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Sessão.de 24'de Maio'de 1921

são igualmente homens de energia, fé e inteligência, e em especial e sem desprimor me refiro neste momento aos dos Estrangeiros e do Comércio, que com o das Finanças e Agricultura terão de resolver as graves e instantes dificuldades do Douro e sua crise, fazendo votos por que o Sr. Melo Barreto honre as suas tradições de trabalho e conhecimento dos assuntos, e o Sr. António Granjo não arrepie caminho nas medidas e boa política comercial económica e de fomento do seu ilustre antecessor, e que certamente S. Ex.a continuará.

O Sr. Alves Monteiro: — Troca explicações sobre o assunto com os Srs. Pereira Osório e Celestino de Almeida.

O Sr. Celestino de Almeida:—Discorda das observações feitas contra a dissolução, uma vez que esta não será feita fora da Constituição, declarando que o Partido .Republicano Liberal, desde há muito tempo que julgava conveniente uma nova consulta ao eleitorado, dando a dissolução anunciada lugar a essa consulta.

O Sr. Presidente:—Declara que, guando o Sr. Presidente da República lhe preguntou qual a opinião do Senado sobre a dissolução parlamentar, lhe respondeu que o Senado se não pronunciaria, uma vez que a dissolução a 'dar-se não seria em face dum movimento legal mas sim dum movimento de caserna.

Vozes: — Apoiado ! Apoiado !

O Sr. Júlio Ribeiro: — Eu queria sabei-se estes factos lamentáveis que se deram colocaram o Sr. Presidente da República em péssima situação.

O Orador: — Sr. Presidente: eu não percebo a dúvida de S. Ex.a, por quem tenho o maior respeito. Postos os factos como se passaram, nós não temos aqui que fazer. O Parlamento foi posto íora em virtude dum acto revolucionário lastimável.

Desgraçado sintoma, terrível situação! Ora, se os factos desgraçados são estes, 4 que inquérito vamos nós fazer? Sr. Pre-

sidente: nós não temos nada que fazer senão lavrar o nosso protesto.

Se o Sr. Presidente da República se viu na necessidade de aceitar o ultimatum nós não temos mais nada que fazer do que irmo-nos embora e aceitar os factos, e esperar que uma nova alvorada, uma nova era apareça, e que o actual Governo proceda sempre com reflexão e energia, como é próprio dos membros que o compõem» Eu bem estimaria que esse Governo facilmente pudesse entrar no caminho da ordem intern'a e externa de que o país precisa para sair da situação diíícil em que se encontra.

Sr. Presidente: falando talvez a última vez nesta Câmara, onde estou como regio-nalista, devo dizer a V. Ex.a que mal vai ,10 país esta situação moral e material.

Vozes : — Muito bem.

O Sr. Alves Monteiro;—Perante as formidáveis consequências que podem trazer os acontecimentos produzidos, não posso, como membro do Poder Legislativo, .ficar alheado.

Protesto perante as exigências, absolutamente insólitas e inconstitucionais, de se exigir ao Sr. Presidente da República que dissolva o Parlamento, como se ele não fosse actualmente ainda a representação da vontade popular, e mais lamento que essa imposição viesse de onde veio.

Não pode essa imposição ser aceita por homens públicos dignos deste nome.

Sejam quais forem as conseqíiências que de tal acto derivem, eu protesto vivamente contra as consequências futuras, se porventura ó verdadeira a idea da dissolução parlamentar.

Respira-se uma atmosfera de indisciplina.

Chamo a atenção do Senado para os dizeres do decreto que exonerou o Governo transacto.

Em todas as demissões se acentua que os Ministros serviram com zelo e acen-drado patriotismo, palavras estas que não se encontram no presente decreto.

Ora, esta exoneração foi feita por quem de direito ao Governo preside.

Resta saber se é livre ou se é coacía,