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Sessão de lô de Janeiro de 1924

cê hoje nas cadeiras do Poder, por direito próprio: o Sr. António Fonseca.

Seria talvez um dos meus candidatos a Presidente de Ministério, se porventura isso dependesse de mim.

O Sr. António Fonseca é um parlamentar distintísssimo, é um homem que se tem evidenciado em questões que exijam estado ponderado e reflectido.

Pelas pastas por onde S. Ex.a tem passado tem deixado um rasto luminoso.

Quando numa das últimas vezes ocupou a pasta da guerra fez promulgar medidas de tal importância e grandeza que mereceram a aprovação das classes interessadas.

A sua obra como parlamentar, na última sessão legislativa, quando foi discutido o Orçamento, é uma das mais completas re mais perfeitas.

É um homem que sem favor se poderá denominar estadista.

Fez um estudo profundo sobre as despesas do Ministério da Guerra e do Ministério da Instrução, apresentando propostas de um valor real e efectivo tendentes a sanear o Orçamento.

Pena foi, pena é, que certas circunstâncias não permitissem que transformassem os seus pontos de vista, de modo a derni-nuir tanto quanto possível o déficit orçamental.

Folgo bastante que o Sr. Presidente do Ministério houvesse escolhido para seu •colaborador um vulto tam notável da Ke-pública e um homem público de tanto valor.

Simplesmente lamento que não tivesse *asado do mesmo critério com alguns dos seus colaboradores, que poderão ser cidadãos muito ilustres e prestimosos, mas que, segundo e meu modo de ver, não ascenderam às cadeiras do poder em consequência de qualquer trabalho que tivessem produzido ou em consequência de reclamações da, opinião pública que são sempre muito respeitáveis.

Não conheço pessoalmente o Sr. Ministro da Guerra, nem tam pouco tenho acompanhado a sua vida pública e militar, mas estou informado, por pessoa da minha amizade, a quem me prendem laços íntimos, e que me merece a maior confiança, que S. Ex.a ocupa com honra, com brio e com prestígio aquele lugar.

Sei, pelas mesmas informações, que é um militar muito brioso, muito ilustrado, muito austero e um grande patriota.

Também não deixarei de me referir ao Sr. Ministro da Justiça.

Comquanto não conheça quaisquer trabalhos de S. Ex.a, é certo que ocupa um lugar de destaque no seu partido, e aceitando como boas as organizações partidárias tenho de admitir que S. Ex.a não chegaria àquele lugar de honra jfe não tivesse qualidades nem predicados^ para o desempenhar.

Mais de uma vez tenho ouvido falar no seu nome para Presidente do Ministério, e quando se fala com a insistência com que se tem falado no Sr. Domingues dos Santos, ó porque realmente ele tem co-•nhecimentos e méritos para ocupar um tam elevado cargo.

Dos restantes membros do Governo pouco ou nada tenho a dizer.

Apenas poderei fazer umas observações, não filhas especialmente de mim, maa da opinião pública, que eu, nestas condições, não deixo de apreciar e atender.

Direi que faz parte do Governo um homem que eu vi ontem como representante da Seara Nova, o Sr. António Sérgio, que não tenho o prazer de conhecer, que sei ser um homem de alto valor intelectual, mas que ainda não deu provas de ser republicano.

O Sr. Ribeiro de Melo:—Apoiado!

O Orador: — Ainda não afirmou a sua individualidade política dentro do actual regime. -

O Sr. Ribeiro de Melo:—Apoiado!

O Orador:—E se nós precisávamos de um Governo bem republicano, parece-me que essa condição não foi respeitada.

Acho mesmo indispensável que se esclareça este ponto.