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Sessão de 11 de Março de 1925

gravíssimos de anarquia e do desordem, por não haver respeito nenhum pela lei •e ninguém se preocupar com o cumprimento dos seus deveres.

^Qual era o governador civil que, tendo a noção das suas obrigações, ia pôr polícia ao serviço da Câmara, ou dos anualistas, contra as decisões dum tribunal judicial?

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É, simplesmente, por os lugares não serem ocupados por pessoas com categoria que só dão estos e outros factos análogos.

Mas, através de tudo, ouve-se falar em revoluções; através de tudo, o jornal O Rebate, dava notícias dum movimento revolucionário, que devia rebentar por estes dias, dizendo mais que a Polícia de Segurança do Estado avisara a polícia de •segurança pública do plano da revolução, o que não a fez interessar muito pelo caso.

Não compreendo qual seja a função da polícia de segurança pública.

Acrescenta mais este jornal que um automóvel percorrera a cidade durante 4 ou 5 horas, transportando passageiros e distribuindo-os pelos diferentes pontos da cidade, deforma que, por exemplo, em S. Pedro de Alcântara estavam reunidos grandes grupos de revolucionários.

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Não posso acreditar que este jornal, com as responsabilidades de- órgão do Partido Kepublicano Português, venha fazer estas afirmações sem fundamento.

Mas o que é certo é que o Sr. Ministro do Interior até ao presente não consta •que tenha procurado saber se são ou não verdadeiras estas afirmações.

Que vai rebentar um movimento revolucionário, isso é certo; os seus resultados e consequências ninguém pode pre-vê-los, porque uma revolução é muito -contingente, sendo-o esta mais do que •qualquer outra, por não ter a seu lado as classes populares, as classes operárias.

Tudo faz prever, portanto, o fracasso desta revolução, porque não tem aquilo que se chama atmosfera própria para se desenvolver e1 para explodir.

Mas, na possibilidade ou na quási certeza quo o Governo possa ter de dominar ama revolução, não será preferível evitar

a atmosfera revolucionária que se está formando?

Por muito que haja o prazer de fazer mal, ó certo que, de tal revolução nenhuma vantagem vem. O Governo de"ve ir ao encontro das aspirações públicas, porque o número dos descontentes, em matéria política, é bastante numeroso.

O que conviria era uma política de entendimento. Em 1916, o Sr. Bernardino Machado conseguiu congraçar o Sr. Afonso Costa com o Sr. António José de Almeida, que eram absolutamente incompatíveis.

Também agora o Governo precisava de uma alta figura, para congraçar a família portuguesa.

Diz-se que o Partido Democrático tenciona propor o Sr. Bernardino Machado às eleições próximas. Isso agrada-me muito.

Nós precisamos neste momento do seu auxílio para congraçar elementos que es-tcão discordes na nossa política.

O Sr. Bernardino Machado é uma figura tam inteligente que nos tempos em que esteve na Universidade, interveio sempre nos conflitos entre professores e alunos.

Através da sua vida mostrou-se sempre conciliador e o seu conselho era sempre ouvido com respeito.

Não está presente nenhum. Sr. Ministro, mas isso não importa para que eu verse alguns assuntos. Um deles diz respeito ao porto de Lisboa. Ouvi há dias que tinha sido ordenada uma sindicância a um ilustre membro do Conselho de Administração desse estabelecimento, o Sr. Jacinto Simões.

Estimaria bastante ter conhecimento das razões que levaram o Sr. Ministro do Comércio a determinar essa sindicância porque, se há pessoas em que eu deposite confiança ilimitada, é no Sr. Jacinto Simões.

Desde que S. Ex.a foi para aquele Conselho, a administração caótica e irregular do porto de Lisboa tomou um aspecto sério acabando-se com as dissipações de dinheiro.

Esta sindicância deve ser obra de perseguição promovida por aqueles a quem não convém ali um funcionário tam honesto.