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11 DE DEZEMBRO DE 1952 267

A produção de 155 milhões de kilowatts-hora de energia estival todos os anos está, portanto, demonstrada, visto que no grupo dos anos considerados no quadro anterior se inclui o biénio de 1943-1944 e 1944-1945, que é, sem dúvida, um dos mais secos registados.
O aproveitamento do Alvito para esta capacidade de l 700 milhões de metros cúbicos está orçamentado em. detalhe e apresenta, por capítulos, os seguintes valores:

Contos
Barragem (cota 250) ........... 245:100
Expropriações (cota 250) ....... 49:000
Derivação ...................... 66:000
Subestação do Alvito ........... 2:400
Equipamento electromecânico (100 000 kWh) .................. 90:000
Várias instalações definitivas . 3:000
455:500

O preço deste kilowatt-hora de estiagem garantida todos os anos será, pois, da ordem de

45.550:000$ = $29(3)
155 000 000 kWh

Assim, portanto, será de $29(3) o preço do kilowatt-hora desta energia, que é energia estival garantida todos os anos.
O preço desta energia baixará para $27 quando for feito Fratel, por aumento da queda em que as águas são aproveitadas.
Porventura este aproveitamento ainda poderá ser mais convenientemente concebido, em vista dos superiores interesses nacionais.

Nota 1.- Os preços unitários que entraram na elaboração deste orçamento são mais elevados do que os que se estão praticando nas obras de Salamonde e Caniçada, o que abona a este orçamento uma especial confiança.
Nota 2. - De uma forma geral os terrenos submersos não têm valor agrícola considerável.

2. A p. l 093 do Diário das Sessões n.º 168, datado de 21 do mês findo, mencionando-se as centrais eléctricas projectadas nos rios Zêzere, Cávado, Távora e Côa e aludindo-se ao aproveitamento hidroeléctrico do Douro internacional, afirma-se serem elas "as únicas de que existem projectos em termos de consentir a sua inclusão no Plano", pelo que "não fica margem para escolher".
A Associação Industrial Portuguesa pede vénia para lembrar que a Companhia Eléctrica das Beiras entregou em 9 de Outubro de 1949 na Direcção-Geral dos Serviços Eléctricos o projecto do aproveitamento hidroeléctrico do Alto Zêzere e do Alto Mondego.
Na elaboração deste projecto encarou-se apenas o aspecto da produção de energia com carácter permanente, único que interessa directamente aos fins para que foi constituída a Companhia Eléctrica das Beiras.
Admitia-se, porém, que fosse mais proveitoso para a economia da Nação condicioná-lo à irrigação dos campos da Cova da Beira e à produção de energia estival em grande volume, conforme foi exposto a S. Exa. o Ministro da Economia em Setembro de 1948, e assim estaria esta Companhia disposta a executar o aproveitamento com esta finalidade, aumentando a capacidade do embalse de Asse Dasse até cerca de 50 milhões de metros cúbicos e, consequentemente, a potência da central, desde que a Companhia Nacional de Electricidade lhe garantisse a recepção da energia (cuja produção fica condicionada pela rega) que não pudesse ser absorvida pelo mercado da Companhia Eléctrica das Beiras e que desta modificação do projecto não resultasse agravamento do preço do custo do kilowatt-hora.
Pelo projecto entregue às entidades oficiais verifica-se que a produção do aproveitamento Alto Zêzere-Alto Mondego se computa, em ano médio seco, em 23 milhões de kilowatt-hora de energia armazenada e em 58 milhões de kilowatt-hora de energia regularizada e que o preço médio do kilowatt-hora nas barras da central seria de $24.
Importavam as obras projectadas em 157:000 contos, número presentemente desactualizado devido ao encarecimento dos materiais e mão-de-obra verificado depois da entrega do projecto.
Um aumento de 8 por cento sobre o orça monto então apresentado não nos parece excessivo.
Teremos, assim, como custo actual do aproveitamento 170:000 contos e como preço médio do kilowatt-hora $260.
Se fosse superiormente aconselhada e convenientemente comparticipada a irrigação da Cova da Beira, haveria que aumentar o embalse da barragem de Asse Dasse de 20 para cerca de 50 milhões de metros cúbicos e a potência da central de 20 000 para 30 000 kVA, com um dispêndio para mais de cerca de 75:000 contos.
Conseguia-se assim a irrigação de 6 000 hectares da Cova da Beira, conforme parecer da Junta Autónoma das Obras de Hidráulica Agrícola, que avaliou também em 61:000 contos a água necessária à rega desses terrenos.
Com o aumento do embalse e da potência da, central poder-se-iam produzir em ano médio seco 52 milhões de kilowatts-hora de energia armazenada e 32 milhões de kilowatts-hora de energia regularizada.
Se aos 245:000 contos, custo do aproveitamento, deduzirmos os 61:000 com que a rega deverá coparticipar ficam-nos 184:000 contos como custo das obras destinadas a produção de energia eléctrica.
Admitindo para preço da energia regularizada o actualmente em vigor para o Castelo do Bode ($21), teríamos para preço, do kilowatt-hora estival:

184:000.0005 X 0,125 1 - 32 000 000 X $21 =
= 52 000 000
X = $31(3) = $31

É evidente que neste caso a produção de energia fica condicionada ao regime de rega a estabelecer. Dos 52 milhões de kilowatts-hora de energia armazenada só os 6 milhões de kilowatts-hora correspondentes ao embalse da Candeeiro não terão de obedecer a este regime, pelo que poderão ser produzidos quando melhor convenha ao sistema.
Se se pretender dar uma maior elasticidade à produção de energia eléctrica ter-se-á de aumentar o embalse da albufeira de Asse Dasse ou de diminuir a área regável.
Se optarmos pela primeira destas hipóteses verificamos que, elevando a barragem de 70 para 75 m, obteríamos um embalse de 63 milhões de metros cúbicos utilizáveis e uma produção de 63,5 milhões de kilowtts-hora de energia estival e 21 milhões de energia regularizada, com um acréscimo de despesa da ordem dos 25:000 contos. Nesta hipótese teríamos já 17,5 milhões de kilowatts-hora estivais, cuja produção não estaria condicionada à rega.
Admitindo, como já atrás fizemos, o preço de $21 para o kilowatt-hora regularizado e deduzindo a com-

1 Admite-se que os encargos anuais do aproveitamento andam à volta do 12,5 por cento.