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Diário âas Sessões do Senado

sua ausência, para os comentários de um jornal republicano, A Tarde, a propósito da inexplicável atitude, verdadeiramente vergonhosa, do delegado do Governo no concelho de Torr.es Vedras na ocasião em que pacificamente os cremes daquele concelho faziam uma manifestação de fé dentro da sua igreja.

Não é suspeito ao regime o relato vindo donde vem. A Tarde é um jornal re;jub.i-cano.

Já tive conhecimento do que valo a cerebração deste delegado do Govêruu no concelho de Torres Vedras, pela sua atitude de provocação injustificada e insólita, sem o menor pretexto, manifestada a propósito de uma reunião a que ebtive presente.

Estava ali em Torres Vedras assistindo, como representante de uma organização política, a uma reunião ordeira, cordata, sensata o numerosa, quando apareceu este ilustre (!) funcionário querendo impedir essa reunião. Não levou o intuito por diante, o felizmente não insistiu pcr-que isso poderia ter algumas consequências desagradáveis para ele e para quaisquer outras pessoas.

Não sei mesmo se ele dispunha de força bastante para impedir eficazmente a reunião.

Foi ali pôr uma nota irritante, muito embora tivesse sido por assim dizer convidado, instado, para estar presente e ver o que lá se passava. .

Entra na sala o Sr. Ministro da Justiça.

O Orador: — Ainda bem que chegou o Sr. Ministro da Justiça, porque acho conveniente que S. Kx.a deite os sous olhos misericordiosos para o facto a que mo estava a referir, relatado num jornal que não.deve ser suspeito a S. Ex.a por ser republicano.

Eeferia-me à provocação feita pelo delegado do Governo no concelho de Torres Vedras. por ocasião de uma manifestação ordeira de fé que se estava ali praticando dentro de um templo a isso destinado.

Por incidente referi-me também à maneira desagradável como essa autoridade quis perturbar uma manifestação de propaganda livre porque ela não lhe agradava, e consta-me até que quis levantar au-

tos para procedimento judicial contra determinaras pessor.s, com fundamento em princípios que são pouco verídicos, devendo subsistir unicamente o facto de esta-rera ali ao abrigo de direitos concedidos pela Constituição actual a pessoas que escavara pacificamente a fazer a sua propaganda.

Ora este jornal, A Tarde de ontem, -impõe a responsabilidade do tudo o que de desagradável pudesse ter acontecido ao tal delegado do Governo. Chamo para isso a atenção do Sr., Ministro da Justiça, pec indo-lhe para transmitir estas observações ao seu colega do Interior, solicitando lhe um inquérito severo e imparcial de modo a proceder-se contra quem tenha de se proceder, evitando-se a repetição de factos desta natureza.

A representação monárquica naquele concelho é bastante numerosa, como tive ocasião de ver recentemente nessa reunião a que assisti e a que me referia precisamente no momento em que S. Êx.a entrava nesta sala, e onde de perto pude ver estar esse delegado do Governo longe de ser uma pesK>a competente, com, a prudência, serenidade e inteligência necessá-ias para lhe estarem entregues interesses e responsabilidades de importância.

Visto que o Sr. Ministro está presente e visto que pode intervir directamente por si e pelo seu colega, não me alongo mais ped udo-lhe o favor de transmitir essas singelas considerações ao seu colega do Interior, e, se tiver pachorra, para passar peles olhos o que se diz no artigo deste jornal A Tarde, de hoje, que mando f nt regar a S. Ex.a

Tenho dito.

O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos

(Adolfo Coutiuho):—Sr. Presidente: ouvi as considerações que acaba de fazer o Sr. Oini Pena sobre es iactos ocorridos em Torres Vedras, acerca de uma pro-jectrda procissão. Como S. Ex.a disse muito b-.?m, o assunto não corre pela minha pasta.