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11 DE MARÇO DE 1963 823

O Congresso da Mocidade Portuguesa entende que a educação espiritual e física dos rapazes portugueses contribui para a preparação dos futuros soldados de Portugal.
A educação pré-militar é fundamentalmente um problema pedagógico formativo, pelo que deve ser feita por processos diferentes dos da instrução militar preparatória e dos da instrução militar, e deve ser orientada pelas directrizes enunciadas na 2.ª conclusão quanto à sua aplicação física.
A educação pré-militar a ministrar nos três primeiros escalões da Mocidade Portuguesa realiza-se por:

a] Exercícios físicos adaptados dos naturalmente executados por espontaneidade e depois racionalizados e sistematizados por forma a corresponderem às necessidades de preparação para a vida militar e a respeitarem as capacidades actuais do filiado no sentido de o aperfeiçoar harmònicamente dentro do possível e de atingir os restantes objectivos considerados úteis;
b) Relatos históricos adaptados e comentados a partir da época contemporânea e com especial relevo da epopeia militar colonial.

No último destes escalões deveriam ser dadas muito gerais da orgânica militar do País e exaltado o papel social do Exército.
A instrução ministrada u milícia deve, ser considerada uma instrução especial dentro da Mocidade Portuguesa e a sua finalidade militar está amplamente justificada pelo período histórico que vivemos. Esta instrução deve realizar-se respeitando quanto possível a actividade fundamental dos instruendos e as suas necessidades espirituais.
A preparação da juventude para a actividade cívica afirma-se formando o carácter dos filiados pelo fortalecimento da sua dedicação à Pátria, fazendo-os cidadãos prestantes e leais colaboradores do Estado e incutindo nos rapazes a consciência imperial aliada ao orgulho de contribuírem com a sua actividade profissional para o engrandecimento da Nação como virtudes cívicas de todo o português.
Deverá ser combatido o excessivo individualismo português, por ser um dos principais inimigos da ordem cívica e social, fomentando o conceito, a convicção e o sentimento de que o homem vale pela sua dignidade de pessoa dentro da colectividade.
A preparação da juventude para o serviço social deve compreender a formação dos rapazes no espírito de solidariedade para toda a vida, facilitando a compreensão entre todos, as mútuas relações e a sua adaptação ao respectivo meio social.
Deverá incutir-se no filiado a mentalidade social no conhecimento dos seus deveres e direitos, dotando-o com o espírito de zelo e de justiça no quadro da legislação social, integrando-o assim no espírito da organização corporativa do trabalho.
É desejável que em cada centro se organizem núcleos fraternais de ajuda mútua, com o fim de formar fundos de viagens de férias e de fomentar a assistência recíproca, a protecção na doença e nos infortúnios sociais o a preparação de divertimento. A esses núcleos deverão ficar ligados os antigos filiados, mesmo depois de saírem das fileiras da Mocidade Portuguesa ao atingirem a idade limite, de modo que entre eles permaneçam sólidos laços de camaradagem.
Deve procurar-se garantir a assistência médica aos filiados pobres, em especial na forma preventiva e por modo eficiente e regular.
Convém pôr em contacto mais directo os filiados dos centros escolares e os dos centros extra-escolares. Os primeiros serão escolhidos conforme as suas aptidões e formação moral, sobretudo de entre os cadetes e graduados, para auxiliar os segundos, de modo que adquiram o melhor conhecimento da mentalidade e condições de vida destes, como base para eficientemente procurarem contribuir para a sua melhoria.
E da maior necessidade a existência de instalações próprias para os centros extra-escolares, onde se possa formar o lar social dos filiados. É desejável que nos centros extra-escolares se instale com possível brevidade um núcleo próprio de serviço social, dirigido ao meio familiar dos filiados e relacionado com as instituições de assistência pública ou particular existentes.

IMPRENSA NACIONAL DE LISBOA