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6 DE NOVEMBRO DE 1952 897

sobre o abastecimento de açúcar, solicitados há sete meses ao Ministério da Economia.

O Sr. André Navarro: - Sr. Presidente: apenas duas palavras. E mesmo estas não terão outro fim do que fazer chegar a esta sala o eco da grande manifestação popular realizada há dias na cidade de Aveiro.
Reuniram-se na lindíssima cidade da Beira Litoral muitos milhares de pessoas. Gente do bom povo da nossa terra, juventude entusiástica, dirigentes e dirigidos, pedindo que o ilustre governador civil fosse intérprete junto do Governo da Nação dos desejos de todos de que fosse dotada a cidade de Aveiro, na sua maravilhosa ria, com uma pista adequada à prática dos desportos náuticos, para que esta cidade possa vir a ser, num futuro próximo, cenário apropriado para emoldurar competições nacionais e internacionais ligadas ao mar.
Não poderia deixar, Sr. Presidente, de levantar a minha voz para. deste lugar, aplaudir iniciativa de tão larga projecção no desporto nacional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E não podia deixar de o fazer por ser, desde muito novo, um entusiasta pela prática do desporto e um convicto da necessidade do a juventude criar verdadeiro amor pela vida sã ao ar livre. Mas no meu espirito esta ideia criou ainda raízes mais fundas quando a palavra, sempre sábia, de Salazar marcou o rumo do mar à juventude da nossa terra. E foi bem ouvida a palavra de Salazar. A juventude tem sabido interpretar bem o seu alto desígnio, dando aos desportos náuticos um lugar de realce no concerto internacional.
Será desnecessário apresentar aqui razões que militem a favor de uma tal iniciativa. Não é só a ria um ambiente de eleição para a prática dos desportos náuticos. Não é, também, apenas a privilegiada posição geográfica da cidade do Vouga, facilitando a afluência de visitantes do Norte e do Sul do País. E não é, também, ainda, direi, o clima, que se revela ideal para esse desporto. É, acima de tudo, a tradição, já muito antiga, que tem feito nascer em Aveiro, geração após geração, valores dos mais destacados do desporto nacional.
E assim é que no meu espírito não se apaga a imagem fulgurante de uni Mário Duarte e de tantos outros chefes destacados de famílias aveirenses tão queridas do desporto português. Todas elas deram a Aveiro, em entusiasmo e esforço desinteressado, o fulgor duma juventude que jamais envelheceu. Por isso, a ideia que hoje vem à tona de água, embora velha, continua plena de viço criador.
Estas as palavras que desejava proferir e, para terminar, apenas direi a confiança ilimitada de quem pede neste país por causas justas. E essa confiança, digo, hoje radicada no coração de todos os portugueses, é que me leva a solicitar ao ilustre Ministro das Obras Públicas, grande português e grande homem do desporto, a sua esclarecida atenção para que conceda a Portugal mais um precioso meio para que a juventude possa continuar trilhando o rumo do mar.
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi cumprimentado.

O Sr. Vaz Monteiro: - Sr. Presidente: no dia 28 de Maio do corrente ano foi solenemente festejada na província da Guiné a data memorável do 26.º aniversário da Revolução Nacional.
Nesse dia houve na Guiné várias inaugurações nas sedes das circunscrições civis, mas a mais importante foi a da ponte de Ensalmá, que liga a ilha de Bissau ao continente africano o tomou o nome de «Comandante Sarmento Rodrigues».
Para se avaliar da grande importância que esta ponte representa para a província da Guiné devo esclarecer que a ligação da ilha de Bissau ao continente era feita, deficientemente, por Encludé, através do rio Geba, por Cumeré, Nhacra e Ensnlniá, atravessando o canal do Impernàl, e por João Landim, atravessando o rio Mansos.
A ligação feita na Nhacra era a mais concorrida, onde havia uma jangada e permanentemente grande movimento de passageiros, carga e veículos automóveis.
A ligação em Ensalmá era feita a pé, somente por indígenas habituados a caminhar no lodo, numa travessia difícil e fatigante, durante a maré vazia.
No local de Ensalmá o canal do Impernal apresenta a sua menor largura e fica sem água na vazante, que ai vaza em dois sentidos, para norte e para sul.
Este local há muitos anos estava destinado à construção da ponte.
Em 1932 chegou a ser solenemente iniciada a sua construção, tendo-se cravado a sua primeira estaca.
Há mais de um quarto de século que a travessia do Impernal constituía uma preocupação dominante. Foi durante todo este tempo o grande problema da Guiné.
Há pois, Sr. Presidente, justo motivo de satisfação para o Governo do Estado Novo e de agradecimento da população da Guiné.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A nova ponte construída em Ensalmá fica distanciada da cidade de Bissau cerca de 25 km, tem a extensão de 125.80 m, incluindo os encontros, e o seu custo foi de 5:500 contos, em cuja importância se incluem 700 contos das rampas de acesso, de betão armado.
É constituída por três tramos metálicos, sendo móvel o tramo intermédio, para dar passagem às embarcações na maré da enchente.
Se houve demorados e porfiados esforços até se conseguir assentar definitivamente na maneira de construir a ponte, a verdade é que durante a sua execução surgiram tremendas dificuldades, provenientes da constituição do subsolo em que assenta a ponte e que deu motivo ao emprego de quatro tipos de fundações.
Bastará dizer, Sr. Presidente, para se ficar a fazer ideia das dificuldades que surgiram na sua construção, que houve necessidade de se cravarem estacas à profundidade de 19 m. tal é a natureza das diversas camadas do terreno, e de realizar outras operações, o que tornou difícil, morosa e dispendiosa a execução das fundações.
Mas todas as dificuldades foram removidas, e a ponte de Ensalmá, sobre o Impernal, está aberta ao trânsito entre a ilha de Bissau e o continente e representa uma obra de extraordinária importância na vida económica e social da província da Guiné.
Sr. Presidente: foi finalmente substituiria a velha jangada da Nhacra que, apesar do seu relevante préstimo durante trinta anos de aturado serviço, agora apenas recorda as perdas de vidas que motivou e as demoras e incómodos que ocasionava na travessia do canal do Impernal.
E foram certamente estas desvantagens da velha jangada da Nhacra que tanto impuseram a construção de uma ponte e insistentemente reclamavam contra o antiquado e perigoso sistema, das jangadas, que mais deveriam ter contribuído para a realização de tão importante melhoramento de utilidade pública.
Sr. Presidente: a Revolução Nacional tem transformado o mundo português na metrópole e no ultramar.