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Diário da» Sessões do Senado

Vou, portanto, informar-me do que há a esse respeito e direi depois a S. Ex.1"1 o que estiver resolvido.

Há, em todo o caso, uma f cousa que posso assegurar a S. Ex.a É que, em-quanto eu for Ministro do Comércio, não se fará nada que altere a estrutura geral do Terreiro do Paço.

Seria uma barbaridade sem nome.

Tem havido já solicitações de vários Ministérios pedindo o alargamento das dependências do Estado, às quais todos os Ministros se têm oposto com o fundamento de que não é civilizado, sequer, estar a alterar a arquitectura da Praça do Comércio por qualquer forma que lhe tire o seu cunho característico, que a torna tam bela e até respeitada por todo o mundo.

Nesse particular V. Ex.a tem-me inteiramente ao seu lado, não havendo mesmo possibilidade de pensar nessa modificação.

Pena ó que não se possa ter aplicado a mesma doutrina a outras praças que têm sido sistematicamente destruídas, como por exemplo o Rossio, onde se têm encaixado inclusivamente casarões de arquitectura verdadeiramente germânica, como um hotel há pouco tempo contruído.

Dessa praça creio que hoje só um lado é que está ainda intacto, e esse lado ainda assim ameaçado já por um pedido de alteamento de um edifício, ao fundo, que enterrará de tal maneira o edifício do Teatro Nacional, que desfeará completamente aquela praça.

Mas isso é um assunto que diz respeito à Câmara Municipal.

Como V. Ex.a vê, é esta a minha opinião, e portanto pode V. Ex.a estar com-pletamente descansado a respeito desse problema.

, Eu vou informar-me do que há e comunicarei a V. Ex.a e ao Senado o que resolvi.

O orador não reviu.

O Sr. Carlos Costa:—Sr. Presidente: agradeço ao Sr. Ministro do Comércio as boas disposições em que está de atender à minha reclamação, mas permita-me V. Ex.a que lhe lembre que já começou a demolição, o que se V. Ex.a não acode rapidamente, de nada servirá a sua boa vontade; quando lá chegar já nada encontra de pé.

Eu até nem me admiro se amanhã explodir ali uma bomba e arrasar tudo aquilo, tal ó a ânsia de fazer desaparecer o que ainda existe, para justificar a conveniência da modificação.

O Sr. Alfredo Portugal:—Sr. Presidente : ontem fiz urn apelo a V. Ex.a para conseguir que o Sr, Ministro da Justiça viesse a esta casa do Parlamento.

O assunto que eu tenho a tratar não pode tor grandes delongas, por isso eu pedia a V. Ex.:i para mandar saber à Câmara dos Deputados se S. Ex.a lá está.

Caso não esteja, pedia a V. Ex.a a fineza de o prevenir de que eu lhe desejo fazer umas pregcntas.

O Sr. Presidente:—Eu já mandei saber e disseram-me que o Sr. Ministro da Justiça não está mesmo cm Lisboa.

O Sr. Querubim Guimarães:—Sr. Presidente : começo por mandar para a Mesa um requerimento para que pela repartição'competente me seja enviada uma nota detalhada das despesas feitas com os magistrados e mais funcionários do Supremo Tribunal Administrativo e auditorias do pais.

Aproveito a ocasião de estar presente o Sr. Ministro do Comércio para pedir alguns esclarecimentos e fazer alguns reparos que S. Ex.a comunicará ao Sr. Presidente do Ministério.

Em primeiro lugar, porém, como S. Ex.a não estava presente quando da apresentação do Governo nesta Câmara, começo por lhe dirigir daqui os meus cumprimentos, afirmando-lhe a minha admiração pela sua inteligência, e o meu respeito pelas suas notáveis qualidades de parlamentar.

Cumprido esto grato dever, entremos no assunto para que me propus chamar a atenção do Governo, aqui neste momento representado pelo Sr. Ministro do Comércio.