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20 DE NOVEMBRO DE 1940 91

unânime dos portugueses. Êste simples facto constitue o sou melhor elogio.
Neste momento solene da vida de Portugal e do mundo um pensamento elevado, um sentimento nobilíssimo, reuniu-nos a todos, sem lutas, sem divergências de opinião, no respeito pelos nossos maiores, pelos seus feitos, pelas suas glórias, no orgulho do nosso destino e da nossa actuação, e este foi um acto de consagração que não constava do programa mus que saiu espontâneo do coração de todos os portugueses.
Sr. Presidente: durante o interregno das nossas funções foram chamados a sobraçar novas e importantes pastas do Govêrno alguns dos nossos colegas.
Se vamos sentir a falta da sua colaboração alguns eram dos mais assíduos e dos mais brilhantes nos nossos trabalhos -, consola-nos a idea de que a sua inteligência e as suas faculdades do trabalho serão mais úteis no Govêrno, onde agora se encontram.
Apoiados.
Quero daqui, Sr. Presidente, endereçar-lhes os meus cumprimentos, significar-lhes os nossos votos de felicidade nos árduos trabalhos que os esperam.
Peço licença para lembrar a V. Ex.ª, Sr. Presidente, que uma comissão nomeada por V. Ex.ª procure êsses nossos colegas para lhos apresentar os cumprimentos em nome da Assemblea.

Vozes:- Muito bem!

O Orador:- Uma alta figura da actual situação toma hoje peja primeira vez lugar nesta Assemblea. Refiro-me ao nosso ilustre colega Sr. Dr. Manuel Rodrigues, que por tantos anos sobraçou a pasta da Justiça, onde realizou uma obra por muitos títulos notável, e a quem a situação e o País devem inestimáveis serviços.
S. Exa., a quem o uso para longe do Poder não embotou a sensibilidade, soube ser um estadista do superior visão sem deixar de ser humano, vincando mesmo uma excelsa qualidade do seu carácter e bondade.
Apresento a S. Ex.ª os meus cumprimentos.
Finalmente quero aproveitar o ensejo para agradecer à Câmara Municipal de Lisboa, que foi a única entidade que se lembrou do convidar os Deputados para as duas solenidades em que comparticipou do programa das festas centenárias.
O facto, pela sua raridade, merecia o reparo e o agradecimento.
Disse.

Vozes:- Muito bem, muito bem!

O Sr. Vasco Borges: - Sr. Presidente: as judiciosas e oportunas considerações que acabamos de ouvir a V. Ex.ª e aos oradores que acabam de falar inspirarar-me o desejo de acrescentar-lhes algumas palavras. Não me referirei ao que V. Ex.ª afirmou acerca do alcance e magnificência das comemorações centenárias, porque nada posso acrescentar ao brilho do que V. Ex.ª disse a esse respeito, nem à verdade. V. Ex.ª enalteceu em especial a cerimónia de Guimarãis e a Exposição do Mundo Português.
Com efeito, nas páginas brilhantes que em Portugal se tom escrito nos últimos tempos acêrca do seu passado, podemos considerar esses dois factos como culminantes.
Mas V. Ex.ª aludiu a outros acontecimentos que merecem também destaque e que ocorreram durante o interregno parlamentar.
É relativamente a êsses que me permito, acrescentar algumas palavras, congratulando-me, como de certo toda a Assemblea se congratula, com a política externa do Govêrno Português orientada pelo Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros em passagem tam aguda e tam eriçada de dificuldades e perigos como aquela que todos os povos atravessam neste momento. Essa política, que tem a unanimidade dos votos da Nação, conquistou também o agradecimento de todos os portugueses.
Há, porém, um facto que nesta hora merece ser aqui destacado, não só porque com êle todos nós nos regozijámos oportunamente, mas também por virtude do que êle representou para a Nação.
Refiro-me ao Protocolo adicional ao acôrdo com a Espanha, que representa efectivamente qualquer cousa, que, sendo ao mesmo tempo motivo de tranquilidade para toda a Nação, é do mesmo passo um facto que marca evidente e iniludivelmente a inteligência, a visão e o sentimento da responsabilidade com que tem sido orientada a política externa de Portugal no momento grave que atravessamos.
Apoiados.
Sr. Presidente: há outro facto ainda a que quero referir-me, um facto que não deixou que as comemorações centenárias chegassem ao fim sem nelas haver uma página triste: o atentado da Sociedade do Geografia, contra o Arcebispo-Bispo- do Aveiro e contra o neto do ilustre Chefe do Estado, atontado êsse que mereceu a reprovação indignada de toda a Nação o que vibrou um grande e profundo golpe nos sentimentos do venerando Chefe do Estado.
E, Sr. Presidente, estou convencido de que a Assemblea tem no seu espírito a manifestação de um voto de forte repulsa por êsse nefando acto e de solidariedade afectuosa com o Sr. Presidente da República, no transe cruciante por que passou o seu excelso coração.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Comunico à Assemblea que está na mesa a proposta de lei de autorização de receitas e despesas para o ano de 1941, que o Govêrno enviou no cumprimento de um preceito constitucional.
Vai ser enviada à Câmara Corporativa.

(Esta proposta vai publicada na integra no final do relato da sessão).

Pausa.

O Sr. Presidente:- Vai passar-se à

Ordem do dia

O Sr. Presidente: - Como há uma vaga de 1.º secretário da Mesa, motivada não só pelo pedido de renúncia do Sr. Dr. Lopes de Almeida, que ele já houvera feito anteriormente, como também pelo facto de S. Ex.ª fazer actualmente parte do Governo, tem de proceder-se à eleição desse cargo. E, de harmonia com o Regimento, há também, que se proceder à eleição de dois vice-presidentes.
Suspendo, pois, a sessão por alguns minutos, a fim de os Srs. Deputados poderem confeccionar as suas listas.

Eram 16 horas e 54 minutos.

O Sr. Presidente: - Está reaberta a sessão.

Eram 17 horas e 5 minutos.

O Sr. Presidente:- Vai fazer-se a chamada para as eleições.

Procedeu-se à chamada.