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90 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 120

João Ameal.
João Garcia Nunes Mexia.
João Luís Augusto das Neves.
João Mendes da, Costa Amaral.
João Xavier Camarate de Campos.
Joaquim Mendes do Amaral.
Joaquim dos Santos Quelhas Lima.
Jorge Botelho Moniz.
José Alçada Guimarães.
José Dias de Araújo Correia.
José Esquível.
José Maria Braga da Cruz.
José Maria de Sacadura Botte.
José Martins de Mira Galvão.
José Penalva Franco Frazão.
José Teodoro dos Santos Formosinho Sanches.
Luís António de Carvalho Viegas.
Luís Maria Lopes da Fonseca.
Luís Mendes de Matos.
Manuel de Abranches Martins.
Manuel Colares Pereira.
Manuel da Cunha e Costa Marques Mano.
Manuel França Vigon.
Manuel Hermenegildo Lourinho.
Manuel José Ribeiro Ferreira.
Manuel Maria Múrias Júnior.
Manuel Marques Teixeira.
D. Maria Luísa de Saldanha da Gama van Zeller.
Mário Borges.
Mário Correia Carvalho de Aguiar.
Mário de Figueiredo.
Paulo Cancela de Abreu.
Querubim do Vale Guimarães.
Ricardo Malhou Durão.
Rui de Andrade.
Salvador Nunes Teixeira.
Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.
D. Virgínia Faria Gersão.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 62 Srs. Deputados.
Está abortada sessão.

Eram 16 horas.

Antes da ordem do dia

O Sr. Presidente: - Está em reclamação o Diário das Sessões n.º 119.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Como nenhum dos Srs. Deputados deseja usar da palavra sobre o referido Diário, considero-o aprovado.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Está na Mesa o parecer da Câmara Corporativa sobre o projecto de lei relativo às alterações ao artigo 29.º do decreto-lei n.º 28:652 (julgamento de reclamações em matéria de hidráulica agrícola).
Convido o Sr. presidente da Comissão de Economia a convocar a mesma para a apreciação deste projecto.
Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Ricardo Durão.
Dada a natureza do assunto de que S. Ex.ª vai tratar, convido-o a ocupar a tribuna.

O Sr. Ricardo Durão: - Sr. Presidente: apesar de não ter havido sessão parlamentar no dia do aniversário da morte de Sidónio Pais, considero de toda a justiça prestar-lhe aqui as homenagens devidas, na primeira oportunidade, que hoje se verifica.
Senão, dir-se-ia que também nos esquecíamos dele.
É certo que as suas exéquias são cada vez menos frequentadas; a imprensa dedica à sua memória cada vez menos espaço; a bruma do esquecimento parece adensar-se à volta do seu nome. Não importa.
Para a História Sidónio não morreu ainda,, porque a glória pode merecer-se num dia, mas não se julga num século. Ela é como certos monumentos gigantes que a nossa vista não pode abarcar; é preciso vê-la de longe para lhe apreciar as dimensões.
Sr. Presidente: já vinte e nove anos passaram desde que tombou, varado a tiros de pistola, na estacão do Rossio, o mais generoso e o mais gentil dos nossos camaradas.
Quem o matou? Um energúmeno, um louco, um compelido? Não interessa. Se eu fosse advogado, oferecia-me para o defender, apontando à execração pública os verdadeiros responsáveis por esse crime abominável que cobriu de luto o coração de um povo. E a todas as luzes demonstraria, de dedução em dedução, a cumplicidade instigadora de certos doutrinadores esotéricos de seitas tenebrosas.
E se mais não digo é para não insultar os velhos; sobretudo para não ofender os mortos; apesar de que perante o tribunal da História são precisamente os mortos que podem ser julgados, porque é, sobretudo, além do túmulo que as virtudes avultam e as perversões aviltam.
Eu chego a ter compaixão desses dementados que constituem as levas do crime, as massas de choque.
Os verdadeiros criminosos não são eles: são aqueles teóricos matreiros que pontificam por trás de um livro ou de um jornal, esses filantropos que acusam a força pública de exorbitar contra mulheres e crianças que eles próprios atiram para a fornalha; são os cidadãos «incorruptos» que se escondem na sombra das alfurjas e só aparecem para usurpar, depois da vitória, o melhor quinhão do festim; são os falsos apóstolos que é preciso desalojar dos seus covis para os mostrar à luz do dia como exploradores da mentalidade troglodita e da fúria iconoclasta dos loucos e das turbas.
É certo que vivem sob a vigilância da polícia, mas fàcilmente se escapam pelas malhas da investigação criminal, porque são sempre as suas vítimas que os salvam e em seu lugar se sacrificam.
Alguns deles têm cursos superiores, são doutores formados em várias Faculdades, recebidos na melhor sociedade, e ostentam na lapela, distintivos de ordens veneráveis; outros são professores, escritores ou conferencistas que vão destilando o veneno, semeando a peçonha através de conceitos dissolventes de uma propaganda fácil; e, como o aprendiz de feiticeiro, nem sequer se apercebem das consequências inevitáveis da sua imprevidência de onde se prova que nem sempre são as pessoas mais estúpidas as que procedem mais estùpidamente.
Há, de fado, indivíduos mais perigosos do que os passadores de moeda falsa, que são os passadores de ideias falsas. Mas, reatando:
Foi, com efeito, o sectarismo demagógico dos apóstolos da trilogia liberal que armou ou, pulo menos, não quis desarmar o braço irresponsável do assassino de Sidónio Pais.
Eu disse trilogia liberal; seria mais próprio dizer libertária ou libertina, purgue liberal também Sidónio era. E, apesar do fino quilate da sua alma aristocrática, nunca a democracia em Portugal encontrou mais estreme defensor, o que mão impediu, todavia, que ele tivesse sucumbido precisamente às mãos do jacobinismo inveterado da sua geração, esse jacobinismo mórbido,