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268 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 178

participação para a rega obtém-se para preço do kilowatt-hora estival $34. No quadro seguinte resumimos as três hipóteses atrás consideradas.
Juntam-se cópias da exposição feita a S. Ex.ª o Ministro da Economia e dos pareceres da Junta Autónoma das Obras de Hidráulica Agrícola, da Direcção-geral dos Serviços Agrícolas e da Junta de Colonização Interna e os mapas de produção em ano médio seco do aproveitamento do Alto Zêzere-Alto Mondego para as três hipóteses consideradas.

[Ver Quadro na Imagem].

3. No mês de Abril do corrente ano a Companhia Eléctrica das Beiras entregou também na Direcção-Geral dos Servidos Eléctricos o projecto de aproveitamento das águas do rio Mondego e do sen afluente Caldeirão na central de Vila Soeiro, previsto para uma produção em ano médio de 25 milhões de kilowatts-hora no caso de se executar o aproveitamento de na hipótese contrária. O custo total das obras deste aproveitamento, segundo a previsão, é de 40:000 contos. E o preço calculado do kilowatt-hora produzido nessa central é de para a produção anual de 25 milliões de kilowatt-hora. Este preço «não é mau», na opinião autorizada do muito ilustre relator do parecer da Câmara Corporativa sobre o Plano de Fomento Nacional. Centrais como a de Vila Soeiro, segundo o seu abalizado parecer, «não podem ser desprezadas, porque mio temos outras; há que as construir».

4. Por isso a Associação Industrial Portuguesa, fazendo suas estas últimas sensatas palavras, termina solicitando de V. Ex.ª que promova que a Assembleia Nacional inclua no Plano de Fomento em discussão estes três aproveitamentos hidroeléctricos, projectados por duas empresas suas associadas, que de tão benéficos resultados se mostrarão, depois de realizados, para o desenvolvimento da economia nacional.
Apresentamos a V. Ex.ª os protestos da nossa mais elevada consideração e subido apreço, subscrevendo-nos.

De V. Ex.ª M.to At.º V. e Obg.do, o Presidente da Direcção, Francisco Cortês Pinto.

Cópia. - Sr. Ministro da Economia - Excelência. - Na reunião da Comissão de Interligação das Centrais, do Norte de 21 de Julho de 1948, à qual V. Ex.ª deu a honra de presidir, foi reconhecida a necessidade premente de se dar á rede do Norte do País um forte apoio de energia e potência estivais, não só nos anos excessivamente secos como até no ano médio.
Sempre interessados em colaborar na resolução do problema nacional de produção e distribuição de energia eléctrica, demos início às obras do aproveitamento do Alto Ceira, que nos garante o enchimento da albufeira de Santa Luziu mesmo nos anos secos: o nosso apoio estival aos outros aproveitamentos passará assim a ser muito mais eficaz, por se tornar independente da pluviosidade do ano.
Este, aproveitamento entrará em servido em fins de 1949 e a sua acção terá um valor relativo importante até à entrada em serviço dos aproveitamentos em construção.
Com uma zona de distribuirão de energia de uma maneira geral pobre, apesar dos capitais investidos e facilidades concedidas nos últimos anos para o desenvolvimento do mercado, a nossa capacidade de produção é cerca, de três vexes superior ao consumo próprio; é natural por isso que querendo participar na obra de aumento de produção hidráulica, pela qual tanto interesse tem mostrado o Governo da Nação e em especial V. Ex.ª, o nosso pensamento se encaminhe para os aproveitamentos com grande predomínio de energia estival, de colocação assegurada nas outras redes.
O aproveitamento hidroeléctrico do Alto Z~ezere e do Alto Mondego, cujos estudos, concedidos a esta Companhia, terminarão em breve, tem grandes possibilidades de armazenamento de energia e o interesse especial de lançar no rio Zêzere, anualmente mais de 50Mm2 de água da bacia do Mondego que irão passar nas centrais do Cabril da Bouça do Castelo do Bode e de Constância.
No ponto de vista económico particular, parece ser aceitável a solução da regularização anual com um armazenamento máximo de 25 MkWh (30 por cento da energia produtível).
Mas, atendendo à falta do regularização dos outros rios, isto é, ao deficit de energia estival dos outros aproveitamentos, que neste momento tanto se faz sentir, parece ser do maior interesse nacional aumentar-se a capacidade de armazenamento para 50 Mm3, com uma produção estival de 55 MkWh, em prejuízo, evidentemente, da produção de energia regularizada; e, ainda que entrem em serviço os aproveitamentos regularizados do Zêzere e do Cávado e se complete a regularização do rio Lima, será sempre avisado aumentar as possibilidades de embalse de um aproveitamento quando isso for economicamente possível, pois são bem conhecidos o carácter torrencial dos nossos rios e a dificuldade de obter em muitos casos grandes bacias reguladoras.
Se atentarmos ainda na potência do conjunto, que passaria para mais de 40 000 kW, não se pode deixar de reconhecer o valor relativo deste aproveitamento, mesmo depois da entrada em serviço dos aproveitamentos em execução.
No caso presente o aumento do custo das instalações, resultante do aumento de custo da barragem e do consequente aumento de potência da central, está avaliado em cerca de 70:000 contos; e este encargo é demasiadamente pesado para ser suportado apenas pelo acréscimo de energia estival, pois não há aumento de produção total com a modificação do esquema.
Acontece, porém, que a jusante deste aproveitamento e a cota inferior se encontram mais de 20 000 ha de terrenos já preparados para o regadio - a Cova da Beira, à qual o caudal de 10 m3/seg. durante, o Verão, se for destinado à sua irrigação, poderá levar um aumento de riqueza bem mais valioso para o País que o aumento de encargos da obra.