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18 DE FEVEREIRO DE 1972 1195

do Mercado Comum pode, em certo sentido, dizer-se inversa da mundial.
Noutro sentido, pode observar-se a perspectiva de um aumento da procura, não à sombra dos grandes consumidores actuais, mas graças aos medias e pequenos consumidores, verificando-se, deste modo, uma modificação nos hábitos alimentares. Os gastos, a publicidade e o nível económico dos povos não serão, pois, alheios ao sucesso das esforços a empreender.
Conhecerão as tempos próximos uma solução razoável do problema vitícola mundial, graças à intensificação das trocas internacionais, apoiadas numa eliminação de barreiras, consumando-se um equilíbrio geral que anule os desequilíbrios locais?
Segundo Protin, director do Office International de la Vigne et du Vin, os vinhedos mundiais expandir-se-ão lentamente, alcançando 11 milhões de
hectares, dos quais 9,9 milhões destinados a uvas para vinho.
Assim, com base no rendimento médio de 39,3 hl por hectare, poderia concluir-se que em 1990 a produção mundial se aproximaria dos 890 milhões de hectolitros.
Entre 1959 e 1967 as populações dos países consumidores aumentaram de 1168 milhões de habitantes para 1328 milhões.
Nestes mesmos países o consumo anual per capita passou de 16,4 l em 1959 para 17,4 1 em 1967.
O aumento registado entre 1959 e 1967 no consumo directo ficou a dever-se ao crescimento populacional (dois terços) e ao aumento do consumo per capita, (um terço).
As possibilidades de expandir o mercado mundial dependerão essencialmente do aumento do consumo per capita.
Os esforços até agora despendidos pelos países produtores, a tal propósito, têm sido insignificantes. Parece que os vinicultores da maioria dos países europeus não aceitaram ainda a ideia de que o vinho é um produto comercial. Têm-se recusado, em suma, a adoptar uma estratégia comercial que fomente a própria procura.
O consumo em 1990 dependerá não só do «consumo directo», mas ainda dos «usos e perdas industriais».
Já se calculou que os «usos e perdas industriais» atingirão, em 1990, 45 milhões de hectolitros.
Só as «perdas») normalmente computadas em 2 por cento do total das colheitas, somariam nesse ano 8 milhões de hectolitros.
Neste modelo chegar-se-ia às seguintes conclusões:

Produção: 390 milhões de hectolitros;
Consumo total: 405 milhões de hectolitros.

O mercado mundial de vinho revelaria um deficit de 10 a 15 milhões de hectolitros, ou seja o equivalente a 2,5 por cento da produção.
Outras previsões, realizadas na base de grupos de países, revelam um ligeiro aumento na produção e uma pequena diminuição no consumo. Os resultados seriam os seguintes:

Produção: 395 milhões de hectolitros;
Consumo directo: 346 milhões de hectolitros;
Usos e perdas industriais: 45 milhões de hectolitros;
Procura total: 391 milhões de hectolitros.

O acentuar da tendência, já referida, de o aumento do consumo se dever ao acréscimo da população, poderá permitir o seguinte resultado:
a) População dos países consumidores:

Em 1967, 1328 milhões de habitantes;
Em 1990, 1700 milhões de habitantes;
b) Consumo anual per capita:

Em 1967, 17,5 l;
Em 1990, 21,2 l;

c) Consumo directo total:

Em 1967, 232 milhões de hectolitros;
Em 1990, 360 milhões de hectolitros.

«Estes números podem encorajar os vinicultores a adoptarem uma política mais dinâmica que contemple, ao mesmo tempo, a produção e as vendas.» 11

3 - Produção e comércio de uva de mesa

9. A produção mundial de uva de mesa atingiu, em 1970, cerca de 6245 milhares de toneladas. Este número revela o incremento sensível verificado nos últimos anos, quando o compararmos com as médias de produção de 1955-1958 (3848 milhares de toneladas) ou de 1959-1962 (4764 milhares de toneladas).
O quadro VII permite uma ideia da repartição da produção mundial par grandes regiões económicas.

QUADRO VII

[Ver Quadro na Imagem].
Fonte: F. A O. L'Économie Vitivinicole Mondiale.

Os elementos disponíveis do Office International de la Vigne etb du Vin, constantes do mapa VI anexo a este parecer, permitem sintetizar, por continentes, nestes termos a produção de 1969 e 1970:

[Ver Quadro na Imagem].

Pode afirmar-se que boa parte dos países dotados de condições naturais para a produção de uva da mesa tem intensificado o seu cultivo (recomendação do VI Congresso

11 Cf. o artigo publicado em Julho-Agosto de 1970 na Revue Vinicole International, por D. Boulet e J. P. Laporte, «Reflections on the Long Term Prospects of the World Market for Wine», pp. 109 e segs. Cf. ainda o relatório de. B. Protin, do O. I. V., intitulado Situation de la Viticulture dans le Monde en 1970, Outubro de 1071 (ed. ciclostilada).