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Diário das Sessões do Senado

pósito da proposta que foi enviada para a Mesa pelo meu distinto colega e querido amigo Sr. Júlio Ribeiro.

Eu perísnço a um partido que tem, acima de tudo/uma aspiração: ssr respeitador' da legalidade e ser respeitador da Constituição.

Eu fui informado há pouco do que se tem passado acerca da discussão dessa proposta, porque quando entrei, já ela estava em discussão, e fui também informado de que V. Ex.a tinha posto dúvidas sobre a sua constitucionalidade.

Para mim, bastava V. Ex.a pôr em dúvida a constitucionalidade de uma proposta, para eu imediatamente não a admitir, tal é o respeito de que eu e o grupo político a que pertenço tem por tudo quanto é constitucional.

Respeito pela Constituição, sobretudo.

Se V. Ex.a, Sr. Presidente, e a Cârna-ràv me dãc licença, aproveito também a ocasião de acompanhar estas minhas afirmações pelo laais solene protesto, em nome do meu partido, por todas as mentiras, por todas ;ts calúnias que se invocam contra o meu partido.

Sr, Presidente: já .temos um novo Governo.

Diz-se por aí que ele é construído sobre um equívoco.

Eu afirmo a -V. Ex.a que ele é construído sobre essa mentira, sobre essa calúnia.,

Eu quero deixar, em nome do meu partido, o mais solene protesto contra essa afirmação, que eu tenho absolutamente por indigna, afirmação que só podia sair daqueles que não têm pejo em declarar que seriam assassinos - se encontrassem determinada pessoa.

O Governo ainda nilo se apresentou, mas- não quero terminar sem que me declare também em oposição ao modo de ver do nosso colega Oliveira Santos. : Compreendo que os outros partidos se encontrem na situação de voluntariamente abandonarem as suas cadeiras.

- O Partido Republicano de Reconstitui-çáo Nacional não se encontra nessa situação, pois acha-se agravado.

- O meu partido tem de falar ao país e quere falar à Nação na tribuna sagrada do Parlamento.

- Uma .voz.:—Se o-deixarem.

O Orador:—Se não forem fechadas as portas do Parlamento, o meu partido dirá da sua justiça.

Se porém lhe fecharem as portas na cara, a responsabilidade relega-a o mesmo partido para quem de direito.

O Sr. Silva Barreto: —As poucas palavras que vou proferir foram-me sugeridas pelas palavras que V. Ex.a, Sr. Presidente, pronunciou, palavras de verdadeiro e autêntico civismo, livres da solidariedade de classe.

É justamente pela solidariedade de classe que muitas vezes somos arrastados a situações que comprometem e nos levam a actos desonrosos.

Não tenho situação oficial no mou partido para falar em nome dele, mas falo em meu nome próprio; e não procederia assim se V. Ex.a não tivesse, com as suas palavras de modelar civismo, provocado em mim o -dever de dizer o que se mo afigura sobre o movimento militar que teve lugar.

Eu condeno sempre todos os pronunciamentos militares ; e, como representante da Nação, não posso de forma alguma e atentos os bons princípios, solidarizar--me na inais pequena parcela com actos que me repugnam.

Quando foi das espadas, em 1914, eu estava por acaso no gabinete do Sr. Ministro das Finanças; telefonou-se para o comandante da guarda fiscal, para que este se apresentasse ein tal ponto e esse comandante respondeu que não atendia o Sr. Ministro das Finanças.

Era então Ministro das Finanças o Sr. Álvaro de Castro.

Nas cadeiras do Poder sentava-se um Governo constituído per todos os parti dos ou grupos constitucionais da Repú^ blica, com excepção do Partido Liberal.

A afronta feita pelo pronunciamento militar ao Governo não foi a um partido foi a todos os partidos, e, portanto, todos os partidos têm o dever de se considerar desconsiderados pela atitude que a caserna tivera perante um Governo representado por indivíduos de indiscutível capacidade intelectual, política e individual.