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454 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 144

João Garcia Nunes Mexia.
João Luís Augusto das Neves.
João Mendes da Gosta Amaral.
João Xavier Camarate de Campos.
Joaquim Mendes do Amaral.
Joaquim dos Santos Quelhas Lima.
Jorge Botelho Moniz.
José Dias de Araújo Correia.
José Esquível.
José Luís da Silva Dias.
José Maria Braga da Cruz.
José Martins de Mira Galvão.
José Nunes de Figueiredo.
José de Sampaio e Castro Pereira da Cunha da Silveira.
José Soares da Fonseca.
José Teodoro dos Santos Formosinho Sanches.
Luís António de Carvalho Viegas.
Luís Cincinato Cabral da Costa.
Luís da Cunha Gonçalves.
Luís Lopes Vieira de Castro.
Luís Maria Lopes da Fonseca.
Luís Maria da Silva Lima Faleiro.
Luís Mendes de Matos.
Luís Teotónio Pereira.
Manuel Colares Pereira.
Manuel da Cunha e Costa Marques Mano.
Manuel Hermenegildo Lourinho.
Manuel José Ribeiro Ferreira.
Manuel de Magalhães Pessoa.
Manuel Marques Teixeira.
Mário Borges. Mário de Figueiredo.
Pedro de Chaves Cymbron Borges de Sousa.
Ricardo Spratley.
Rui de Andrade.
Salvador Nunes Teixeira.
Sebastião Garcia Ramires.
Teotónio Machado Pires.
D. Virgínia Faria Gersão.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 73 Srs. Deputados.
Está aberta a sessão.

Eram 15 horas e 50 minutos.

Antes da ordem do dia

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Antunes Guimarães.

O Sr. Antunes Guimarães: - Sr. Presidente: apesar dos «velhos do Restelo», que teimosamente votam os caminhos de ferro ao ostracismo, considerando-os anacronismo que já nada justifica e acusando-os de graves prejuízos, que se .exprimem em explorações deficitárias que levam as respectivas empresas à ruína, verifica-se que, de uma maneira geral, toda a Nação continua a considerá-los factores insubstituíveis para a conveniente organização dos .transportes e em representações a esta Assembleia e ao Governo, ou através da imprensa, vai demonstrando seu grande anseio pela construção de novas linhas, de alterações de traçados e de outras características, actualização de material circulante, electrificação de determinados percursos e adaptação de horários e tarifas às realidades económicas e às exigências legítimas dos povos, tudo isto acompanhado de argumentos demonstrativos de que não é de ânimo leve nem por mera fantasia que tais reclamações sobem até às altas esferas.
Repetidas vezes, na presente sessão legislativa, vários ilustres Deputados têm sido valiosos intérpretes das
populações que aqui representam, para as suas terras não serem esquecidas no que respeita ao fomento ferroviário.
Assim é que, desenvolvidamente e com grande cópia de argumentos, foi aqui tratado o troço de interligação das linhas do Norte e Oeste, para se atingir Peniche, do lado do ocidente, e Setil, do oriente; a linha de prolongamento do sistema de bitola reduzida da Beira Alta até às margens do rio Douro; certos traçados da Beira Alta e outros do Alentejo, que não discrimino para não tomar muito tempo à Assembleia Nacional e também porque tudo consta do Diário das Sessões.
Ainda na sessão de ontem o incansável e muito ilustrado Deputado Sr. engenheiro agrónomo Mira Galvão se referiu mais uma vez ao problema ferroviário do Alentejo, levando até ao Governo a aspiração da cidade de Beja por justificados melhoramentos na estação daquela cidade, onde, felizmente para a economia daquela produtiva região, se regista um grande congestionamento de tráfego, a que importa dar quanto antes a indispensável saída.
Sr. Presidente: em matéria ferroviária registou recentemente a imprensa dois acontecimentos dignos desta Assembleia pelos planos anunciados e promessas feitas.
O primeiro teve lugar julgo que na estação de Casa Branca, onde a 21 de Março último o muito ilustre Ministro das Comunicações e distinto minhoto, Sr. coronel Gomes de Araújo, se deslocou, com o pessoal do seu Gabinete, altos funcionários dos caminhos de ferro e outras entidades categorizadas, para inaugurar o serviço de automotoras entre Casa Branca e Vila Viçosa, tendo feito o trajecto num daqueles veículos de construção sueca, motor Diesel e lotação para sessenta e cinco pessoas.
O ilustre titular das Comunicações aproveitou essa oportunidade para algumas afirmações sobre política ferroviária, todas elas da maior transcendência e destinadas a grande projecção económico-política.
Aludiu ao estado actual das vias e do material circulante, esclarecendo ser urgente a aquisição de 100:000 toneladas de carril e de 1 milhão de travessas e a substituição de algumas pontes e aquisição do correspondente material circulante, para a indispensável garantia de segurança, comodidade e velocidade, o que exigirá o dispêndio de cerca de 400:000 contos.
Falou da encomenda, pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, de seis automotoras suecas, doze nacionais, seis atrelados para as primeiras e sessenta carruagens, e, pelo Estado, de dezoito automotoras suecas (quinze para via larga e três para estreita) e mais seis atrelados; material que deve entrar em serviço no corrente ano.
Referiu-se também a trabalhos importantes de recondicionamento de carruagens que não satisfaziam plenamente.
Citou números impressionantes: o dispêndio previsto em material é da ordem dos 400:000 contos, em carruagens e automotoras 140:000 contos e em material de tracção 190:000 contos.
Disse que a projectada electrificação de algumas linhas deve ultrapassar 1 milhão de contos.
Tão grandioso programa iniciou-se naquela data, que ficará memorável, com a entrada em exploração das referidas automotoras.
Sr. Presidente: o ilustre Ministro das Comunicações fechou o seu notável discurso aludindo às linhas gerais da política de transportes, na parte respeitante a caminhos de ferro, com as seguintes palavras:

O conhecimento das verdadeiras necessidades e dos meios que melhor as podem satisfazer, analisados à luz das exigências económicas, sociais e de