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Diário das Sessões do Senado
que continue a fim de poder resolver conforme fôr de justiça.
O orador não reviu.
O Sr. Procópio de Freitas: — Sr. Presidente: agradeço a resposta, que acabou de me dar o Sr. Ministro da Guerra, e estou certo que S. Ex.ª vai providenciar no sentido de que justiça seja feita, pois tenho a maior consideração por S. Ex.ª e sei que é um militar brioso e recto.
O Sr. Costa Júnior: — Sr. Presidente: pedi a palavra, aproveitando a presença do Sr. Ministro da Guerra, para pedir a S. Ex.ª a fineza de transmitir aos Srs. Ministros do Comércio e da Agricultura os meus reparos por ainda me não terem sido satisfeitos os requerimentos que fiz por êsses Ministérios, pedindo documentos.
Sei particularmente que as respectivas repartições declararam que não me enviariam os documentos que pedi, apezar de os Srs. Ministros do Comércio e da Agricultura terem despachado no sentido de me serem remetidos.
Peço, pois, ao Sr. Ministro da Guerra o favor de transmitir aos Srs. Ministros do Comércio e da Agricultura as minhas considerações, a fim de que S. Ex.ªs dêem novamente as suas ordens no sentido dos meus desejos. Do contrário, o facto redundaria não só em desprestígio para S. Ex.ªs, mas também para o Parlamento.
O orador não reviu.
O Sr. Joaquim Crisóstomo: — Sr. Presidente: ontem a cidade de Lisboa, pelas 20 horas, foi alarmada com tiros de morteiros e de peça, de que resultou muita gente recolher a suas casas bastante impressionada prevendo acontecimentos da mais alta gravidade.
Hoje vi pelos jornais que se tratava de um movimento revolucionário que o Govêrno conseguiu exterminar.
Ora interessava-me bastante que o Sr. Ministro da Guerra dêsse conhecimento à Câmara, se o Govêrno havia sido informado de que essa revolução rebentaria ontem às 20 horas.
Faço esta pregunta porque em um jornal da noite de ontem já se anunciava tal movimento, sendo certo que, se porventura um assim é, a atitude do Govêrno devia
ser outra, ou seja tomar providências e empregar medidas tendentes a evitar que tal facto se desse, não pelas consequências que dêle derivaram, porque, felizmente para o país, o movimento não se propagou, não irradiou, e foi brevemente fulminado, mas sobretudo pelos efeitos morais que êsse movimento pode causar no estrangeiro, onde há tantos inimigos que aproveitam todas as ocasiões para os frisar, dando a êsses acontecimentos um carácter e uma importância que êles na realidade não têm, mas que, no fundo, concorrem para o desprestígio da nossa nacionalidade.
Desejava ainda que o Sr. Ministro da Guerra dissesse se, porventura, êsse movimento se circunscreveu ao que é conhecido, isto é, a um acto de rebeldia por parte de alguns marinheiros do destroyer Douro, ou se tinha ramificações dentro da cidade, e sobretudo quais eram os seus objectivos, e se se tratava de uma revolução com carácter social, como para aí corria, ou de um movimento exclusivamente político tendente a derrubar o actual Govêrno.
Também convém que S. Ex.ª declare à Câmara se o movimento se acha dominado em absoluto, ou se necessita de algumas medidas atinentes a jugulá-lo, neste momento.
O orador não reviu.
O Sr. Ministro da Guerra (General Carmona): — Sr. Presidente: em resposta às preguntas feitas pelo ilustre Senador Sr. Joaquim Crisóstomo devo informar o seguinte:
Efectivamente deu-se ontem o que é do domínio público — uma tentativa de movimento revolucionário.
O Govêrno, como também é sabido, sufocou-o com a máxima energia e, a propósito, aproveito a oportunidade para louvar a atitude dos militares tanto do exército, como da guarda republicana, cujas corporações se portaram o mais brilhantemente possível.
Todos, sem excepção, cumpriram com o maior zêlo e cuidado os seus deveres.
Creio que a Pátria deve estar satisfeita por ver que houve um movimento em que a fôrça armada se jantou, como um só homem, para combater os díscolos.
Êste facto digo-o com a maior satisfação