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Diário das Sessões do Senado

não podia erj, Senador e oficial da armada deixar de lavrar aqui o meu protesto, protesto em que me julgo acompanhado pela corporação da armada, oficiais e praças. (Apoiados),

Que as praças reprovaram, basta a de-monstrá-Lo o facto que eu já citei de apesar da ordem em contrário, terem os ma-rinhe;.ros vindo para terra a buscar os seus oficiai 3,

Sr o Presidente: em todos etíes movimentos revolucionários, em todo este pântano, vêm à supuração criaturas que só assim conseguem ver o seu nome nas gazetas.

É assim qae eu vejo, com p.asmo, os jornais a repetirem constantemente o nome do capitão-tenente Sr. Proeópio de Freitas, o£eial que já de outra ocasião, quando o Sr. Júlio Martins era Ministro da Marinha, cieixou o seu nome tristemente ligado s fastos de todos conhecidos.

Pois agora,, segundo rezam os jornas, o Sr. Proeópio de Freitas, armado também em ditador da marinha de guerra, iria mais ema vez para bordo do Vasco da Gam® e aís como o Sr. Júlio Martins, estabeleceria o seu quartel general, a fim de efectivar uas certos planos, qce, apesar do tudo, tenho as minhas dú. vidas de que pudesse levar a efeito . . .

Almirante lhe chamavam nas escadas do Ministério do Interior . . .

Entre outras cousas apresentadas em plataforma acs outros revolucionários, diz-se que o Sr. Proeópio de Frerias p?-dia a dissolução do Parlamento! . . .

Ora, Sr. Presidente, se há corporação que deva ter interesso em que o Parlamento n2,o S8"°a dissolvido, é ela a mari-

v '

nhã de guerra.

Tanto oficiais, como praças, têm sido tratados com toda a atenção e com todo o carinho, quer na Câmara dos Deputados, quer no Senado. (Apoiados),,

Eu mesmo —e V. Ex.as o sabem— tenho sido aqui, por várias vezes, intérprete das asp°3raç3es de vários elementos

Eu tenho constatado que em se tratando, nesta ou aã outra Câmara, de assuntos que interessam á corporação a que me honro de pertencer, tanto aos oficiaiEi corno às praças, todos aqui dentro manifestam a melhor boa vontade em os re-aolver a seu contento. E se muitas vezes

o que lhes interessa não é resolvido com 'celeridade, o facto só pode ser atribuído à instabilidade ministerial, às crises constantes em que nos temos debatido, e que íanto têm prejudicado a marcha .normal dos trabalhos parlamentares.

Ê um procedimento im político, Sr. Presidente, e é uma exigência que eu não posso de maneira nenhuma aprovar, esta .do Sr. Procópio de Freitas, oficiai que até hoje ninguém conhecia, vir pedir, em £ome da corporação da armada, a" dissolução do Parlamento, quando é certo que aã Câmara .dos Deputados estão propostas que interessam sobremaneira à armada, sendo uma delas o aumento de vencimentos de todo o pessoal, tanto de oficiais como de praças.

Que lho agradeçam o gesto os camaradas—e são quási todos — que vivem em eondiçOes miseráveis!... E, Sr. Presi-dentef nas propostas há uma que trata exactamente de conceder o aumento de subsidio ao pessoal embarcado.

É uma questão urgente, e para a qual eu. j á chamei a atenção de V. Ex.as e do Sr. Ministro da Marinha. Os navios têm de ir para o mar, o pessoal tem de navegar, cuidando-se da sua instrução o livrando-o ao mesmo tempo deste meio deletério em que se tem encontrado, e que muito prejudica a disciplina. Apesar de opinião em contrário dos Srs. Procópios e quejandos revolucionários, é realmente ao Parlamento que cabe resolver este problema; isto, subentende-se, no caso de não querer que a espada de Damocles lhe caia realmente em cima da cabeça.

Tenho dito.

O Sr. Harculano Galhardo : — Sr. Presidente : na sessão passada, usando da palavra em nome da comissão de finanças, pedi a V. Ex.a que se promovesse, da parte desta Câmara, a discussão sobre umas dúvidas que a mesma comissão tinha relativamente às propostas vindas da Câmara dos Deputados, que estivessem abrangidas na lei travão.

Como o Senado sabe, esta Câmara foi de parecer que em cada caso especial a comissão se devia pronunciar, chamando para isso a atenção do Senado,