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Diário das Sessões ao Senado^

Pois., até hoje, não temos conseguido arrepiar caminho.

Outra recomendação que nas referidas reuniões se tem feito consisto em demonstrar que nílo se devo sobrecarregar o contribuinte com impostos exagerados. ^Eisso do que tem servido no nosso País?

Porventura já deixámos do ver no Diário do Governo diplomas constantes, aumentando as despesas públicas, sem cuo se criem as receitas correspondentes?

Sr. Presidente : pregunto á V. Ex.a se num País como o nosso, qno vive nestas condições, que é grande, sem dúvida nenhuma, pela sua história, que é grande pelos seus sentimentos de patriotismo, mas que é um País pequeno e quo não pode marcar no conceito internacional senão pela potência colonial que representa, eu pregunto, repito, se é justo, se é legítima esta constante reincidência da parte do Estado, gastando dinheiro à doida com representantes muito ilustres, muito competentes, mas quo não têm a força precisa para impor ao regime de que são vassalos uma nova orientação na administração pública.

Eu costumo encarar as cousas polo seu lado prátic.0.

Estamos numa época cm que todos os idealismos são muito interessantes, quando representam na efectividade dos factos alguma cousa de positivo.

Deixemo-nos de idealismos, se é que do idealismos se trata, porque não quero levar a questão para outro campo.

Mas o quo eu sei, Sr. Presidente, é que se fazem despesas enormes em ouro, sem nada de útil para o País delas resulte.

Estas minhas palavras não representam menos consideração pelos ilustres membros quo fazem parto dessa delegação ; servem unicamente para fixar um princípio de orientação e do administração de um país que luta com enormes di-culdades, que não tem um palmo do estrada onde um automóvel possa correr, cm que se passam meses o meses sucesi-vos sem se pagar aos professores de instrução primária.

Quando, ainda não há muito tempo, o ilustro Senador Sr. Ferraz Chaves, a pro-•pósito de unia tragédia que só deu na sua 'torra, propôs uma verba de 400 contos para minorar a situação das vitimas, por intimativa do Sr. Ministro das Finanças

foi essa verba reduzida a 120 contos, verba que foi fixada na proposta de duodécimos.

Isto significa, Sr. Presidente, quo o-Estado Português se encontra numa situação de decrepitude.

Mas, Sr. Presidente, há libras em ouro, há bom esterlino para pagar aos nossos delegados, que vão lá fora em passeio, visto não irem tratar de assuntos de inadiável urgência para o País.

Sem desconsideração para nenhum dos ilustres membros dessa comissão, sobretudo para o meu ilustro amigo e colega Sr. Augasto de Vasconcelos, que não está presente, não quero deixar de apreciar mais Osto esbanjamento, contra o qual me revolto e protesto.

Desejaria também abordar outro assunto, mas para isso estimaria que estivessem presentes o Sr. Ministro do Interior ou o Sr. Presidente do Ministério.

Se, porventura, no decorrer da sessão algum dos Srs. Ministros a que mo referi aparecer nesta casa do Parlamento e se porventura houver tempo, pedia aV.Ex.* a fineza de mo reservar a palavra.

Também desejaria saber, Sr. Presidente, se já estão na Mesa aqueles documentos que pedi, respeitantes à aquisição,, por parto do Estado, de acções do Banco do Portugal. 0

Há mais do um mês que os pedi o até hoje ainda não me foi fornecida qualquer indicação.

Desejaria que V. Ex.a me informasse-sobre o assunto. No caso de ainda não ic-rem vindo esses documentos, peço a V. Ex.a quo inste-por eles junto das repartições competentes.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente : — Ainda não chegaram as informações pedidas por V. Ex.3-

O Sr. Santos Garcia: — Roqueiro quo antes da ordem do dia seja discutido o. projecto de lei n.° 860.

Aprovado.

Lê-se.

h o seguinte:

Projecto de lei n.° 860