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28 DE JANEIRO DE 1942 110-(45)

portuguesa e essa era uma moeda do estabilização duvidosa.

A taxa de desconto do banco emissor, que hoje é de 4 1/2 por cento, chegou a ser, em 1923, de 9 por cento.
As taxas de desconto dos bancos e casas bancárias, quo hoje variam entre 4 1/2 e 6 por cento, variavam em 1925 entre 10 e 16 por cento, chegando a ser do 18 por cento.

Os particulares no mercado livre, que hoje emprestam, segundo nos diz o Banco de Portugal, a taxas inferiores às dos próprios bancos e instituições de crédito, emprestavam então, segundo as informações oficiais da Caixa Geral de Depósitos, registadas naquele trabalho, a taxas variando entre 15 e 30 por cento.
Então, a moeda de um país de finanças doentes, sujeita a todas as contingências e, por consequência, de estabilidade duvidosa.
Hoje, a moeda de um país são, por consequência moeda estável e em cuja estabilidade se confia.

A pequena alta muna produtos em relação à grande alta noutros e a não relação destas variações de preços com as variações do meio circulante são, quanto a nós, efeitos principalmente da lei da oferta e da procura.

Um facto sobressai desde já destas realidades: A perfeita legitimidade da repressão do Governo na alta dos preços no mercado interno, além de certos limites, de produtos de origem ou de fabrico nacionais e, pelo que respeita a estes últimos, com matérias primas nacionais.

Não há direito de, quando a grande maioria perde ou se sacrifica, recusando-se-lhe, em nome do bem comum, legítimos ganhos ou prejuízos menores, uma minoria aproveitar das circunstâncias, para auferir lucros excessivos e desproporcionados com o seu esfôrço.

Atenda-se, por exemplo, aos seguintes números-índices, que extraímos do último relatório do Banco de Portugal:

Cereais-Preços por grosso (base: Junho do 1927=100):

..................................... Índices

1938 (média anual). ......... 104,2 ... 100
1940 (média anual). ......... 110,4 ... 105,9

A lavoura de cereais entre nós aproveitou de 1938 para 1940 de um aumento nos seus preços do venda de 5,9 por conto.

Repare-se nestes números quando adiante verificarmos o aumento nos valores de exportação de certos produtos de origem nacional.

Vamos agora ver outros números e outras séries que merecem ser comparadas com as que anteriormente analisámos.

Revelam sem dúvida -no seu conjunto- lucros extraordinários de certas actividades.
Comecemos por ver os valores alfandegários da nossa exportação e quanto aumentaram de 1938 para 1940, isto não tendo havido aumento proporcional nas quantidades exportadas. Estas em muitos casos, pelo contrário, deminuíram.

Comércio especial - Exportação - Mercadorias nacionais e nacionalizadas, segando as classes da nossa pauta

[Ver tabela na imagem]

No mercado interno o aumento dos produtos da exportação foi, como se viu, de 1938 para 1940, de 17 por cento.
Aqui êsse aumento aparece de 42 por cento, isto em valores alfandegários e não obstante a deminuição de 26,1 por cento do peso das mercadorias exportadas:

............................ Toneladas ... Índices

1938 ....................... 1.540:469 ... 100
1940 ....................... 1.139:847 ... 73,9

Vejamos agora alguns números particulares referentes a 1940, com relação a 1938, que se nos afiguram igualmente sugestivos. Os números romanos são os da pauta.
Repare-se não só nos números índices, mas nas quantidades, em toneladas, e nos valores, em contos.

Comércio especial-Exportação

(Estatística do Comércio Externo, l vol., 1910)

(Base de referencia para os números relativos: ano de 1938=100)

Matérias primas :

I-De origem mineral:

........................... Toneladas ... Índices

1936 ....................... 810:569 ... -
1938 ....................... 863:627 ... 100
1940 ....................... 373:260 ... 43

........................... Contos ... Índices

1936 ...................... 84:562 ... -
1938 ...................... 74:403 ... 100
1940 ...................... 118:836 ...159

Menos 57 por cento no pêso; mais 59 por cento no valor.

II-De origem vegetal:

........................... Toneladas ... Índices

1936 ...................... 399:778 ... -
1938 ...................... 389:401 ... 100
1940 ...................... 480:735 ... 123

........................... Contos ... Índices

1936 ...................... 197:529 ... -
1938 ...................... 234:155 ... 100
194O ...................... 323:140 ... 138

Mais 23 por conto no pêso; mais 88 por cento no valor.

IV-Metais:

........................... Toneladas ... Índices
1936 ...................... 18:940 ... -
1938 ...................... 21:455 ... 100
1940 ...................... 16:847 ... 78

........................... Contos ... Índices
1936 ...................... 4:996 ... -
1988 ...................... 7:225 ... 100
1940 ...................... 31:266 ... 432

Monos 22 por cento no pêso; mais 332 por conto no valor.