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11 DE MARÇO DE 1953 815

nização nacional pelo Embaixador de Sua Majestade Britânica; uma missão da Mocidade Portuguesa esteve em Londres, como convidada, no ano de 1941, em plena guerra portanto, tendo recebido sempre inequívocas provas de apreço; em 1943, a Mocidade Portuguesa visitou o Protectorado Francês de Marrocos, sem cuidar do agrado ou do desagrado que essa visita pudesse merecer a qualquer dos grupos de nações beligerantes; e logo finda a segunda grande guerra, a Mocidade Portuguesa correspondeu ao convite vindo da Inglaterra para participar no acampamento internacional de juventude, realizado em Kockermouth, onde rapazes de diversas nacionalidades, mias todos eles naturalmente hostis à superstição hitleriana, não recusaram louvores nem manifestações de simpatia à Mocidade Portuguesa, a qual, aliás, compareceu fardada e nada teve a ocultar quanto ao ideário nacionalista que defende.
O nacionalismo da Mocidade Portuguesa, o seu completo alheamento de toda e qualquer ideologia ou interesse que não sejam os de Portugal, a sua fidelidade à linha ide rumo traçada pelo Sr. Presidente do Conselho em matéria das relações internacionais do nosso país, tudo isto são verdades incontroversas, que os discursos, as directivas, as folhas de doutrina e quanto se disse ou escreveu desde 1936 até hoje comprovam eloquentemente. No dia em que a História desvendar o que foi a preparação da o resistência» portuguesa, nos anos sombrios de 1940 a 1944, perante a hipótese de uma invasão estrangeira, saber-se-á como a Mocidade Portuguesa se encontrava preparada para cumprir então plenamente o seu dever, não com palavras, mas com obras.
3) O Sr. Deputado Jacinto Ferreira, segundo se depreende das suas declarações, parece julgar excessiva a dotação anual de 10:000.000$ atribuída no Orçamento Geral do Estado à Organização Nacional Mocidade Portuguesa nos anos da 1948 a 1952, inclusive, e, por assim lhe parecer, insurge-se contra a obtenção de receitas por parte dos centros, e especialmente contra a fornia como é feita essa obtenção. Sem descer a questões de pormenor, que alongariam extraordinariamente o presente esclarecimento, o Comissariado Nacional da Mocidade Portuguesa sente discordar por completo da noção optimista em que é tido por parte do ilustre Deputado o nível económico da Organização. Um conhecimento muito geral do volume das actividades em curso e da extensão dos sectores em que as actividades se exercem chegaria para desfazer o equívoco; e quando de tal conhecimento não dispusesse, uma simples análise do quadro de distribuição de verbas e da sua comparação com as reais e justificadas necessidades de cada serviço bastaria para não deixar dúvidas ao crítico mais exigente, o qual verificaria, por exemplo, no orçamento do corrente ano que as necessidades justamente consideradas de carácter urgente pelas diversas direcções de serviços importavam no dobro das dotações que para o efeito lhes foi possível conceder.
Se a verba atribuída à Mocidade Portuguesa no Orçamento Geral do Estado pudesse ser aplicada num único sentido - só cursos de doutrinação, ou só paradas, ou só acampamentos, ou só festivais desportivos -, por certo que os resultados exteriores seriam mais impressionantes e corresponderiam, porventura, a grandes êxitos de especialização; não pode, todavia, ser assim feita a aplicação da referida verba, e ainda bem que o não pode, pois semelhante critério revela-se logo à primeira vista incompatível com as características de uma obra que, se por um lado tem de atender à formação integral dos rapazes - aproveitando a multiplicidade dos factores educativos harmònicamente conjugados -, por outro se encontra legal e moralmente responsável toda a juventude de todo o País, não lhe sendo lícito preferir o Minho aos Açores, nem os filhos de famílias ricas aos das famílias pobres.
Comprovável facilmente a insuficiência das verbas da Mocidade Portuguesa, podem, contudo, certos críticos insistir em que, sendo elas insuficientes para as necessidades educacionais da juventude, têm sido mais do que bastantes em relação ao trabalho efectuado; encontrar-nos-íamos, portanto, perante um caso de má administração, em que o dinheiro a gastar com a educação dos rapazes estaria a ser desviado para fins de pura propaganda, de sumptuária ou de pagamento de importâncias excessivamente elevadas a um pessoa excessivamente numeroso.
Não é crível que tais hipóteses mereçam crédito seja a quem for. O Comissariado Nacional despende com os serviços de propaganda 0,45 por cento do montante do seu orçamento e a propaganda da Mocidade Portuguesa reduz-se, praticamente, pelo que contém de doutrinação, a mais uma faceta do labor educativo.
Tanto nos serviços centrais como nas sedes das delegações, subdelegações ou centros, não só não existe a mínima parcela de luxo, como é evidente um regime de austeridade que muitas vezes atinge os limites da pobreza, situação de que a Mocidade Portuguesa se não queixa, salvo na medida em que, por extrema carência de condições de trabalho, se diminui o rendimento do serviço.
E quanto a pagamento ao pessoal dirigente? Também neste capítulo a Mocidade Portuguesa se considera isenta de que a julguem culpada. Reportando-nos ao ano findo em 31 de Dezembro de 1952, verificamos a existência de mais de 11 anil centros escolares primários, 469 centros de formação geral, sendo 312 escolares e 157 extra-escolares, 3 centros universitários, 26 centros de instrução de milícia, 7 centros de formação imperial, 6 de instrução de quadros e 106 de instrução especializada (1 de aeromodelismo, 7 de atletismo, 1 de aviação com motor, 1 de aviação sem motor, 1 de camioagem, 8 de tiro, 1 de columbofilia, 16 de esgrima, 3 de ginástica, 3 de ténis, 13 de hipismo, 1 de marinharia, 3 de naviomodelismo, 13 de natação, 12 de remo e 21 de vela).
A estes centros devem acrescentar-se 4 médico-sociais, 3 de medicina desportiva e 2 de adaptação ao trabalho, o que eleva a 626 o número total de núcleos do actividade.
Os serviços centrais incluem 12 direcções de serviços, e estas, por sua vez, 34 inspecções e subinspecções; unia indispensável descentralização, em harmonia com a divisão provincial e administrativa do País, origina a existência de 15 delegações provinciais e 189 subdelegações regionais.
Tratando-se de uma obra formativa que se exerce sobre massas, o número de dirigentes tem de ser proporcional às necessidades de uma eficiente formação, ou seja ao número de dirigidos; pode calcular-se como resultaria inútil o esforço de um instrutor que tivesse simultaneamente a seu cargo a formação moral e cultural, a educação física, a assistência clínica e social de 500 ou 600 rapazes, média populacional de muitos centros; um só centro pode, assim, exigir, às vezes, a presença nos seus quadros de cerca de 10 dirigentes.
Por outro lado, a instrução especializada de desportos como a vela, ou o hipismo, tornada extensiva a filiados de todas as divisões provinciais, representa - ou melhor, deveria representar -, por si só, uni elevadíssimo encargo.
São, em resumo, no conjunto dos serviços centrais e das diversas unidades já mencionadas, cerca de 2 830 dirigentes em serviço na Organização, e deles só perto de meia dezena têm funções remuneradas de modo a permitir-lhes ocuparem-se apenas da Mocidade Portuguesa; a verdade é que a grande maioria do pessoal re-