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Sessão de l de Abril de 1925

gás, a quem desejo referir-me, Srs. Ernesto Navarro e Augusto de- Vasconcelos.

Tenho o prazer de ver entrar agora na -sala o Sr. Ernesto Navarro. *

O Sr. Augusto de Vasconcelos anda •em vilegiatura, que estou convencido que terminará quando regresse do estrangeiro onde vai representar-nos na Conferência Inter-Parlamentar de Comércio.

E sobre este assunto que pedi a palavra.

Escusado será dizer qual é a situação angustiosa em que se encontra o Tesouro Público.

Lutamos há muito tempo com enormís-•simas dificuldades e de tal ordem que ainda as não vi computadas numa soma segara e autêntica. Não se sabe a quanto verdadeiramente se eleva o déficit.

Pojs, apesar disso, numa manifestação de loucura, queremos mostrar ao estrangeiro que somos ricos, que somos pessoas com juízo para nos governarmos e administramos quando somos, infelizmente indivíduos com uma grande incapacidade para isso.

Desde a guerra para cá, tem-se mandado ao estrangeiro várias expedições para nos representarem em situações diversas, mas sempre com um grande ónus para o Tesouro.

Agora mais uma comissão, delegada do País, vai, creio que a Roma, à conferência interpalamentar do comércio, pagando--se 10 libras ouro diárias a cada um dos delegados, fora o resto.

Assim se fez também o ano passado com a conferência que se realizou em Praga, onde foi também o Sr. Augusto de Vasconcelos.

Pregunto: o que é que de prático e positivo -em interesses para o País tem redundado dessas delegações muito brilhantes pela categoria individual dos delegados, mas com grande ónus para o Tesouro Público?

Eu compreendia que mandássemos uma representação a essa conferência, mas que fosse modesta, que não trouxesse tam fartos prejuízos para o nosso País, pelo que •diz respeito às despesas a fazer.

Sr. Presidente: parece-me que qualquer mosso representante acreditado lá fora teria a competência precisa para tratar do assunto,, sendo-lhe xtodas as -informações •enviadas pelo Ministério. respectivo.

Se porventura verificássemos que para o País tinham resultado benefícios dessa representação, se o País assistisse a qualquer cousa de concreto realizada com a expedição brilhante dessa delegação lá íora, eu teria 'de me curvar perante a evi-^ dência.

Nós ouvimos aqui numa sessão, há dois meses, o que se passou na última Conferência Inter-Parlamentar do Comércio, a que assistiu o Sr. Augusto de Vasconcelos.

S. Ex.a, muito brilhantemente, com o seu dossiê que trouxe, elucidou-nos do que se tratou; mas tudo nos pareceu palavras e só palavras, porque as> decisões e os conselhos que se têm tomado nessas interessantes reuniões não tem sido observados.

Em matéria de economia e finanças, em todos os capítulos da administração pública, os ensinamentos dessa assemblea internacional ainda não chegaram a ter reflexo no nosso País.

,?Que importa que vão lá fora trocar impressões delegados nossos que nos custam muito dinheiro, se disso nada resulta de benéfico, não por culpa deles, mas por culpa desta situação da impossibilidade em que o regime se "encontra de governar convenientemente ?

A cada passo, ouvimos os homens que se sentam nas cadeiras do Poder e nas bancadas do.Parlamento clamar que é preciso acabar com a situação lastimosa em que nos encontramos em matéria de finanças e economia; a cada passo vemos como os Srs. Ministros, membros do Poder Executivo, quando aparece uma nova situação, trazem um programa ministerial muito brilhante e muito interessante acerca do equilíbrio orçamental e dos seus propósitos de reduzirem com energia as despesas públicas e a circulação fiduciária,

^E de tais propósitos, o que tem resultado?