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27 DE NOVEMBRO DE 1967 1663

especializada e tecnicamente mais preparada - apesar de tudo
E um sector válido e responsável que pode dar ajuda efectiva ao Governo na condução dos negócios públicos
A sua ausência nesse esclarecimento, a sua não audição, ou a sua neutralização, são elementos negativos que conduzem, inevitavelmente, a um comando governamental descoordenado e não escurecido, que pode -mesmo na convicção de trilhar o melhor caminho - conduzir a situações de extremo embaraço provocadoras de desequilíbrios de difícil recuperação e, portanto, originadores de instabilidade social

vozes: - Muito bem!

Tal se não passará se se processar uma articulação permanente ao nível institucional que permita a conversa livre, sem interlocutores marginais entre o Governo e a representação constitucional da indústria
Cremos, sinceramente, que a tão embaraçada e confusa conjuntura industrial em que nos encontramos centrados não estaria a processar-se se tivesse havido a movimentação natural das instituições.
Vou mais longe, e penso que na génese da insuficiência do crescimento económico está fundamentalmente essa ausência de movimentação que não permitiu que a orientação governativa chegasse o apoio da experiência esclarecida do contacto com as realidades
À formulação do III Plano de Fomento está feita, e nela interveio, através das suas instituições representativas, a iniciativa privada, o que significa que no pensamento do Plano a intervenção da actividade particular se processaria efectivamente e que, em consequência, o Plano seria estruturado com um sentido de aplicação prática
A Câmara procurou tornar actuante esse sentido prático inspirativo, concluindo através dos seus pareceres por sugestões e alterações, com escasso fundo teórico e de fundamental carácter aplicado
Após a tomada de posição pela Assembleia Nacional, vai-se dar seguimento, com o princípio do próximo ano, à execução do Plano, e apraz-me registar que manifestou o Governo interesse para que essa execução se faça com intervenção directa dos organismos institucionais dos sectores através de centros técnicos constituídos a trabalharem em colaboração com o Secretariado Técnico da Presidência do Conselho.
Parece ser este um dos caminhos para o crédito e validade das instituições, e, consequentemente, para a segurança nos resultados a que todos pretendemos chegar. Mas não é o único caminho, e desejo bem que rapidamente se encontrem os outros, para se construir em termos operantes e sólidos o futuro de Portugal
Quero, todavia, terminar, Sr Presidente e Dignos Procuradores, com uma palavra, mais do que de esperança, de certeza a indústria portuguesa está consciente dos seus problemas, da sua solução e do seu destino Está disposta à mais sã, clara e leal colaboração com o Governo, e garante, se aproveitadas as suas potencialidades, o melhor progresso para o bem-estar do País

Vozes: -Muito bem, muito bem !

O Sr Ramos do Amaral: - Ex.mo Sr Presidente da Câmara Corporativa, Dignos Procuradores Quero, em primeiro lugar, confidenciar a VV. Ex H que é sempre com a maior emoção que entro nesta venerável Casa, percorro os seus corredores e me sento junto de vós Simples e humilde português, a quem a Providência concedeu a graça de, efectivamente, conhecer Portugal, e pela sua glória e grandeza trabalhar nas mais distantes províncias, vendo reconstruir Timor, florescer Moçambique e vivendo em Carmona, na primeira linha de combate, as horas amargas, mas vibrantes, em que todos sentimos que as nossas próprias vidas pouco significavam ante a grandeza do que estava em jogo - bem podem VV Ex.ªs compreender como me é grato vir aqui falar do futuro e dar o meu modesto contributo para o estudo de planos que visam o fomento da riqueza nacional e o bem-estar das gerações que nos hão-de suceder e que, pelo menos tão bem como nós, hão-de saber continuar Portugal
Sr Presidente, Srs Procuradores Eu sei que nada vos digo de novo e que perto ou longe dos acontecimentos todos VV. Ex.ªs os viveram e os sentiram
Não posso, porém, deixar de salientar o facto verdadeiramente excepcional de tudo termos sabido enfrentar - e vencer! - sem temor do presente e sempre confiantes no futuro Deu-se como que um desdobramento da potencial dado da Nação e todo o esforço de guerra tem podido ser realizado, sem quebra dos planos traçados, para que Portugal seja, cada vez mais declaradamente, uma grande e próspera Nação Todos os que nesta assembleia, tão altamente representativa, nos temos reunido somos testemunhas de que, na sua esmagadora maioria, os problemas que temos estudado e equacionado se referem ao futuro Quer dizer desta Casa sai um brado de confiança que se dirige a toda a, Nação Brado que (sem qualquer intuito de privilégio) tem especial ressonância nas terras quentes e exuberantes do ultramar, onde, talvez por vivermos longe da Mãe-Pátria, a sensibilidade e o amor ganham expressões que nem todos estão em condições de avaliar
Seis anos depois da brutal agressão de que fomos alvo, quando o mundo dos tradicionais potentados ainda se debate em comprometedoras hesitações e muitos vivem na penumbra das dúvidas mais atrozes, nós, os Portugueses, que alguns julgaram poder riscar do mapa, confiamos tanto na nossa força - força toda feita de razão e de justiça- que, serenamente, preparamos um futuro melhor para os nossos filhos e netos
Em 1961, na cidade de Carmona, capital do distrito do Uíge, que tive a honra de governar nos horas em que enfrentámos o primeiro choque e, depois, de transmitir no exemplar cidadão que é hoje o governador-geral de Angola, tenente-coronel Rebocho Vaz, a quem a província e a Nação já devem altos e relevantes sei viços, nunca duvidámos de que venceríamos Digo-vos, no entanto, que nunca supus que tudo se conseguisse resolver tão rapidamente Devemo-lo ao notável esforço realizado pela Nação e ao patriotismo e longa visão do homem que, graças a Deus, preside ao Governo o Sr Doutor António de Oliveira Salazar
Devemo-lo, meus senhores, a essa gloriosa juventude integrada nas nossas foiças armadas, que, em hora tão grave para a Nação, soube destemidamente rechaçar o inimigo e dar ao Mundo um nobre exemplo de virilidade, de bravura e de espírito de sacrifício
Dignos Procuradores Precisamente para ser breve, resolvi escrever estas palavras, pois receava que a emoção me levasse a alongar a intervenção e a maçar VV. Ex.ª a com recordações sempre tão vivas e presentes no meu espírito
Antes de terminar, desejo chamar a atenção de VV. Ex u para problemas que considero não só justos, como da maior oportunidade e do mais alto significado no momento que a Nação vive
Todos temos o dever de fazer tudo que esteja ao nosso alcance para que todos os portugueses tenham plena cons-