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384 ACTAS DA CÂMARA CORPORATIVA N.º 49

e de cada questão, e se tem acreditado pelo nível cultural em que se informa a pela propriedade austera dos conceitos.
Ao evidenciar este facto e o seu significado, cumprimento em VV. Ex.ªs todos aqueles que, desde os primeiros dias desta Câmara, têm concorrido paia o seu alto prestígio.
E desejo nesta oportunidade prestar especial homenagem ao seu ilustre Presidente, pondo em relevo toda a dignidade com que, por força dos seus muitos mentos, tem acrescentado o lustre do seu cargo.
Pedi a V. Ex.ª que me concedesse a palavra para referir a viagem que o Sr. Presidente da República fez recentemente os nossas províncias de Angola e S. Tomé.
Nunca neste lugar deixaram de ser assinalados, em anos anteriores, os factos relevantes que têm ocorrido na vida da Nação. Nem nunca a Câmara deixou de associar-se às grandes manifestações de entusiasmo e fé, que tantas vezes, nestes últimos tempos, têm unido todos os portugueses.
Aqui nos temos feito eco da exaltação pública de actos de governo que foram conduzindo a nossa gente, em anos sucessivos, a um grau mais alto de prosperidade e a melhores perspectivas de futuro. Repetidas vezes, dentro desta sala, se tem procurado dar justo relevo à contribuição que temos dado para defesa do progresso e da paz. E muitas outras se tem proclamado a nossa reacção à ofensa de estranhos contra a posição que conquistámos, e nos pertence, entre os povos do Mundo.
Depois deste altíssimo serviço que pelo Chefe do Estado foi prestado à Nação - e não menos, deve acentuar-se, a quantos precisam de defender connosco um património comum de civilização e de herança moral - encontro apoio nessa tradição para propor que se ilustrem os anais desta Câmara acrescentando-lhe uma referência à superior transcendência do facto.
Todos temos vivido intensamente, nestes últimos meses, alguns momentos grandes da vida nacional.
Ouvimos, em princípio de Agosto, a palavra fume e precisa do Sr. Presidente do Conselho, definindo, segundo as determinantes da tradição, da moral e da lógica, a condição histórica que torna indivisa a Nação Portuguesa, na pluralidade em que se constitui, de terras, de raças e de crenças. E ouvimos, interpretadas por ele, clarividentemente, as directrizes da nossa concepção - social, política e humana - no que respeita à causa ultramarina.
Assistimos, poucos dias depois, à animação que as forças armadas fizeram formalmente, dentro das paredes deste vetusto palácio de S. Bento, do seu intimorato propósito de jogar a vida por essa concepção, na defesa, em cada parcela da Nação, dos valores materiais e morais que são pertença sagrada da gente portuguesa.
E a seguir realizou-se essa impressionante e magnífica romagem, que trouxe, a este mesmo pensamento, a adesão voluntariosa do País inteiro, representado por meio milhão de homens e mulheres, de qualquer condição e todas as idades, todos os que dispuseram de um meio para poder deslocar-se, que fraternalmente se juntaram, na mais espaçosa praça de Lisboa, para virem dar ao Chefe do Governo um novo testemunho de reconhecimento, confiança e fé.
E, como sempre acontece quando está em causa o brio nacional, juntou-se vigorosamente à da metrópole a voz do ultramar.
Cumpre afirmar, neste ponto, que só um facto poderia ter acrescentado o ambiente de fervor patriótico que nessas circunstâncias se criou, e o facto ocorreu, com a viagem do Presidente da República às terras africanas de Angola e S. Tomé.
O alto prestígio da sua figura de militar e homem público, bem como a espontaneidade franca que molda o seu carácter, fizeram com que tudo concorresse, nessa apoteótica e histórica viagem, para tornar mais vultoso o seu significado.
Concorreu o propósito, evidente, de visitar primeiro as paragens e a gente do Congo, que a luta desde entrada flagelou, por onde mão estranha iniciou o ataque insidioso à nossa ocupação de séculos, à nossa activa empresa de civilização, e, sobretudo, à nossa obra, nunca igualada, de dignificação e de resgate da pessoa humana.
Não menos concorreu também a intenção de estar presente entre as forças armadas, que hoje, por toda a parte, se mantêm em guarda, garantindo a defesa das terras e dos povos, com primazia paia os postos avançados, onde respondem valorosamente pela manutenção da nossa soberania.
E, ainda, a serenidade transparente que o Sr. Almirante Américo Tomás imprimiu sempre a todos os seus actos, traduzindo assim, como qualificado representante de toda a comunidade portuguesa, a firme confiança que todos nós temos no futuro da Pátria.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Foram manifestações, constantes, de inteira comunhão de pensamento e de identidade com a Nação na forma de sentir, e foram motivo paia a intensa eclosão de afecto e entusiasmo, impressionante pela unanimidade, que o Chefe do Estado sentiu a cada passo, em todos os lugares que visitou.
Os 22 dias que passou em Angola, sempre entre a massa indistinta do povo - sem separação de raças, ou de crenças, ou de credo político -, constituem facto de que poucos países poderão orgulhar-se, e, por certo, o desmentido mais formal que podia ser dado a todos os que atacam a nossa posição ultramarina.
Nem podia ser senão assim, nessa terra portentosa de Angola. Menos não bastava para dar testemunho, junto ao Chefe do Estado, da têmpera dos seus homens, nem da sua feição portuguesíssima.
E menos não bastou também, durante a viagem de regresso, desde a passagem por S. Tomé e depois pela Madeira, até à emocionante recepção, a que todos pudemos assistir, que lhe foi feita pelo povo de Lisboa.
Aqui, como em África, a passagem do Presidente pelas ruas da cidade, quando os actos formais já tinham terminado, no meio da multidão que se apertava, junto dele, ao longo do percurso, por entre a aclamação vibrante que a sua presença continuadamente suscitou, bem parece poder servir de exemplo aqueles que, não só para o ultramar mas também para a metrópole, pretendem emprestar-nos conceitos de estatuto social ou apontar-nos regras de conduta política.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - E é sem dúvida uma grande força a evidência dos factos. Tão grande, que o crescente rumor deste sucesso conseguiu sobrepor-se à campanha de falsa informação que temos suportado, ganhou repercussão e volume fora de fronteiras e rompeu a barreira do silêncio que obstinadamente se lhe quis erguer.
Tem de acrescentar-se nestas considerações, com o merecido relevo, o papel que desempenhou, no acontecimento memorável que foi esta viagem, a esposa do Sr. Almi-