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Sessão de 24 de Maio de 1921

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nais justifiquem a dissolução do Parlamento que S. Ex.a o Sr. Presidente da República, na sua ampla liberdade, dissolva o Parlamento por motivos ponderosos que o levem a usar dessa prerrogativa.

Eu não sei qual o alcance deste movimento e não sei quais os fins dele, se foi apenas um pronunciamento de caserna, ou se nesse pronunciamento estariam comprometidos antigos funcionários que tivessem responsabilidades.

Eu não compreendo esta crise.

Eu não compreendo como sobre o pronunciamento de uma caserna, como sobre as imposições feitas conforme os jornais dizem, nos surge, contra todas as hipóteses, um Governo que eu aceito com prazer, mas que já devia ter sido organizado em tempo de paz e de ordem quando o Partido Republicano Português o indicou.

Era então a ocasião oportuna e não se teria passado por estes vexames.

Fui um dos raros do meu partido que declararam ser necessário o Partido Liberal assumir a responsabilidade do Poder para que o Partido Republicano Português, na oposição, se pudesse retemperar.

' Faço votos para que os homens de além, intimamente solidarizados, possam rodear a República dos afagos e carinhos de que precisa para bem da Pátria.

Terminando, direi que as palavras de V. Ex.a ficarão gravadas como palavras de autêntico civismo.

O orador não reviu.

O Sr. Pereira Osório: — Não fazia tenção, nem era preciso falar em nome deste lado da Câmara, desde que V. Ex.s, que faz parte do Partido Republicano Português, nas palavras que proferiu traduziu o pensar e o sentir deste partido.

Debaixo deite aspecto o assunto está liquidado.

Pedi a palavra para explicar um não apoiado que há pouco pronunciei e dirigido ao nosso colega Sr. Celestino de Almeida quando S, Ex.a disse que o Partido a que se honra de pertencer podia mais do que nenhum outro declarar que jamais se metera em quaisquer revoltas ou cousas semelhantes àquelas que se deram nos últimos momentos.

Desde que o Sr. Celestino de Almeida pôs a questão neste pé, eu não podia dei-

xar de pronuncia? um não apoiado, porque o Partido Pepublicano Português é que pode afirmar de cabeça levantada que nenhum como ele pode dizer que nunca se meteu em cousas semelhantes.

O Sr. Celestino de Almeida:—Pedi a palavra para dizer a V. Ex.a e ao Senado que não me recordo, com exactidão, das palavras que proferi. Mas o que eu não podia era referir-me a actos irregulares, e se alguma cousa disse, nesse sentido, as minhas palavras traíram o meu pensamento.

Eu aludi, apenas, a actos de indisciplina, e por isso me parece que podia empregar a palavra irregular, porque actos de indisciplina são sempre irregulares.

Fugi a todas as referências de ordem política, mas agora parece-me que os actos que se discutem podem ser considerados como possíveis actos de indisciplina.

Se o Governo o não fizer, então é que nos compete reclamar o que for justo.

O Sr. Afonso de Lemos: — Pedi a palavra para tratar deste assunto. Aguardo que os bons republicanos duma vez para sempre tomenv juízo.

Entretanto, sempre direi que sou contrário a todos os pronunciamentos militares, porque não quero ver Ministros derrubados pela rua.

Quero ver o respeito pela Constituição e pelo Parlamento.

Também sou contrário à intervenção no Congresso das galerias (Apoiados), pois quereria que todos se mantivessem no seu lugar.

Os parlamentares, à face da Constituição são invioláveis nas suas opiniões.

Mas o que desejo é recordar ao Senado que começa amanhã a conferência in-ter-parlamentar, e entendo que, em vista da presença desses estrangeiros ilustres qae nos honram com a sua presença, deve o Senado manifestar-lhe as suas congratulações. (Apoiados}.

O Sr. Presidente: ~-Vai passar-se à ordem do dia 5