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Sessão de 16 de Janeiro de 1920

recer ao prestígio da República e dó sen funcionalismo. Apoiados.

O Sr. Joaquim Crisóstomo : — Sr. Presidente: após alguns meses de ausência, supus encontrar modificado o aspecto político nacional e ocupando as cadeiras do Poder um Governo íorte, enérgico, unido, disciplinado e competente.

Infelizmente a desilusão é a mais completa e a mais profunda e desoladora.

Não valia a pena ter substituído os Governos dos Srs. Álvaro de Castro e Rodrigues Gaspar pelo do Sr. José Domin-gues dos Santos, que fez a sua preparação para Presidente de Ministério em meia dúzia de conferências realizadas nos arredores de Lisboa e do Porto afirmando que o seu programa seria pão e liberdade. Todavia, a fome, a frivolidade e a banalidade é que têm campeado.

O país deve já estar cansado e indignado com esta substituição de Ministérios, tanto mais que no Poder se encontram apenas dois, ou três homens de valor, a quem presto consideração e respeito.

Entre eles tenho prazer em citar o Sr. Ministro da Guerra.

Para realizar um elenco ministerial como este, era preferível que o Sr. José Domingues dos Santos se conservasse na sua vida particular e política sem aspirações ao alto cargo em que se encontra.

Para organizar S. Ex.a um Ministério dêstss, seria preferível não sair da sua pacata vida particular, porquanto estava anunciado que S. Ex.a organizaria -um Governo composto de homens competentes e o que vemos são dois Ministros, os Srs. João de Deus Ramos e João deBar-ros, afastados da nossa vida política, sem trabalhos de competências manifestados para essas pastas que ocupam.

Assim, -este Ministério não passa de uma experiência.

Nada. Antes tem agravado todos os problemas.

Não melhorou a carestia da vida.

O facto de a libra ter baixado, em nada modificou para melhor a sitsiação.

Relativamente a subsistências, £0 que nos manifestou o Sr. Ministro da Agricultura?

,jPois ainda, agora, há um homem como

S. Ex.a que é realmente uma competência, bem que seja utopista, que pense resolver os problemas de subsistências, nomeando uma comissão para tabelar os géneros ?

Mas a verdade é esta: o Partido Republicano Português, que tem gente sua no Poder, tinha resolvido no seu Congresso .acabar com o Comissariado dos Abastecimentos. Pois vemo-lo restaurado depois de o Sr. Torres Garcia o ter extinto.

Diz-se que o seu restabelecimento foi por ficarem, se fosse extinto, sem trabalho dezenas de indivíduos.

Eu preferia pagar a esses indivíduos para não fazerem nada do que lhes pagar para eles estarem a fingir que trabalham.

Depois de restaurado, podia-se ter regenerado, mas não foi isso o que sucedeu, porque continua a cometer os mesmos erros.

Para provar o que digo, podia ler à Câmara muitos documentos.

Vou referir-me ainda a um caso que interessa especialmente a política do meu distrito, porque o Faial está nas mãos duma fábrica de moagem, que tem um jornal para descompor todos aqueles que não fazem a sua política e não defendem os seus interesses.

Consegui, por intermédio do Sr. Torres Garcia e com o auxílio do nosso colega Sr. Pereira Gil, que fosse autorizada a importação de 100. toneladas de trigo no Faial. , '

Ora V. Ex.a sabe que 100 toneladas para o Faial não tem importância alguma, pois ainda não consegui que para ali fosse nem um grama, porque a breve trecho os jornais começaram a fazer oposição e e conseguiram que o Sr. Torres Garcia, o mesmo que havia concedido para ali as 100 toneladas, as retirasse, dando em resultado vender a farinha como quere.

Em 1923 íoi autorizada a importação da farinha na Horta; o preço estava a 3$50; bastou que entrasse farinha para que baixasse lo$o para 2$36, qnere dizer baixou 1$14 em quilograma.

É claro que essa farinha foi absorvida pela própria moagem para conseguir os seus fins.