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Diária da» Sestôes do Senado

Se de facto se tivesse dado alguma falta, compreendo que se fizesse crítica séria e honesta, e não uma crítica tendenciosa e criminosa até, porque não é mais do que atribuir ao Senado uma responsabilidade que seria tremenda, se porventura tivesse de a assumir.

Postas as cousas neste pé, peço a V. Ex.% Sr. Presidente, que, nos termos da lei de imprensa, comunique, se assim o entender, o caso ao Procurador da Ee-pública dando-lhe conhecimento do artigo de fundo deste jornal (apoiados] respeitante ao caso que acabo de expor.

Apoiados.

O orador não reviu.

O Sr. José Pontes: — Coai mágoa ouvi ler o artigo de fundo de iioje do jornal A Imprensa Nova, e ainda com maior surpresa ouvi, há pouco, a um Sr. Senador dizer que a carta que deu motivo a esse artigo de fundo tinha sido publicada ontem no jornal O Rebate, órgão das comissões políticas-do Partido Eepublicano Português.

Digo com mágoa e com surpresa pela simples razão de que em ambos os jornais tenho amigos.

Fui durante muitos anos profissional da imprensa. Ainda hoje sou considsrado profissional, e, por muitos que trabalham na imprensa, tido como um dos melhores -camaradas, à gentileza dos quais devo a eleição de vice-presidente das duas associações de jornalistas que existem em Lisboa, a Casa dos Jornalistas e Associação dos Trabalhadores de Imprensa.

Quando estive na actividade diária do jornalismo todos os meus colegas tiveram ocasião de verificar que eu era um homem absolutamente honesto naquilo que •fazia.

Trazido para outros campos de acção, como pode ser o Parlamento, rcantenho inflexível essa linha de conduta.

Apoiados.

Honrado por uma determinação do Senado com a nomeação de secretário da comissão de redacção, cargo trabalhoso e difícil, porque passam por minhas mãos todos os diplomas, tenho tido tal escrúpulo no desempenho do cargo que não altero uma palavra, um ponto, uma vírgula sequer, daquilo que foi aprovado por esta Câmara,

Sobre a lei do inquilinato, que tantas paixões suscitou através dos múltiplos pontos de vista que aqui foram expostos, devo dizer que esses escrúpulos e cuidados foram levados ao máximo o ao exagero, a tal ponto que, tendo o-Sr. Cata-nho de Meneses, autor de uma proposta, pedido que lhe fosse permitido fazer uma pequena modificação na redacção definitiva, me opus dizerido-lhe que só poderia aceder a tal, desde que houvesse uma deliberação d® Senado.

•O ilustre colega concordou.

Assim se fez.

O Sr. Catanho de Meneses, que está presente, pode confirmar o facto, bem como V. Ex.a, Sr. Presidente, e dizer se isto é ou não verdade.

Verificando-se que a redacção proposta não estava em termos claros e compreensíveis, apresentei-a depois conforme o relator queria, e o Senado deliberou aprová-la.

De resto, isto passou-se com um qual-ouer artigo que não é aquele a que se refere a Imprensa Nova.

Levadas as cousas a um tal escrúpulo, creio que estou amplamente a coberto de qualquer critica estranha.

Apoiados.

Lamento, porém, e volto a repeti-lo, que a crítica venha da Imprensa, onde tenho amigos dedicados ê onde fui, sou e serei o melhor dos companheiros.

Mas a acusação é tam grave, que chamo para ela a atenção de V. Ex.a, que a não deve deixar em claro.

Eupresenta uma suspeição lançada sobre as comissões de redacção do Parlamento, porque se amanhã disser que as leis rlcpois de votadas sofrem ligeiras alterações, apresentando quaisquer diferenças, provocamos o mais completo descrédito da vida parlamentar.

Ora, Sr. Presidente, este ponto de vista é que deve merecer a atenção de V. Ex.a

E., como estou em questão, peço que no prazo de vinto e quatro horas, se for possível, sejam obrigados aqueles que acusam a verificar o que realmente se fez; e a declarar que se enganaram ou foram enganados por informadores sem escrúpulos.

De contrário, estaremos constantemen-te, debaixo de suspeições.