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Diário 'das SessÒeè fdõ Sèndâo

^ E qual seria o ensino que esses homens iriiim ministrar aos professores de instrução primária, cansados aqueles por extenuante trabalho ?

Debaixo do ponto de vista económico, o decreto garantia aos inspectores os ssus vencimentos e as condições necessárias para os serviços que tivessem a desempenhar.

,7 Qual seria o fim que o legislador teve em vista? Seria talvez, isto: —é que as faculdades técnicas estão muito pouco frequentadas, e é provável que só quisesse chamar frequência a Csses cursos. Mas nesse caso, eram os alunos dos Jiceus que para éHes melhor estavam preparados e, portanto, eram os indicados.

Resumindo: os decretos são inexequíveis, e por consequência, eu não os posso cumprir.

Talvez que nós pudéssemos criar cursos anexos às escolas normais, para estudo dos conhecimentos físico-químicos, ao mesmo tempo que o da pedagogia.

Julgo assim ter respondido ao primeiro ponto tratado pelo Sr. Silva Barreto.

Poder-se-ia tratar este assunto com mais desenvolvimento, —e estou certo de que o país só teria a ganhar com isso— mas as circunstâncias de momento não o permitem, a hora vai adiantada e poderemos voltar a tratá-lo noutra ocasião, então mais demoradamente.

Vamos à segunda parte da intcrpela-

A segunda parte da interpolação, diz respeito ao funcionamento^ das Escolas Primárias Superiores do Águeda e Vila Nova de Famalicão.

Essas escolas estão a funcionar ilega-llssimamente.

Eu estudei com todo o'interOsse 6'ste assunto das Escolas Primárias feuperioros. Entendo que o princípio em que se inspirou esse grande cidadão, que é hoje o Sr. Presidenta da República, e em que elas assentam, é um princípio que nós devemos considerar. O pensamento de.s-sàs escolas, é completar a educação elementar sim. mas ao mesmo tempo criando as diferentes secções, como a agrícola, por exemplo. Essas escolas nè,o devem sor escolas de aprendizes, mas de aprendizagem.

Mas, Sr. Presidente, se este era o pensamento fundamental, de aumentar a edu-

cação às criaturas, que não têm os elementos económicos para o fazer, eu digo, no emtanto, que a realização de tal pensamento falhou.

Nomearam-se professores sem se querer saber se haviam os elementos indispensáveis para funcionarem, e se um dia eu vior ao Parlamento expor o que penso sobre estas escolas, nós chegaremos a este caos: é que a maior parte das escolas estào funcionando apenas .com professores, som bibliotecas porque não existem, e com jardineiros sem jard:ns; nós temos estas escolas mas só no'papel, não temos uma realização completa.

Para estas escolas chamou V. Ex.a a minha atenção, as quais foram criadas por um certo e determinado decreto.

Os podoros públicos não atenderam bem a este assunto. Dopois de entregarem as escolas à Direcção Geral da Instrução Pública, oficiou-se para as câmaras municipais para que organizassem os seus edifícios, no sentido dessas escolas funcionaram nesse ano lectivo; houve cS-raaras que alugaram edifífios e insistiram com as inspecções escolares para que fizessem as suas vistorias como determina a lei.

Dopois houve, efectiva monto, um despacho do Ministro, que estava então nesta cadeira, em-que mandou abrir a matrícula para essas escolas.

São despachos com que eu não concordo em absoluto, pois são os próprios professores que vem dizer que se dedicariam ao ensino de graça, ato que a respectiva verba fosse fixada no Orçamento dum modo geral.

Sabo V. Ex.a e a Câmara, que o funcionamento dessas escolas é ilegal, e é imoral que a República tenha professores a trabalhar de graça, e nós sabemos porque eles trabalham de graça, e como se fazem'estes benefícios.

Por coDsoqíiência eu, digo a V. Ex.a que estas escolas estão funcionando ilegalmente. ~~

Vou mandar à comissão do Orçamento os respectivos documentos, a fim de se pronunciar, se deve, ou não, incluir nas verbas do Orçamento a despesa com estas escolas.