O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

622 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 90

portes internos, sem falar nos vastos planos em execução pelas obras públicas e destinados a melhorar a produção do País, cabe também à iniciativa privada - e nela se confia - mobilizar, na melhoria da sua capacidade e da sua técnica, os capitais de que a Nação dispõe.
Da sua boa ou má aplicação - em bens produtivos e úteis ou em gastos supérfluos - depende em grande parte o futuro dos preços e a resistência à concorrência internacional que se aproxima.
Sendo muito o que há ainda a fazer, o capital acumulado tem de poupar-se, e, por isso mesmo, não é da restrição, mas da expansão de exportações, que depende o valor efectivo das reservas de que dispomos para intensificar o apetrechamento e a reforma dos métodos de produção.

7. Será, pois, função da evolução geral o futuro dos nossos preços. Isso não quer disser que não tendam já a atenuar-se anomalias, nem que a política geral não deva dirigir-se para a procura de uma estabilidade de facto, equilibrada com o valor externo da moeda. Não se julga, porém, oportuno nem possível tentá-la, quanto ao valor interno, à custa do valor cambial.
Caminhar para o equilíbrio de salários, rendimentos e preços relativos de diversas mercadorias e serviços não será cristalizar a situação actual, mas acompanhar a evolução que se desenha por forma a que a normalização dos preços seja suportável para a produção e traga uma melhoria de distribuição geral do dividendo da Nação, afectada, por perturbações derivadas da guerra que política financeira e social atenuou, mas não conseguiu evitar completamente.

8. Em suma: a política monetária seguida foi a da possível fidelidade ao padrão-ouro, em que ainda se confia, e se, não vê sofrer mais que adaptações e reformas técnicas.
Não parece que suja agora - quando o seu funcionamento nos encaminha para o restabelecimento do interrompido equilíbrio - o momento de o abandonar.

JOÃO PINTO DA COSTA LEITE.

Ministro das Finanças