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11 DE MARCO DE 1953 817

ficação absoluta para a iniciativa da criação da Mocidade Portuguesa, depois até de se referir em termos altamente desprimorosos à formação cívica e patriótica dos rapazes saídos das fileiras da Mocidade Portuguesa, o Sr. Deputado Jacinto Ferreira declara indiscutível «mais do que a conveniência, a necessidade da existência de uma organização como a Mocidade Portuguesa».
É grato registar este tardio reconhecimento, tanto mais quando seguido da previsão de que a Mocidade Portuguesa «poderia prestar relevantes serviços na orientação da juventude portuguesa se a sua orgânica e os seus regulamentos sofressem uma remodelação extensa e profunda».
Ora o Sr. Deputado Jacinto Ferreira tem ao seu dispor, como toda a gente, não só o texto dos regulamentes, remo a possibilidade de apreciar de visa execução dos mesmos, através das variadas actividades da organização; de se esclarecer, junto do Comissariado, quanto às dúvidas que o funcionamento dessas actividades lhe suscite e de, em suma, se informar pormenorizadamente acerca de tudo quanto respeite à doutrina, técnica e orgânica da Mocidade Portuguesa.
Concluído esse estudo, pode aquele Sr. Deputado sugerir as modificações que entenda por convenientes para melhoria da educação moral e cívica da juventude, pois dispõe para esse fim não só da tribuna parlamentar, como, por certo, da audiência das entidades responsáveis. Se assim o fizer, encontrará sempre por parte da Mocidade Portuguesa a compreensão, o respeito e a admiração a que têm jus todos aqueles que pela crítica construtiva ajudam a corrigir, nas grandes obras, as inevitáveis e humanas imperfeições.
A Mocidade Portuguesa continua a coutar com a elaboração de quantos seriamente se interessam pela solução dos problemas da educação da juventude.
A todos acolhe com amizade, mas a nenhum nem a ninguém reconhece o direito de criticar sem razão - e sem razões. E muito menos de criticar apenas para destruir.

IV

Breve resumo das principais actividades da Mocidade Portuguesa

A informação fornecida pela Mocidade Portuguesa ao Sr. Deputado Jacinto Ferreira, em satisfação do seu pedido de 12 de Janeiro de 1950, limitou-se - conforme o interessado pretendera - a relatar as actividades da organização (de ordem não desportiva) efectuadas nos últimos cinco anos.
Essa limitação deve ter contribuído para que o Sr. Deputado Jacinto Ferreira permanecesse na ignorância do real valor da obra que se propôs apreciar e sobre ela tivesse emitido tão injustas opiniões.
Parece, portanto, vantajoso completar o presente esclarecimento com um breve resumo das actividades mantidas pela Mocidade Portuguesa desde a sua fundação e uma não menos breve definição dos seus objectivos e métodos de trabalho.
Utiliza-se para o efeito parte dos mais recentes elementos fornecidos em relatórios ao Ministério da Educação Nacional; o critério seguido nesta resenha é idêntico aquele com que se satisfez o pedido de informação do Sr. Deputado Jacinto Ferreira: focam-se apenas os aspectos mais salientes da obra, sem preocupações de historiar a sua existência nem reclamar os seus méritos.

1) Actividades de formação geral

a) Centros de formação geral. - Os centros de formação geral, instituídos, na sua maioria, em todos os estabelecimentos de ensino, constituem as células-base
da organização. Neles se realizam, conjuntamente, as actividades de adestramento físico (jogos desportivos, marchas, formação campista, etc.), de formação cultural (canto coral, teatro, artes plásticas, visitas de estudo, bibliotecas, jornais) e de camaradagem (cantinas, auxílio a filiados necessitados, etc.), com uma equilibrada distribuição, que visa ao aproveitamento de todos os recursos educativos de ordem geral e à interessada ocupação de todos os filiados, sem, no entanto, procurar especializações, as quais competem aos centros respectivos.
Sendo assim, insiste-se em afirmar que a obra dos centros de formação geral não pode ser avaliada por números ou pelo relato de grandes realizações, mas apenas pela integração do trabalho formativo de cada centro no plano geral dos resultados conseguidos por toda a Organização. O aspecto mais evidente do trabalho dos centros - longe, porém, de ser o único - consiste na instrução de jogos educativos, formações e evoluções e transmissões, instrução esta que se completa pela prática do campismo, o qual tem recebido de ano para ano grande incremento. Os acampamentos que anualmente se efectuam em todo o País - e que, na maioria, traduzem o resultado de uma intensa obra de formação campista, e de modo algum simples passatempo - movimentam em média, no conjunto, cerca de 12 mil filiados.
O aeromodelismo é igualmente uma, das actividades realizadas em larga escala nos centros de formação geral. Outras modalidades susceptíveis de ocuparem o interesse dos rapazes, tais como a columbofilia, a filatelia, etc., são também praticadas em numerosos centros.
A população escolar primária que constitui o escalão dos lusitos (dos 7 aos 10 anos) frequenta, os centros escolares primários (um por cada estabelecimento de ensino oficial ou particular). A actividade desses centros consiste em ginástica infantil, canto coral e simples jogos educativos, além da formação moral.
Em 1951, era superior a - 300 mil o número de lusitos - número que entretanto aumentou proporcionalmente ao aumento da população escolar.
O Comissariado Nacional entende ser seu dever registar aqui a dedicada colaboração que neste sector a Mocidade Portuguesa tem recebido por parte do professorado primário.
Os filiados não estudantes frequentam centros extra-escolares, dos quais se falará mais pormenorizadamente no capítulo relativo à acção social da Mocidade Portuguesa.
A Formação de chefes. - A Mocidade Portuguesa formou, desde a sua fundação até à presente data, 5 958 graduados, 3 022 dos quais na escola central de Lisboa. A formação de graduados tem merecido o maior interesse do Comissariado, visto deles depender - pela sua qualidade de chefes directos dos filiados - o êxito da acção educativa da Organização.
Ora, os cursos para comandantes de castelo e comandantes de bandeira, cuja frequência e inteiramente voluntária, são orientados de forma a facultar aos rapazes o máximo desenvolvimento das suas aptidões morais, intelectuais e físicas o das suas virtualidade» - de chefia. As matérias do curso afio, em súmula, as seguintes: educação moral (ministrada por um sacerdote), formação nacionalista, ultramarina, corporativa a cultural, orientação de comando, doutrina e técnica da Mocidade Portuguesa, transmissões, formações e evoluções, saúde e higiene, topografia, cauto coral e campismo, ginástica, jogos o. iniciação desportiva.
Os cursos realizam-se no Verão, em redime de internato, para comandantes de custeio e de bandeira na escola central de Lisboa e apenas para comandantes