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Sessão de 21 de Maio de 1924

o medalheiro vai parar à Casa da Moeda para ter eventualmente o destino que teve a prata, e se exprime habitualmente em português por: ser posto.no prego.

Se vamos assim deixar malbaratar o medalheiro que resultou de anos e anos de trabalho e de economia particular do Sr. D. Luís, e suponho não fazer parte dos bens nacionais, mas simplesmente privativo dos bens da Casa Real, desejaria saber a que título ou pretexto saiu da guarda do conservador do Palácio da Ajuda. O conservador do museu e mobiliário do Paço da Ajuda, consta-me, embora não me ocorra exactamente o nome, ser pessoa séria, e julgo ninguém duvida seja um bom republicano, não suspeito ao regime, chamar-se Augusto ou Ernesto Vieira.

O Sr. Augusto de Vasconcelos (inter-ro-mpendo) : —É o Sr. Custódio José Vieira.

O Orador:— Exactamente ; é o Sr. Custódio José Vieira, e consta-me ser tido, com razão, por bom e zeloso funcionário.

O que me constou e me foi referido por pessoa de boa fé é terem visto sair as caixas com o medalheiro do Paço do Ajuda e "consta terem sido transferidas para a Casa da Moeda.

Já em tempos também correu, e agora volta a falar-se no caso, pensar-se em dar à baixela de Germain o mesmo ou semelhante destino.

E necessário chamar a atenção do Senado para estes insólitos factos, pedir-lhe que os pondere e intervenha emquanto ó tempo.

Não podemos pretender salvar as finanças do Estado com quantias míseras em relação ao descalabro das finanças públicas, alienando verdadeiros valores artísticos, peças de primeira raridade, cuja perda nos tornará ainda mais pequenos perante o mundo culto.

O medalheiro do Sr. D. Luís e a baixela de Germain são peças de alto valor histórico e artístico e não podemos deixar ficar, sem protesto firme e severo, qualquer simulacro de tentativa

muito lenge. Prefiro, registando o meu protesto, terminar.

O Sr. Presidente: — A respeito da publicação do Diário do Senado eu direi a V. Ex.a o seguinte:

Foram V. Ex.as que fizeram constantes reclamações para que o Diário se publicasse em dia.

A comissão administrativa empregou todas as diligências para isso se efectuar; depois de terem sido aprovados para se poderem pagar as empreitadas aos tipógrafos da Imprensa Nacional, de fornia a eles poderem fazer trabalhos nocturnos, combinou-se com o director da Imprensa Nacional para que os Diário das Sessões estivessem impressos vinte e quatro horas depois, e nessa conformidade a comissão administrativa deu ordem para que os relatos das sessões estivessem prontos no mesmo dia às dez horas da noite. Os ta-quígrafos vieram dizer que era pouco tempo e então deu-se o prazo maior.

Não se publicou ainda, aquela sessão que foi sucessivamente prorrogada, relativa ao inquilinato, por falta de material; só folhas são novecentas, e V. Ex.a compreende o tempo que isso leva. Esperava que hoje viesse o primeiro Diário, mas infelizmente ainda não veio.

Relativamente aos vencimentos dos aspirantes, fez-se o que a lei manda. Os praticantes de taquigrafia tinham sido admitidos interinamente a substituir umas vagas de terceiros oficiais. Agora entraram no quadro, por concurso, para aspirantes, e recebem o vencimento que a lei determina.

A comissão administrativa não lhes aumenta nem diminuiu os vencimentos.

Quanto à remodelação dos serviços, a comissão administrativa está colhendo elementos para a fazer.

Não houve nem há má vontade.

O Sr. Oriol Pena (para explicações): — Agradeço as explicações dadas por V. Éx.a, mas devo dizer que não me satisfizeram completamente.