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tfèssão de 7 de Maio de 1924

O Sr. Ribeiro de Melo (aparte):—Isto é do protocolo.

O Orador':— Não é nada do protocolo, é unia inovação sem precedentes forçar alguém a lazer cumprimentos. Foi forçado um ilustre oficial por «sta medida, cuja responsabilidade, certamente, não cabe a S. Ex.a o alastre Chefe do Estado, mas cabe, sem dúvida a S. Ex.a o Sr. Ministro da Guorra, pessoa a quem, ultimamente ainda, tive ocasião de mostrar o meu aplauso, a minha concordância pelo modo como encarou uma questão delicada a que foi chamado e tratou magistralmente.

O Sr. Ribeiro de Melo (aporte):—Se eu estivesse aqui tinha protestado contra as palavras do Sr. Ministro da Guerra, porque o exército está eivado de oficiais monárquicos, e na própria marinha mandam-se para as comissões os oficiais que são monárquicos e ficam os que são republicanos.

O Orador: — Acho simplesmente interessante o qualificativo-eivado. jComo se alguém pudesse esgravatar na mioleira ou no coração desses oficiais! ;Se são cumpridores do seu dever são bons oficiais, se não os cumprem são maus! •

jE esta a teoria do Sr. Ministro da Guerra, teoria a que dou inteiramente o meu aplauso por mais republicano que S. Ex.a seja, por mais monárquico que eu seja!

Usaram de violência para com este oficial, ele resignou-se e saíu-se muito habilmente do lance na carta que dirigiu ao público, ou a quem quer que fosse, por intermédio dos jornais.

Entendeu não dever ter essa deferência pessoal. Quiseram-lha impor, reagiu e pôs em cheque a Sociedade Hípica.

{Embora esse oficial tivesse licença para ir ao concurso não estava em serviço!

Julgo abuso impor que se façam, ou deixem de fazer cumprimentos.

Isto, salvo o devido respeito pelas opiniões orn contrário.

Entendi fazer estes reparos, achei a ocasião própria, fi-los: Nada mais.

O Sr. Ministro da Marinha (Pereira da Silva): — Sr. Presidente:-pedi a palavra

para dizer a V. Ex.a que transmitirei as considerações, que o Sr. Senador acaba de fazer, e devo declarar que é obrigação do Governo empregar todos os esforços para que se tenha para com o Chefe do Estado o conveniente respeito.

Em público nem todas as pessoas são obrigadas a cumprimentá-lo; mas quando S. Ex.a é convidado para ir assistir a uma festa, como neste caso do concurso, todas as pessoas que nele tomam parte devem ter todo o respeito e correcção, e o Governa procede sempre bem quando se trate de fazer prestigiar o Chefe de Estado.

E agora quero referir-me a unias palavras do Sr. Eibeiro de Melo que dizem respeito à marinha.

O Sr. Ribeiro de Melo: — Pedi a-pala^ vra para quando S. Ex.a estivesse pre--sente. Por isso talvez agora S. Ex.a escusasse de fazer quaisquer afirmações*

O Orador: — Mas desejo dar uma resposta.

Disse S. Ex.a que a marinha está cheia de oficiais monárquicos.

Conheço melhor o espírito dos oficiais da marinha. Devo por isso afirmar que isso não corresponde à verdade.

O Sr. Ribeiro de Melo: — As afirma» coes de S. Ex.a é que não correspondem à verdade.

O Orador: — Conheço melhor a corporação dó que S. Ex.a Procedo de harmonia com a lei e não de harmonia com os credos políticos.

Tenho dito.

O Sr. Oriol Pena (para explicações}:-^ Sr. Presidente: ouvi com muita atenção e com todo o respeito as considerações que o Sr. Ministro da Marinha acaba de produzir em resposta às minhas.

S. Ex.a falou do seu lugar como devia; suponho ter falado do meu também como devia.

S. Ex.a não ignora — há cousas que se sentem — a muita consideração que tenho pela sua pessoa. Apenas o conheço daqui, mas, pelo quê lhe tenho ouvido, julgo-o digno de respeito e penso estar--lhe a marinha bem entregue..