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Sessão de 26 de Novembro de Í924

Apenas, Sr. Presidente, uma afirmação eu desejo fazer: é que o Governo da Èe: pública de então, não podia ter encontrado nem mais competente, nem mais leal colaborador.

Muitos apoiados.

No momento em que nos faltava tudo, o general Tamagnini de Abreu mercê do seu grande bom senso e da sua grande competência, orientou duma forma verdadeiramente notável os trabalhos de preparação da nossa participação militar, participação essa que, como eu já tive uma vez a ocasião de dizer numa sessão da Sociedade de Geografia, participação essa, repito, que não teria sido efectivada, se não tivesse a orientá-la superiormente a tenacidade indomável e a f é inquebrantável do Ministro da Guerra de então, e a dirigi-la, a alta competência e o inexcedí-vel bom senso do general Tamagnini de Abreu.

Muitos apoiados.

O general Tamagnini de Abreu, de-, pois de ter comandado a divisão de jns^ trução em Tancos, foi o primeiro comandante do Corpo Expedicionário Português.

Teve ai certamente momentos bem difíceis, que o seu patriotismo, que a sua inexcedível f é e a sua competência souberam vencer com dignidade para o nosso país.

Sr. Presidente: eu que me orgulho de ter sido o mais modesto colaborador do falecido general, é com profunda comoção que profiro estas palavras, e que me associo só. voto de sentimento proposto por V. Ex.a, concluindo por dizer que a figura do general Tamagnini ^de Abreu, que hoje pertence à história, ficará nela registada como um militar, como um homem de uma lealdade inquebrantável e como um português verdadeiramente de lei.

Vozes: — Muito bem. Muito b,em.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. José Pontes: — Sr. Presidente: falo em meu nome pessoal.

Quero associar-me ao voto proposto por V. Ex.a de piedosa homenagem ao general Tamagnini de Abreu, e falo em meu nome porque o último acto oficial de Tama-

gnini de Abreu foi o de presidir a uma comissão de estudo para dar novos, alentos de vida aos mutilados do guerra.

Esse homem, como acaba de dizer o seu chefe de Estado Maior,, no C. E. P., foi um grande técnico -e um militar de sãos princípios, moralizador, disciplinador, com criterioso bom senso e de grande lealdade. Mas, para mim. c acima dessas qualidades, soube ser, depois da guerra, o maior amigo dos seus soldados.

Sr. Presidente: um oficial meu conterrâneo que se notabilizou na guerra, onde alcançou os maiores postos de honra e honras de valente, o major Eibeiro de Carvalho, quando foi chamado para gerir a pasta da Guerra, quis socorrer os mutilados que andavam implorando esmola pelas ruas — j cousa aviltante para a bondade portuguesa ! — e procurou entre os seus colaboradores alguém que pelo seu critério, pela linha de conduta, pelos conhecimentos da vida militar, soubesse dirigir uma comissão que tais estudos fizesse. O Sr. major Kibeiro de Carvalho escolheu para esse cargo o general Tamagnini de Abreu.

Figurei entre os civis que pertenceram a essa.comissão e tive essa honra, porque no Parlamento e na imprensa trabalhei e tenho trabalhado pelo bem desses heróis obscuros e infelizes. Foi meu companheiro, em idênticas circunstâncias, uni médico ilustre do corpo militar do C. E. P., o meu colega Mac Bride.

Sr. Presidente: nessa comissão, todos nós, civis e militares, fizemos trabalho de consciência e generosidade, que, se não ó isento de defeitos, é qualquer cousa de grande e enternecedor em benefício dos mutilados de guerra. E o general Tamagnini de Abreu, nas lõ ou 16 sessões que tivemos, no Ministério da Guerra ou em conversas no meu escritório, onde tinha a gentileza de me procurar, mostrou bem, sendo rigoroso no cumprimento dos seus deveres de oficial superior, que era também o mais bondoso dos chefes do Exército.

Tamagnini de Abreu, pelas suas qualidades de forte carácter, pelo seu carinho e.amor pelos militares, soube fazer aos mutilados aquilo que porventura os médicos militares de alta categoria burocrática nunca fizeram.