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Diário, das Sessões ao Senado

Não sei se isto é verdade, mas c necessário que S. Ex.a afirmasse por uma, forma inabalável- que renegava ao sou passado. q~ie se mostrasse contrito de ter praticado esse acto e que está pronto u aderir às instituições vigentes.

Parece-me que este ponto precisa de ser esclarecido e elucidado, para que o país saiba queii são os seus governantes, se são pessoas em quem possa depositar inteira e completa confiança política ou se são criaturas duvidosas.

Quando entrei hoje nesta sala ignorava completamente o facto, mas alguns amigos meus revelaram-mo, garantindo-me que o Sr. António Sérgio ainda não tiaha praticado um acto público que demonstrasse ser republicano. Portanto, c Gste um ponto que se me afigura, repito, iri-dispensúv?! que se avorigue e apuro. Demais, se alguma suspeita houvesse quanto às ideas políticas do Sr. Ministro da Instrução, a maneira como ontnm o tratou o Sr. D. Tomás do Vilhena deixou-me a impressão de que S. Ex.a era um representante cio partido monárquico r. o Pa-der. S. Ex.a tratou-o com tanto carinho e simpatia..-.

O Sr. D. Tomás de Vilhena:—E a tratei o Sr. António Sérgio com respeito 3 carinho simplesmente por ser um homem inteligente e de bem. Não fui averiguar da sua procedência, porque se S. Ex.a estivesse ali como representante do partido monárquico, do qual eu sou presidente, eu diria que ele o não representava.

O Orador: — V. Ex.a sabe que há aâr-mações a que a nobreza obriga — Ia no-Nesse oblige — e por isso este facto nSo passou despercebido.

O Sr. D. Tomás de Vilhena:—Homens que não estilo filiados e que têm proclamado na imprensa ideas que eu acho úteis virem fazer parte dum Governo num momento em que não podem ter um apoio firme, é ocasião de lhes dizer que não é a hora de entrar.

O Orador: — Por consequência, o Sr. D. Tomás de Vilhena tem pelo Sr. António Sérgio uma tal consideração que se sentiu magoado de o ver ali nas cadeiras

do Poder numa situação crítica e grave para a Pátria.

O Sr. Lima Duque já foi Ministro do Trabalho. Creio quo a sua obra não se fez, ou então é absolutamente desconhecida. O seu principal papel foi arrebanhar funcionários para seus secretários.

Se S. Ex.a foi tam assíduo no seu gabinete de Ministro como ó nas sessões do Senado, as relvas htio-de ter crescido até a altura de homem à porta desse gabinete.

O Sr. Ministro da Agricultura, esse foi pescado a anzol I

Não havia ninguém, absolutamente ninguém, que quisesse ocupar a pasta da Agricultura — num país que se diz agrícola, vitícola, etc.. não aparece um homem para desempenhar aquela pasta — e o Sr. Álvaro do Castro socorreu-sc dele. como SG poderia ter socorrido doutro qualquer director geral daquele Ministério.

Quero dizer, Sr. Presidente, que essa escolha, para mim, foi muito desgraçada,

Muitos não apoiados.

Eu não quero entrar na apreciação do procedimento do S. Ex.a, porque se eu quisesse tinha aqui documentos para fazer acusações.

Vozes:—Venham eles.

O Orador:—Pois então lá vai.

Como a Câmara sabe, devido h crise alimentícia que atravessou o país, em consequência da Grande Guerra, 'foi criado o célebre Ministério dos Abastecimentos.

Os empregados recrutados para esse Ministério não tinham competência, nem habilitações, nem qualidades de honradez ; foram nomeados a -troxe-moxo, foram nomeados por simples cartas de recomendação de qualquer influente da política.

Em certa altura abriu-se na imprensa unia formidável campanha conlra o Ministério dos Abastecimentos. Eram acusados vários indivíduos, que para ali haviam sido nomeados, como funcionários menos honrados e prevaricadores. Alguns deles começaram a criar responsabilidades na mesma imprensa, lançando sobre outros arguições muitíssimo graves.