O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 2 de Muio de 1924

-" Um deles é o ajudante do regimento e o outro é comandante de uma companhia.

Tudo isto são - informações que me deram e considero verdadeiras.

Consta-me também que o comandante de infantaria 14 empresta os solipedes do quartel a particulares, e que os leva também para a sua terra, Farminhão, para o seu serviço particular, onde emprega também carros de esquadrão, bois, etc.

O capitão a que me referi queixou-se do castigo que lhe foi aplicado, e não se deu o devido andamento à sua queixa.

O'Sr. general comandante da divisão, a quem o dito oficial recorreu fazendo queixas graves do coronel, não procedeu como devia proceder e até deu como improcedente a queixa, e tem empregado todos os meios, para que se não dê andamento à reclamação apresentada pelo capitão.

Más há mais. Quando em Viseu se fizeram as exéquias por alma de Sidónio Pais houve factos graves passados na cidade de Viseu em que se salientaram certos oficiais e estes não foram punidos.

Chamo para estes factos a atenção do Sr. Ministro da Guerra, que é um oficial cumpridor dos seus deveres, inteligente e brioso.

: Não quero maçar a Câmara com mais factos que poderia aduzir contra esse coronel, mas espero que o Sr. Ministro dá Guerra, militar brioso como é, e que não quere que no exército estejam oficiais quê não vistam dignamente a sua farda, como demonstrou quando se tratou da amnistia — dentro desta orientação, proceda sempre com todo .a justiça, defendendo sempre'os bons republicanos, porque, infelizmente, no exército há uma grande quantidade de oficiais monárquicos .••

Direi ainda a propósito da sociedade do coronel a que ine referi, que há ato nó tribunal um processo- pendente,' relativo a essa sociedade, por causa de uma questão entre os sócios.

O que não há dúvida nenhuma, é que o coronel Leitão não tem força moral para estar a comandar o regimento.

E para provar a falta de disciplina que há no regimento, devido à-falta de Torça moral do comandante, acrescentarei ainda • que, tendo-se'um soldado apoderado ilegitimamente dum par ' de botas, o coman--"

dante da companhia diz-lhe: reclama e diz na reclamação que o comandante também se apoderou ilegitimamente duns espelhos. , E como a hora está a terminar, nada

mais direi.

: i

O Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo) :— Sr. Presidente: o Sr. Procópio de Freitas desencadeou uma tal soma de cousas sobre a minha cabeça, que, deixe--me S.Ex.a dizê-lo, estou verdadeiramente atordoado.

S. Ex.a falou de muitas cousas e quási to'das do meu desconhecimento.

•Desculpe-me S. Ex.a que lho diga que há certas cousas, a que fez referência, que se não dizem sem ter provas completas...

O Sr. Procópio de Freitas (interrompendo) : — Eu apenas disse o que me informaram.

" O Orador: — Nesse caso eu direi: V Ex.a • conhece aquela frase: «Da calúnia alguma cousa fica».

V. Ex>. sabe que das informações imprudentemente feitas, recai sempre alguma cousa para o moral sobre quem são feitas. ; , •

Afirmações de certa ordem só se fazem com documentos que provem imediata-tamente.

Pausa.

O Orador: — Falou o Sr. Procópio de Freitas de oficiais republicanos e oficiais que o não são.

Devo dizer a S. Ex.a que acho muito-bem que os oficiais sejam republicanos e que ' o seu sentimento político seja conforme as instituições que nos regem; mas acho' também . que aqueles que se dizemt republicanos, se não limitem a dizer q'iie ô -são, mas .que pelos seus actos aÊrmenl essa qualidade de republicanos. •- ' •

Eu não posso exigir a toda a gentej num momento' de transformação política como aquele que atravessamos, que tenha uma paixão .pelas instituições. qúe: agora nos regem. ' ' • - -

",Sei perfeitamente 'que temos -muitos oficiais ..que 'já oreram no tempo'dá monarquia o que; !a'serviram com lealdade; mas também sei -que ™uitOs'oficiais estão inte-

1 T» »1 iU'r • ' • •*