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Diário das Setsòe* do Senado

fornecidos uns documentos que ali devem existir. Eu pregunto a V. Ex.a se eles já vieram.

O Sr. Presidente: — Não, senhor.

O Orador:—Então pedia a V. Ex.a o favor de me inscrever para quando estiver presente o Sr. Ministro do Interior.

O Sr. Constantino José dos Santos: — Sr. Presidente: ó para enviar para a Mesa um projecto de lei.

O Sr. Ramos da Costa:—Sr. Presidente: há 4 anos que ardeu o edifício onde estava instalada a 'repartição das encomendas postais. Até há pouco, não se tinha feito nada para o reconstruir, mas ultimamente têm-se destruído as abóbadas daqnale edifício, têm-se destruído as grades das janelas, têm-se praticado milhares de vandalismos.

E condenável que o Estado permita que os funcionários andem a destruir os edifícios públicos, praticando neles mutilações.

Não estando presente o Sr. Ministro do Comércio, por cuja pasta corre êstB assunto, eu, que sou português a valer, que me interesso pelo património nacional como pouca gente se interessa, pedia a V. Ex.a que fizesse com que um projecto que tive a honra de mandar para a Mesa há uns dias seja discutido o mais brevemente possível, porque por ele se evitarão estes desmaxc-los, e SP salvarão alguns monumentos que estão entregues ao desmazelo.

Vozes: — Muito bem, muito bem. O orador não reviu.

O Sr. Velez Caroço: — Sr. Presidente : pedi a palavra para agradecer à Câmara a votação que fez do inou nome para governador da Guiné.

Empregarei todos os esforços para continuar o meu programa administrativo, já executado em grande parte durante os dois anos que lá estive.

Estou certo de que saberei manter c merecer a contiança que a Câmara teve na minha pessoa, votando-me.

De resto, Sr. Presidente, da minha administração foi elaborado por mim um

relatório que mereceu o favor de o Sr. Ministro das Colónias o mandar imprimir para ser distribuído.

Q.uem se interessar pelos assuntos das colónias e quiser verificar qual foi a fornia como exerci esse cargo, terá ali elementos suficientes para ser elucidado d© como foi honesta essa administração.

Vozes: — Muito bem, muito bem. O orador não reviu.

O Sr. Joaquim Crisóstomo: — Sr. Presidente: o ilustre Senador, Sr. Júlio Kr-beiro, falou há j:ouco da carestia da vida.

Proponho me secundar as suas considerações, porque a verdade é que os géneros alimentícios sobem de dia para dia, e as classes intermédias, isto é, aqueles que não negoceiam, que não possuem grandes propriedades nem grandes capitais, lutam com colossais dificuldades para viver.

Ainda, hoje li no Século uma nota enviada pela Associação dos Retalhistas de Lisboa, que é bem elucidativa.

Esta nota define bem o estado c a situação melindrosa cm que nos encontramos. Essa entidade, conhecedora do assunto, diz-nos que, na última semana, os géneros sofreram três aumentos sucessivos, especialmente o carvão, o bacalhau e o açúcar, que passou do 5$ para 5650 e õ$80. Quero dizer, numa semana, os-géneros de primeira nccPSsidado sofreram um aumento de 25 por cento, sem haver finalmente uma causa para isso.

É evidentemente a ganância do alto comércio, pondo géneros nos seus depósitos e armazéns em grande quantidade e fixando dia a dia o preço correspondente» ao câmbio.

Há, por exemplo, géneros adquiridos a, um câmbio certo o determinado, quo podiam ser vendidos por um preço razoável, mas quo o estão sendo por preço» exorbitantes.