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Diário das Sessões do Senado

Sr. Presidente: o Sr. Melo Barreto achava que em vez do ministério que está se deveria ter organizado um ministério a que ele chamou nacional.

Ora, eu pregunto, o que é um grande ministério nacional?

Quando em 1914 eu tive a honra de organizír um Governo oxtra-partidário, porque foi? Foi porque os Partidos se tinham tornado irredutíveis e não era possível traze-los a todos para o Governo; -e .aconteceu então, como acontece sempre quando os homens se dividem, cuando eles não conseguem, pelas s-uas mútuas alianças, governar, fazer-se um Governo fora deles. — Ora, a Constituição permito efectivamer.te organizar um Ministério nessas condições.

(iMas ouem não vO que é sempre uma anomalia £, organização de Ministérios que não são estritamente parlamentares, que não são representantes do Parlamento? Só excepcionalmente, nas condições em que nos encontrámos cm 1914, ó quo é lícito constituir um Gabinete assim.

Um Gabinete extra-partidário significa sempre uma incapacidade governativa nos Partidos. Ora bem, os Partidos estão a demonstrar aqui a sua capacidade gover-' nativa.

O Sr. Melo Barreto, querendo apelar para factos recentes de uma nação cu

a pouco íoi levantando-se contra ê6=e Go vêrno e, no momento ein que estava em vésperas do acordo de Paris, abriu uma crise, como que a demonstrar que apenas desejava dar a sua confiança aos seus representantes.

E então constituíu-se um Governo cm que te dos os Ministros são Deputados ou Senadores.

Êsso é que é o grande Governo Nacional, cheio de força, que o Sr. Briand apresentou e que está à frente da França.

O Sr. Presidente:—V. Ex.atcm apenas dois minutos para concluir o seu discurso.

O Orador:—Eu vou concluir, serei breve, como sempre desejo ser.

O Sr. Barreto, nào estando de acordo na organização deste Gabinete, em todo ò caso, acabou por dizer, muito amenamente, que esperava que os actos do Governo pudessem merecer a sua aprovação.

O Sr. Celestino de Almeida, que é. dentro da República, uma da s pessoas que eu mais amo, um dos meus antigos e melhores companheiros o cujos serviços ao regime são extraordinários, declarou, com surpresa minha, que o Governo não se salvava.

,; Então S. Ex.a não quero qne a nação se salve? & Então era a dissolução que havia de salvar o Governo, ou a nação?

No dia em quo eu decretasse a dissolução

Eu combato essa opinião, esse anátema lançado sobre o Governo e sobre os Partidos.

Então os partidos teriam de dizer que há dois anos se não faz nada.

Há dois anos que somos incapazes de levar a ordem às nossas fileiras.

j Há dois anos que eu espero, mas não temos feito mais do que fomentar lu: tas! t