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Diário da» Sessões do Senado-

chamado de fomento agrícola poder premiar a entrada de adubos estrangeiros... quando importados por certas entidades simpáticas e ligadas em .negócios ao Ministro que tais taxas ilegalmente decretou. E incrível, mas é assim...

A hora de justiça para todos há-de soar...»

E neste tom, insolente e petulante, continua aquela poderosa Comp&nhia a insultar os poderes públicos no Diário do Governo...

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Pois é no Diário do Governo que se devem escrever as verdades...

O Orador: — As verdades?

O Sr. Oriol Pena :—Lá verdade é ...

O Orador:—|0 Sr. Augusto de Vasconcelos está de acordo com o Sr. Oriol Pena! Os espíritos gémeos encontram-se.

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Eo estou de acordo com V. Ex.a, estranhando que isso se publique na folha oficial, mas verdadeiro é...

O Orador:—Não sei se 6 verdadeiro.. Creio que não, que o Sr. Ministro da Agricultura está muito acima dessas insinuações; mas verdadeiro que seja, a Companhia União' Fabril, que tem enriquecido explorando o País, é que não tem autoridade para censurar a administração do Estado. Não tem. Contra esta publicação ca folha oficial protesto energicamente, porque ela naturalmente tem por fim mostrar lá fora que a administração do Estado Português é tam ruinosa que nem há a coragem de .obstar a que isso se publique e seja sancionado pelas autoridades.

É natural que portugueses, que se estrangeiram por a consciência lhes segredar que não estão bem na Pátria, se aproveitem desta publicação para lá fora desacreditarem o País.

Por isso protesto, indignado; esperando que o caso só não repita. •" •

'Outro assunto, Sr. Presidente, quetem-bém merece a atenção do Governo é o que

respeita â atitude da moagem, da grande' moagem, para com os jornalistas que não' estão dispostos a ser para ela o que são os simples amassadores de pão ou moços-de padaria.

Quando há dias o Sr. Ministro da Agricultura afirmou em público que em se fazendo a história da laoagem se havia de saber que ela tem sido a causa da ruína do país, deste mesmo lugar fiz ligeiros-reparos à frase de S.Ex.nE interroguei:

O Governo, como do costume, ladeou o caso e não fez afirmações concretas. E o próprio Ministro da Agricultura, tendo conhecimento das minhas considerações,. esqneceu-se de aqui vir dar as esperadas explicações.

Passam-se dias e a, moagem, perdendo uns restos de pudor, afirma ao país, coros actos, que quere intervir directamente na. sua vida social e política, orien1ando-a e-criticando-a para sustentar e derrubar-Ministérios, impor nomeações, ter, numa. palavra, os homens públicos na mão.

E para isso disse aos jornalistas do-Diário de Noticias, que, ao que dizem, lho custou uns 12:000 contos: «De ora em diante só podem pensar o que pensar a moagem. Deixam de ter vontade própria. Em arte, literatura, crítica, noticiário, política, oin tudo, emfim, só poderdo orientar-se pelo cérebro da moagem. Inteligência, cultura, brio, dignidade, orgulho, honra pessoal, saber profissional são cousas que têm de desaparecer para passarem a simples autómatos, uma espécie de-máquinas de escrever».

Apoiados. *

Isto é o Baixo Império.

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