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Sessão de 11 de Dezembro de 1923
porque, fazendo parte dessa corporação, tudo quanto seja glória para ela me dá enorme satisfação.
Portanto, nesta primeira parte não faço mais do que confirmar o que é do domínio público. Agora, vou procurar responder a outro ponto do discurso do Sr. Joaquim Crisóstomo.
Preguntou S. Ex.ª se o Govêrno não estava informado da hora em que se iniciaria o movimento. A êste respeito posso dizer o seguinte:
Há dias já que tinha chegado ao conhecimento do Govêrno, que vários movimentos revolucionários se planeavam e de todos êles se marcava a hora, dizendo-se que um dêles sairia às 10 e dizendo outros que às 11 horas.
O Sr. Procópio de Freitas: — V. Ex.ª pode-me dizer se havia prevenção quando rebentou o movimento?
O Orador: — Não havia prevenção, no sentido rigoroso da palavra.
Na noite anterior houve efectivamente uma meia prevenção nas tropas, e nesse dia houve também o que se chama prevenção simples. Depois, quando houve conhecimento mais preciso dos boatos que corriam, é que foi dada ordem de prevenção rigorosa.
Felizmente todos os indivíduos com muito boa vontade e até mesmo oficiais, que não tinham obrigação de comparecer o fizeram para manter a ordem.
Faço referência a êste facto, que me parece importante, porque demonstra que os oficiais estão prontos a cumprir a lei.
Parece-me, Sr. Presidente, que com esta explicação satisfaço uma das preguntas do Sr. Procópio de Freitas.
Preguctou S. Ex.ª também se eu sabia a que horas rebentaria o movimento. Não o sabia ao certo.
Diziam uns que às 7, outros que às 8 e outros ainda que às 9 horas.
Não sabia, portanto, se o movimento rebentaria ou não, porque nem sabia qual era o inimigo nem de onde partia.
De maneira que, como S. Ex.ª vê, a meu ver, o Govêrno não podia tomar outra atitude.
E o que fez?
Tomou medidas de ordem geral, e essas medidas de simples prevenção foram as
mais acertadas, porque é dever dos chefes militares não fatigarem as tropas demasiadamente para depois, quando precisam delas, as não encontrarem em condições deploráveis.
Quanto ao ponto que S. Ex.ª tocou, relativamente ao efeito que teriam produzido no estrangeiro as medidas adotadas, direi que elas honram muito mais o País do que se tivessem tomado outras.
Apoiados.
Ainda hoje reuni os oficiais e falei exactamente nêsse ponto...
O Sr. Joaquim Crisóstomo: — Não produzirão mau efeito se os factos forem reproduzidos com fidelidade.
O Orador: — Parece-me que, por êsse lado, o efeito no estrangeiro nos deve ser extremamente favorável.
Preguntou o Sr. Joaquim Crisóstomo quais eram os objectivos dos revolucionários?
O Govêrno ignora inteiramente quais êles fôssem, mas o que posso dizer é que o movimento, segundo a minha opinião e a de todo o Govêrno, tinha ramificações em vários pontos da cidade, em vista dos factos ocorridos em vários locais, os quais não tiveram resultados de maior em consequência das medidas tomadas.
Apoiados.
Preguntou também S. Ex.ª se o movimento estava inteiramente dominado.
Hoje, pelas 10 horas, estava convencido de que estava dominado; mas devo acrescentar que já me chegaram alguns boatos aos ouvidos.
O Sr. Joaquim Crisóstomo: — E V. Ex.ª pode dizer quais foram êsses boatos?
O Orador: — Foi que, das 15 para as 17 horas, rebentaria de novo o movimento revolucionário.
Ainda S. Ex.ª desejou saber se o Govêrno necessitava de quaisquer medidas urgentes para ficar senhor da situação.
Creio que não, no emtanto, o Sr. Presidente do Ministério é que melhor pode informar.
Não posso acrescentar mais nada.
Vozes: — Muito bem, muito bem.