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536 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 88

José Martins de Mira Galvão.
José Nunes de Figueiredo.
José Penalva Franco Frazão.
José Pereira dos Santos Cabral.
José Soares da Fonseca.
José Teodoro dos Santos Formosinho Sanches.
Luís António de Carvalho Viegas.
Luís Cincinato Cabral da Costa.
Luís da Cunha Gonçalves.
Luís Maria Lopes da Fonseca.
Luís Maria da Silva Lima Faleiro.
Luís Pastor de Macedo.
Luís Teotónio Pereira.
Manuel de Abranches Martins.
Manuel Beja Corte-Real.
Manuel Colares Pereira.
Manuel da Cunha e Costa Marques Mano.
Manuel França Vigon.
Manuel Hermenegildo Lourinho.
Manuel José Ribeiro Ferreira.
Manuel Marques Teixeira.
Mário Lampreia de Gusmão Madeira.
Pedro de Chaves Cymbron Borges de Sousa.
Ricardo Malhou Durão.
Ricardo Spratley.
Rui de Andrade.
Salvador Nunes Teixeira.
Sebastião Garcia Ramires.
Teotónio Machado Pires.
Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.
D. Virgínia Faria Gersão.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 70 Srs. Deputados.
Está aberta a sessão.

Eram 15 horas e 45 minutos.

Antes da ordem do dia

O Sr. Presidente: - Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Luís Teotónio Pereira.

O Sr. Luís Teotónio Pereira: - Vou referir-me a assunto que diz respeito à região que me deu a honra de eleger-me seu representante nesta Assembleia e de grande interesse para todos os que de Lisboa ou através de Lisboa só dirijam para o Sul.
A margem esquerda do Tejo fronteira à capital, há tantos anos votada ao mais deplorável abandono, viu, finalmente, surgir a sua hora. A obra do abastecimento das águas, em franco progresso, e o plano de urbanização, já elaborado, vão permitir à vila de Almada e arredores converter-se no mais pitoresco, saudável e acessível bairro de Lisboa.
Parece-me só haver vantagem em que isto suceda, sobretudo se considerarmos as condições difíceis impostas à população da capital, forçada a procurar alojamento na cada vez mais afastada periferia da cidade, sem transportes fáceis, e nem mesmo assim escapando a rendas incomportáveis.
Que esta situação não mostra tendências de melhoria prova-o o facto de ainda há dias ter sido coberto a ouro o metro quadrado dos terrenos postos em praça pela Câmara em local que fica a mais de 4 quilómetros do centro da cidade.
Nestas condições, Sr. Presidente, será de louvar tudo quanto se faça para que o nosso lindo Tejo não continue a estorvar a natural e desejável expansão da cidade para o Sul.
As comunicações entre as duas margens, tão fáceis e agradáveis com bom tempo, deixarão de sofrer as já hoje tão raras interrupções por virtude de mau tempo quando, a atracação dos barcos se fizer em docas convenientemente abrigadas, como um dia, que espero não virá longe, acabará por suceder.
Por agora, porém, há apenas que torná-las mais rápidas e cómodas, e isto não é difícil nem oneroso; basta, para tanto, apetrechar as pontes de embarque por forma a permitirem a atracação simultânea de, pelo menos, dois barcos.
Deixarão, assim, de se verificar as aborrecidas demoras provocadas por atracações difíceis, percalços no serviço de ferry-boat e outras causas que tão frequentemente transtornam os horários.
E uma vez, Sr. Presidente, que abordei este assunto das comunicações com o Sul, não posso deixar de me referir à chamada saída de Cacilhas, por, além de tudo mais, ser a preferida pêlos que de Lisboa se dirigem, por estrada, para a fronteira.
Posso testemunhar ter sido este um dos problemas que mais atraiu a atenção do Sr. engenheiro Cancela de Abreu ao teimar conta da pasta das Obras Públicas e não ignoro que se encontram já estudadas duas soluções para o caso: a prevista no plano de urbanização, e que quase se limita à demolição de alguns dos pardieiros que afrontam a rua actualmente existente, e uma outra, que consiste em desviar o trânsito para a rua ou estrada destinada a servir no futuro as projectadas instalações do porto de Lisboa, entre Cacilhas e Alfeite.
Desconheço qual destas terá a prioridade, mas, dada a necessidade premente que há em destruir ou pôr de lado o funil de Cacilhas, apelo para o Sr. Ministro das Obras Públicas, certo de que S. Ex.ª não deixará do dedicar a sua atenção ao assunto e que uma das obras projectadas, que é de desejar seja a de mais rápida execução, não tardará a iniciar-se.
Disse.

O Sr. Antunes Guimarães: - Sr. Presidente: recentemente, quando aqui tratei do problema vitivinícola, que dentro em pouco será aqui apreciado, depois de sobre ele a douta Câmara Corporativa ter elaborado o correspondente parecer, referi-me à enorme carestia de vinho e às "bichas" que se formavam junto dos retalhistas para obter alguns litros de vinho.
E acrescentei constar-me que o vinho assim adquirido era quase sempre "baptizado", segundo, informações que havia colhido.
Mas aquela fraude explicava-se, até certo ponto, em face do apertadíssimo tabelamento que fixara o preço de 3$ por litro para um género que no produtor custava geralmente mais do que isso, havendo ainda a contar com as despesas de transporto e outros encargos e certa percentagem para lucro comercial, sem o que haveria que fechar as portas dos retalhistas.
A última colheita fora muito escassa e as despesas, de produção - salários, sulfato, enxofre, arame e outros artigos -, somadas às de envasilhamento e mais operações indispensáveis, determinaram um agravamento de encargos que necessàriamente teria de reflectir-se no preço do vinho.
Mas em boa hora o Governo compreendeu a injustiça e inoportunidade daquele tabelamento, que a todos prejudicava, e, além disso, convidava à fraude, e houve por bem revogá-lo.
Como é natural, o preço do vinho a retalho logo subiu, e também era de esperar que o tal "baptismo" deixasse de alterar as propriedades tão apreciadas daquela salutar bebida.
Pois consta-me que, embora em grau mais moderado, ainda há vendedores que não trepidam em adicionar grande quantidade de água ao vinho, que vão impingindo