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Diário das Sessões do Senado

Este capitão disse que não trihs, que

lhe dar satisfações e que só tinha que dar

satisfações dos seus actos aos seus legíti-

• mós superiores, e ele, médico, era tenente

e portanto seu subordinado.

Esse médico, que é miliciano, põrtou-se nessa ocasião de tal modo para com o capitão, que este teve necessidade de o chamar à ordem, e mandou-o pôr na posição de sentido, tendo o médico retorquido ao capitão que se pusesse também na posição de sentido.

O capitão fez uma participação contra o tenente médico, mas dessa participação resultou ser o tenente médico apenas admoestado e o capitão punido coin cinco dias de prisão disciplinar.

Mas o que é mais extraordinário é que no castigo aplicado vem indicado o se-. guinte, que eu peço licença ao Senado para ler:

Leu.

Esta última parte da redacção do castigo refere-se ao seguinte:

Ji^ste oficial foi, em tempos, ajudante do regimento j e depois entendeu que devia pedir a sua exoneração, tendo o coronel, comandante do regimento, aproveitado o ensejo para informar o requerimento de tal modo que levou o general comandante da divisão a pedir a transferência do capitão.

A transferência foi ordenada, o capitão reclamou, mas o general não quis dar andamento ao requerimento.

O capitão veio a Lisboa e, tendo conseguido chamar a atenção do Ministro da Guerra de então, Sr. Freiria, para a injustiça que lhe tinha sido feita, este Sr. Ministro, verificando a razão que lhe assistia, mandou ficar sem efeito a transferência.

O Sr. Ministro da Guerra (Américo Olavo): — Temporariamente,

O Orador: — Estas cousas são sempre temporárias.

Quando o capitão Miguel Cardoso foi ajudante io regimento foi louvado pelo comandante, um coronel retintamente republicano, e o,general comandante da divisão entandeu que devia mandar ficar sem efeito este louvor.

Eu, francamente, nunca v: proceder de semelhante modo.

Esse louvor não foi anulado na respectiva nota de assentos e, passados três anos, .isto é, agora, pregunta-lhe o comandante o mo"ivo por que o não foi, tendo o capitão respondido, por escrito, que o facto se tinha passado há tanto tempo que não se recordava, mas devia ter sido por lapso. Dias depois o coronel mandou um oficial fazer-lhe sentir que seria pur nido se não tivessem passado mais de seis meses.

Ora, Sr. Presidente, está-se a ver perfeitamente a má vontade do coronel contra Este oficial, pois só assim é que se explica que se aproveitasse da ocasião em q-.ie ele deu parte do tenente médico para proceder da forma como procedeu por não ter sido anulado o louvor.

O capitão Miguel Cardoso pediu autorização, pelas vias competentes, para falar ao coronel e disse-lhe que acabava de ser admoestado por uma falta que não tinha cometido e um facto passado há mais de três anos, e por isso se ia queixar, «pois considerava uma perseguição o procedimento havido para com ele. '

O coronel pó Io fora do gabinete.

Ora, Sr. Presidente, eu agora quero dizer quem é esse coronel: è o Sr. coronel Leitão, que segundo me informam foi punido no C. E. P., com dez dias de prisão por ter desviado do seu lugar uns espelhos. Quere dizer, o coronel Sr. Leitão ó um oficial sem* força moral para estar a exercer as funções de comandante de regimento.

Além disto, o coronel Leitão tem uma sociedade com outro cidadão, e emprega soldados na aquisição de géneros e lenha para <_3ssa p='p' que='que' regimento='regimento' seu='seu' e='e' sociedade='sociedade' _7.='_7.' artilharia='artilharia' fornece='fornece' próprio='próprio' o='o'>

Consta que o comandante do regimento de infantaria 14 emprega como espiões no regimento dois sargentos e um oficial. Um desses sargentos devia ter sido licenciado, estando portanto ilegalmente ao serviço.

Diz-se que foi devido à atitude dúbia do coronel Leitão, por ocasião da revolução de 5 de Dezembro, que foi morta a sentinela que esta,va à porta do quartel.