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Diário dás Sessões do Senado

bras em 1919, pagaram juro ato 19 de Outubro de 1921 e só de então para oá é que deixaram de pagar em presença de um despacho iníquo e anti-patriótico do Sr. Peres Trancoso.

Portanto, se os Bancos reconheceram a obrigação de pagar o juro, evidentemente que não consideravam a questão liquidada.

Esta questão não pode continuar a pro-'telar-se para honra e prestígio da República. Tem de se liquidar, seja conio for; mas é preciso pôr um ponto fmal para que se mostre que o Estado não tem medo de se defrontar com nenhuma entidade, quer ela seja portuguesa, quer seja estrangeira.

Bem liquidado ou mal, é necessário pôr termo final para que nunca mais se tor--ne a falar de forma como se fala, porque esta questão dá ensejo a muitas suspei-ções, pois fala-se em muitas centenas de contos para comprar a imprensa e até individualidades políticas de grande presíí gio. É preciso que o Governo tenha a coragem precisa para a liquidar.

Tenho pena de que não esteja presente o Sr. Ministro das Finanças ou o de Agricultura para lhes dar conhecimento de

• várias falcatruas que se têm praticado em matéria do receitas do Estado.

Em 1921 o Estado Português importou um carregamento de fosforiíes, fosforites essas que foram descarregadas no porto de Lisboa, transportadas no vapor Coimbra dos Transportes Marítimos do Estado. Essas fosforites foragi entregues à Fábrica de Santa Iria e à Tinoca pela quantia de 2:800.000$, mas uma destas fábricas — a de Santa Iria — ainda não entrou nos cofres do Estado com um centavo.

Quanto à Tinoca, alguma cousa tem pago a título de prestações, muito iasi-. gnificantes, mas com grave prejuízo para o Estado em virtude do agravamento cambial. <_:E que='que' de='de' a='a' estado='estado' fazer='fazer' é='é' invoca='invoca' ao='ao' o='o' santa='santa' p='p' iria='iria' _0='_0' para='para' fábrica='fábrica' ela='ela' não='não' deve='deve' porque='porque' paga='paga'>

• Invoca um pretexto muito hábil, inventado certamente por algum advogado, inas que não procede e que consiste no seguinte :

Essa fábrica comprou uma outra de vidros na Marinha Grande que tinha negócios com o Estado e que se declara cre-

dora do Estado; nonseqiientemente, invoca essa razão e declara que nada deve e nada paga.

E preciso, portanto, Sr. Presidente, um Governo forte, enérgico, quer dizer, precisamos de mudar de Governo, mas não simplesmente mudar dum Governo nas pessoas mas mudar na orientação, j Temos de evolucionar para a esquerdas! (Apoiados).

Dentro desta organização jurídica nada, absolutamente nada, temos a esperar. j Quer seja pela evolução, quer pela revolução, nós temos que marchar para a esquerda! (Apoiados).

O Sr. Fernandes de Almeida finterrom-pendo): — ; Isso é que ó evolucionar rapidamente !

O Orador : — Quando entrei pela primeira vez na Câmara dos Deputados fiz esta afirmação de princípios.

Com a transigência que estamos teu do com os Bancos e as grandes companhias não podemos nunca conquistar prestígio, nem. autoridade, nem nos defendemos dos parasitas e sanguessugas que estão minando o país.

Só por meio duma política nova que chamarei de emancipação, que não é' possível fazer dentro da organização actual do Parlamento, sendo, portanto necessário recorrer ao eleitorado como se fez em França e Alemanha, é que é possível sair da actual situação.

Mas, Sr. Presidente, dizia eu que a Fábrica Tinoca devia uma soma considerável ao Estado Português. Esta fábrica foi adquirida pelo Banco Agrícola que, não lhe convindo administrá-la nas condições em que ela lhe foi transferida, organizou uma sociedade anónima em que entraram todos os valores dessa fábrica.

É pena que o Sr. Ministro das Finanças não esteja presente, para S. Ex.a tomar conhecimento das ladroeiras que se estão fazendo.

Nessa sociedade entrou a extinta Sociedade Tinoca com todos os seus bens móveis e imóveis, pelos seguintes valores :

Leu.,