado

cão mais forte, mais viril, porque era uma vergonha a. situação em. qnc se encontrava». Isto é inacreditável, meus Senhores !...

Eu creio bem, e V. Ex.as disso não duvidam certamente, de que a armada não precisa quo qualquer Ministro, civil ou militar lhe venha dar elementos do virilidade ou de força.

Toda a gente sabe que foi a marinha, oficiais e marinheiros, quem mais contribuiu para que se implantasse a República em Portugal, tendo a armada tido papel proeminente em todas as datas de que se orgulha o regime e ainda uma acção de heroísmo e de abnegação durante os dks medonhos da Grande Guerra. E para honra da disciplina e da solidariedade que sempre tem havido entre nós e as praças, deve dizer-se que não tem vingado movimento algum de marinheiros quando não encontrem a seu lado os oficiais. (Apoiados).

- Parece-me então, meus Senhores, que seria desnecessário que S. Ex.a se impusesse este papel curioso de vir para dentro da armada só para lhe dar virilidade o energia!... E de que essa energia não faltava, tevê S. Ex.a a prova.

Disse o Sr. Ministro que isto que se passou era um sintoma de degenerescência da nossa sociedade,. frase lapidar que é bem o complemento daquela em que a pouca virilidade da instituição era posta em relevo. S. Ex.a apreciou a corporação como médico; mas errou o diagnóstico. A doença é, felizmente, mais no material que no pessoal.

Trocam-se entre o Sr. Celorico Palma e o orador explicações, .que não se ouviram.

O Orador:—;,Mas como é que S. Ex.a se convenceu de quo republicano e patriota, só havia neste mundo uma pessoa — o Sr. Ministro da Marinha? Visita vários estabelecimentos militares e, segundo afirma, recomendava aos oficiais e marinheiros o amor da corporação, da disciplina, da Pátria e da República!.. . Não é isto, pelo menos, ridículo? Compreende-se, lá que um. Ministro, seja ele quem for, um mês depois de estar de posse do seu lugar, ande por aqui e por além a recomendar o amor da corporação, da Pátria e da República aos oficiais e marinheiros que, durante a guerra, defende-

ram a Pátria e que... fizeram a República!...

E o amor da corporação ?

Não o quis, porém, o Sr. Ministro. E fez mal. Os factos se encarregarão do provar o erro de S. Ex.a

É claro que o Sr. Júlio Martins, procedendo pela forma por que vinha procedendo, incompatibilizando-se com toda a corporação da armada, tinha necessariamente de sair do Ministério. Mesmo, eu devo dizer a V. Ex.as que não compreendo que à testa da corporação da armada esteja um civil que, de mais a mais, logo desde a entrada se pôs em conflito com os oficiais que deveriam servir sob as suas ordeois.

Um civil não conhece nada das necessidades e conveniências, de uma corporação railitar. São todos muito bem intencionados, mas a- verdade é que não podem conhecer da parte técnica do ministério.

:• O próprio Sr. Júlio Martins, quo nos queria disciplinar, a todos nós, como se viu, se fosse lente da Escola Médica, estranharia e até talvez provocasse uma revolução no corpo docente da escola se qualquer ministro se lembrasse de me nomear a mim para director da Escola Médica!

No enitanto, S. Ex.a achava que se en-' centrava bem na situação de Ministro da Marinha. E o resultado foi simplesmente este: serem no seu gabinete todos ministros, desde o chefe de gabinete até talvez ao secretário, dando todos sentenças à marinha, todos se julgando com faculdade para dar ordens ministeriais.

Mas, Sr. Presidente, há uma questão com que S. Ex.a fechou o seu consulado e para a qual eu desejava chamar a atenção da Câmara*,