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14 DE FEVEREIRO DE 1953 653

Pelas provas que deu ele pode bem figurar nesse rol imarcescível.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Era um açoriano que tinha os Açores no coração.

Ainda não há muitos dias, Sr. Presidente, o Deputado Linhares de Lima -esse nosso querido companheiro mais velho, a cujo convívio nos habituámos, a ponto de sentirmos agora dolorosamente a sua falta me chamou para um dos lugares mais isolados desta mesma sala, para me mostrar um projecto de lei que tencionava apresentar, e que não sei se chegou a apresentar a V. Ex.ª, pelo qual pretendia que fosse estendido aos Açores o regime vitivinícola da metrópole.

O entusiasmo, a vibração, a mocidade com que falou desse projecto e o defendeu diante de mim, impressionaram-me vivamente.

Não sei já onde li que não é uma felicidade viver muito nem uma infelicidade morrer cedo, porque a felicidade consiste em ter vivido o bastante para merecer morrer bem.

A vida do coronel Linhares de Lima não se conta pelos anos, que foram longos; conta-se pelos merecimentos, que foram muitos.

Foi, pode afirmar-se, um homem notavelmente modesto e notavelmente útil.

Vozes:-Muito bem, muito bem!

O Orador:-Agradeço à sua memória a vida que ele soube exemplificar, porque se me tornou mais simples falar dela neste momento.

E são estas, Sr. Presidente, as palavras de saudade e de admiração que me ocorrem nesta hora, em que o coronel Linhares de Lima deixou, nesta Casa, de responder à chamada dos homens para responder unicamente à chamada de Deus.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Melo Machado: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: ainda há poucos dias, tratando de assuntos da lavoura, eu evoquei aqui, com desejos de melhoras, o nome do nosso querido colega Linhares de Lima.

Infelizmente os meus votos não foram ouvidos. Temos hoje de lamentar o desaparecimento do número dos vivos de mais um colega que era para todo

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Não queria que a voz da lavoura faltasse neste triste momento, porque, na verdade, Linhares de Lima, que exerceu os cargos de Ministro do Interior, de presidente da Câmara Municipal de Lisboa e de Ministro da Agricultura, foi. sem dúvida neste posto que mais demonstrou as suas excepcionais qualidades.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Nunca a agricultura lhe será bastante agradecida, porque, não sendo um lavrador, não sendo sequer um técnico de coisas agrícolas, S. Ex.ª foi um dos mais brilhantes e melhores Ministros da Agricultura que houve em Portugal.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-A sua acção fez-se sentir e fez-se sentir e lembrar ainda por muitos anos.

Ele teve o condão, com aquele aspecto frágil que todos lhe conhecíamos, escondendo uma energia, um bom senso e uma vontade admiráveis, de por em movimento do conjunto a lavoura e os técnicos, conseguindo resultados verdadeiramente surpreendentes.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Podemos dizer que Linhares de Lima é a justificação daquelas palavras que eu tantas vezes aqui tenho proferido ao pedir que se crie de novo o Ministério da Agricultura.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Quando digo isto, faço o melhor e mais sentido elogio que podia fazer das suas qualidades, porque é preciso, quando se exerce uma função, justificar o motivo por que se está nessa função.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-Na verdade, Linhares de Lima ao passar pela pasta da Agricultura, justificou plenamente a sua acção, e do tal forma que ela jamais poderá ser esquecida.

Neste momento doloroso, em que vemos desaparecer mais um dos nossos ilustres colegas, eu. que sempre aqui tenho -mal, é certo- procurado interpretar a voz da lavoura, não quis deixar de proferir estas sentidas palavras de respeito e apreço pela memória daquele nosso colega.

Julgando interpretar o sentir da Câmara, proponho que seja aprovado um voto do mais profundo sentimento pela morte do coronel Linhares de Lima.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem! O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Interpretando o sentir da Assembleia, considero aprovado o voto de sentimento proposto pelo Sr. Deputado Melo Machado e suspendo a sessão por cinco minutos, em homenagem à memória do Sr. Coronel Linhares de Lima.

Está interrompida a sessão.

Eram 16 horas e 40 minutos.

O Sr. Presidente: - Está reaberta a sessão.

Eram 16 horas e 45 minutos.

O Sr. Presidente: - Acabo de ser informado de que faleceu na sua casa, ora Carcavelos, o Sr. Dr. António Ribeiro Ferreira, que foi governador civil de Évora na actual situação política e era irmão do nosso digno colega Sr. Dr. Manuel Ribeiro Ferreira.

Creio corresponder aos sentimentos da Câmara exprimindo o nosso profundo pesar pelo falecimento do Sr. Dr. António Ribeiro Ferreira.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Pinto Barriga: - Sr. Presidente: aproveitando a ocasião de ter pedido a palavra para enviar para a Mesa dois requerimentos, agradeço ao Sr. Ministro da Educação Nacional a prontidão com que mandou responder ao meu requerimento que versava assuntos que diziam respeito ao funcionamento do Teatro de S. Carlos e à representação de óperas portuguesas.

Os requerimentos que anuncio são os seguintes:

«Renovando o testemunho da mais elevada e merecida, consideração pela grande obra de educação moral