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110-(42) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 115

Pròporção das reservas para as responsabilidades escudos à vista do banco emissor:

.......................................................... Por cento ... Índices

1936 (31 de Dezembro) .................................... 46,55 ... -
1938 (31 do Dezembro) .................................... 42,90 ... 100
1940 (31 de Dezembro) .................................... 44,37 ... 103
1941 (25 de Junho) ....................................... 46,87 ... 109

De 1938 para 1940 essa proporção, a despeita do aumento de circulação, teve um acréscimo de 3 por cento; para meados de 1941 Esse acréscimo foi de 9 por cento.

No relatório do Banco de Portugal de 1940, tratando-se da função emissora do Banco, dão-se estes esclarecimentos, que são deveras sugestivos:
Apuramentos feitos em 31 de Dezembro do 1940:

Milhares de contos

Excesso de saídas sôbre as entradas de notas durante o ano:

Ouro e disponibilidades em moeda estrangeira ................. 787
Empréstimos o suprimentos .................................... 24
Moeda divisionária ........................................... 15
Diversos ..................................................... 8

Excesso do entradas sôbre as saídas de notas durante o ano:

Carteira comercial ................................... 34
Tesouro Publico conta corrente........................ 86
Junta do Crédito Público ............................. 26
Depósitos de bancos e banqueiros...................... 248
Depósitos diversos ................................... 14
Outras responsabilidades ............................. 73

...................................................... 481

Aumento do circulação de 1939 para 1940............... 353

Estamos vendo que para aumentar as reservas de ouro de 787 mil contos, em 1940, só, foi preciso um excesso de saídas sobre as entradas de notas de 353 mil contos.

Um quadro semelhante mais actualizado aparece no relatório mensal do Banco de Novembro de 1941, a que atrás fizemos referência:

Milhares de contos

Excesso do saídas sobre as entradas de notas no período de 29 do Outubro a 26 de Novembro de 1941:

Reservas o outras disponibilidades no estrangeiro ........... 554
Conta corrente do Tesouro Público ........................... 6
............................................................. 560

Excesso de entradas sôbre as saídas no mesmo período:

Depósito da Junta do Crédito Público ... 23
Depósito da Caixa Geral de Depósitos,
Crédito e Previdência .................. 90
Depósitos de bancos e banqueiros........ 279
Outros depósitos. ...................... 2
Diversas outras responsabilidades....... 25
Diversos ............................... 10
Moeda divisionária ..................... 2
Carteira comercial e outros empréstimos. 10

........................................ 441

Aumento da circulação...................... 119

Aumento da circulação de 119 mil contos, é certo, mas as reservas aumentaram, no mesmo período de 654 mil contos.
Do bem elaborado relatório do Banco de Portugal de 1940 extraímos estas passagens, a p. 20, que nos parecem bastante elucidativas:

a abundância de disponibilidades, no mercado provém de um Acréscimo importante de depósitos efectivos gerados por cambiais afluídas aos bancos e que estes venderam ao lanço emissor. Quere dizer: houve uma apreciável conversão de valores monetários estrangeiros em valores monetários nacionais, o que, além do mais, traduz uma confiança no escudo, que, aliás, se justifica perfeitamente.

Outras foram também, como aliás se explica no mesmo relatório, as causas do aumento da circulação.
Assim, diz-se a p. 23 que:

Indicadores económicos revelam a existência de actividades económicas que têm progredido, o que implica a necessidade de uma maior cifra de circulação.

Registemos esta afirmação do nosso banco central, de actividades económicas que têm progredido.

Segundo a indicação que o Banco nos dá também a p. 23, o entesouramento de notas pelos particulares e pela população flutuante estrangeira terá igualmente determinado o acréscimo da circulação:

Assim também o agravamento dos preços, agravamento, diz o Banco, determinado pela alta de preços no estrangeiro.

Salienta-se no indicado relatório, referindo-se, bem entendido, a 1940, que só com muita lentidão e muito moderadamente essa alta de preços se verificou nesse ano no mercado nacional.

Vejamos agora a questão da alta dos preços:

Produtos alimentares-Preços por grosso (base: Junho de 1927=100):
.............................................. Índices

1936 (média anual)................... 83,6 ... -
1938 (média anual)................... 88,7 ... 100
1940 (média anual)................... 98 ... 110,4
1941 (média até Maio)................ 113,8... 128,8

Aumento nos preços por grosso dos produtos alimentares de 10,4 por cento de 1938 para 1940 e de 28 por cento para meados de 1941.

Em fins de Outubro de 1941 esta média de preços, referida a êste ano, segundo os últimos apuramentos publicados, estava em 114,3. O número índice corresponde, com referência a 1938, seria 128,8.

Produtos não alimentares-Preços por grosso (base: Junho de 1927=100):
............................................. Índices
1936 (média anual).................... 100,6 ... -
1938 (média anual).................... 128,1 ... 100
1940 (média anual).................... 190,7 ... 148
1941 (média até Maio)................. 218,8 ... 170,2

Aumento nos preços por grosso dos produtos não alimentares de 48 por cento de 1938 para 1940 e de 70,2 por cento para meados de 1941.