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Diário das Sessões do Senado

País existiam antes da guerra muitas casas comerciais com firmas alemãs. Veio a guerra, firmas portuguesas substituíram essas, hoje mantêm-se as firmas portuguesas, mas com os mesmos capitais alemães, porqae estes, inteligentes como são, entendorarn que era preciso mudar de tática.

Tudo o que fizermos para defendermos os interesses nacionais ó tempo perd'do, temos maus portugueses em número suficiente para anular o nosso trabalho.

Este artigo, pretendendo segurar muito, não segura nada, e eu rejeito o projecto, supondo convictamente que presto 111:1 alto serviço ao País, porque entendo ^uo não devíamos desperdiçar esta riqueza.

Convém não esquecer que a. própria comissão liquidatária é a primeira derrotista quando nos diz que a frota marítima, avaliada em 776:000 libras, já não \ale esse dinheiro, porque tirando um navio para as colónias e outro para o Ministério da Marinha pouco mais poderá valer do que 121:000 libras.

Isso não chega para pagar as dívidas.

E depois veja-se a continuidade dos Governos.

Atribui-se a uma comissão cê secção esto trabalho, quando ela não é mais do que o produto de uma fórmula apresentada pelo Sr. António da Fonseca, e se S. Ex.a estivesse sentado naquelas cadeiras, ainda tinha de defender este trabalhe.

Ora eu não tenho o menor interesse neste trabalho; o meu ponto do vista ó rejeitando o projecto que o Estado explorasse a frota,,

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Nuno Simões): — E o Sr. Her-cnlano Galhardo uma pessoa que, pelo seu relevo, merece toda a consideração pessoal.

Mas o Sr. Herculano Galhardo não teve dúvida em se confessar um scepti.cc.

O Sr. Herculano Galhardo: — A minha palavra scéptico referia-se à maneira de ver de dois Srs. Senadores, porque por mim tenho fé no que digo.

O Orador:—Repele pressurosamente o Sr. Herculano Galhardo o termo scépticc. Entretanto S, Ex.a acusa de apaixonados

aqueles que pensem de maneira diferente de S. Ex.a

Apaixonados porquê ?

O ilustre Senador Sr. Herculano Galhardo chegou a falar rio interesse pelo projecto que poderia parecer da parte de qualquer dos Srs. Senadores, ou da minha parto, haver outro interesse que não fusso efectivamente aquele quo dita às pessoas, que ocupam esta posição, as suas máximas virtudes em todos os actos.

S. Ex.a acusou-me do apaixonado porque eu tenho apenas trinta anos e S. Ex.a tem cabelos brancos e qne, por isso, pela experiência da vida tinha um maior número de conhecimentos.

Uma questão doutrinária trouxe o Sr. Herculano Galhardo ao Senado, confessou- S3 estatista, defendendo os seus pontos da vista como estadista que é, e efectivamente dos mais cotados. S. Éx.a não foi só Ministro, tem oc.ipado funções das mais altas da República, têm dirigido serviços públicos dos mais importantes, a sua acção e as suas palavras têm um particular significado, o que não quere dizer que efectivamente o Sr. Herculano Galhardo possa falar em relação aos outros serviços nos termos em que falou.

S. Ex.a em assunto de administração dirigiu os serviços dos Caminhos de Ferra do Estado; sabem V. Ex.a e o Senado perfeitamente que os serviços autónomos, em regra, vivem em regime deficitário ; e, não obstante as pôs soas quo os dirigem serem das mais cotadas, os Caminhos de Ferro do Estado não são dos mais prósperos.

O Sr. Herculano Galhardo (interrompendo'):—Eu dirigi apenas uma parte dos serviços dos Caminhos de Ferro do Estado, e até à data em quo dirigi esse serviço não houve regime deficitário. -

O Orador: — As afirmações de S. Ex.a não combatem as minhas. Não nego a S. Ex.a, nem competência-p ara administrar, nem os actos de boa administração que S. Ex.a tern-feito; a minha afirmação rnan-tenho-a.