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xisão de 21 de Maio de 1924-

Essa -informação, digna de especial o assinalado registo, refere-se à próxima partida para os Açores de um grupo seleccionado entre o que há de melhor e maior ressonância ruis letras e em algumas modalidades de cultura especializada.

E uma viagem de .recreio certamente, e favorecida por esta temporada do ano em que as ilhas se entremostram jardins floridos a espelharem-se no azul dos vastos mares, mas é também, julgo eu, uma viagem do estudo e de recolha de impressões gratas qu^ dentro cm pouco nós havemos de ver vincadas em páginas de colorido e brilho a desdobrarom-se em tantas outras de propaganda da região açoreana.

Os Açores vão sor vistos com olhos de ver, e esses excursionistas que para ali vão partir tornar-se 'hão os arautos das belezas e das riquezas do arquipélago, e encantados devem 'vir com as suas belezas e os seus encantos.

Está bem, mas melhor estaria ainda se em consequência dôste facto, que não é certamente um acontecimento mundial, mas que é no emíanto um facto diguo de especial registo, as estações oficiais buscassem seguir na esteira dos que vão partir, a fim .de se aperceberem igualmente das necessidades do arquipélago, no sentido de satisíazôl-as,

Há muito também que se fala numa viagem presidencial à ilhas.

Certamente que ela se não tem realizado, nem se realizará a breve trecho, por motivos de oráern económica, e até motivos de ordem política, mas' é 'de esperar que ao primeiro ensejo favorável os Açores sejam visitado^ pelo Sr. Presidente da República, pois S. Ex.a projectou e já iniciou as suas jornadas através do país, e do país fazem parte os Açores.

Eu folgo bastante fazendo estas considerações estando V. Ex.1"1 na presidência desta Câmara, porquanto é certo que os Açores se honram de ter recebido já a visita de V. Ex.a

A visita de S. Ex.a o Sr. Presidente da República será muito honrosa para os Açores, inas essa visita seria mais profícua e proveitosa e do imediatos reflexos no progresso daquelas regiões se fossem também alguns membros do Poder Exe-

cutivo, especialmente aqueles que têm .a seu jcargo as pastas por onde podem mais •làcilmente valorizar q,s aspirações do povo açoreano.

Aproveito este ensejo para saudar daqui ôsse núcleo de homens que vão certamente com a intenção de se desanuviarem da atmosfera pesada que aqui respiram, mas que também vão com a intenção e. com o objectivo principal de, prestar homenagem ao grande português, ao grande açoreano. àqupJe que eu ouço chamar um dos primeiros, se níío o primeiro poeta do nosso século, soletista e filósofo, o grande Antero çle Quental.

Tendo vivido largos anos lá fora, entendeu que devia ir descançar para os Açores, terra onde nasceu, e lá ibi, encontrando ali a morte.

Eu desejo que fiquem registadas estas minhas palavras de saudação e de home-nagom ao grupo de jornalistas, homens de letras e artistas em todo o sentido da palavra, que por estes dias partem para-os Açores a prestar homenagem Aquele que honrou, e honrou muito, a terra onde 'nasceu.

Não pode o Senado levar-me a mal que eu lhe tivesse roubado estes poucos minutos, porquanto eu tenho visto aqui prestar homenagem a factos e a pessoas em condições que certamente não eram mais ocasionais do. que esta.

O orador não reviu.

O Sr. Oriol Pena: — Sr. Presidente : Aproveito a ocasião de me ter sido concedida a palavra, que V. Ex.a me tinha reservado na sessão anterior, para me associar com muito gosto, muita satisfação e muito prazer, ao voto de sucesso e do filogrin que Q npsso prezado colega Sr. Machado Serpa acaba de propor para ser enviado em nqme desta Câmara às pessoas que vão fazer uma demonstração brilhante do que valem ainda hoje as letras, o jornalismo, a arte portuguesa, à provinda dos Açores.