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18 DE JULHO DE 1956 1351

nais, que evidenciam a nossa tenacidade colonizadora, o mesmo ideal a todos norteia e o mesmo rumo a todos conduz.
Havemos de continuar em Moçambique a obra ingente que nos foi legada por uma plêiade magnífica de soldados, do missionários, de trabalhadores de todos os misteres, que balizaram com o seu dedicado esforço - e tantas vezes com o seu sacrifício heróico - o caminho que trilhamos e do qual não nos arredam nem dificuldades nem provações.
Havemos de saber corresponder a tudo quanto representou a possibilidade de que essa terra seja portuguesa e de em todos os seus recantos se poder erguer, sem dúvidas da sua legitimidade, a bandeira nacional.
Disso damos testemunho, perante nós e perante os outros, em cada dia que ali vivemos. E disso somos penhor para o futuro.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Quis afirmar, expressamente, o Chefe do Estado perante esta representação nacional: «Estou bem certo de poder levar-lhes, com a minha presença, a reafirmação do sentir unânime dos Portugueses espalhados pelo mundo h volta da unidade e grandeza da sua Pátria».
Queremos nós dizer-lhe, deste mesmo lagar, em nome da província de Moçambique, que ansiamos por que esteja, ali, entre nós para lhe evidenciarmos quanto nos integramos em tal sentir e quanto desejamos ter ensejo de, mais uma vez, o confirmar.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem ! Muito bem !
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Henrique Tenreiro: - Sr. Presidente: parece-me oportuno dizer nesta Câmara algumas palavras sobre o acontecimento que despertou grande interesse em dez nações marítimas das mais dedicadas ao mar.
Refiro-me à regata Torbay-Lisboa.
Esta regata teve entre outras vantagens a de intensificar as relações internacionais entre os países concorrentes e aproximar os seus jovens marinheiros e insuflar nas novas gerações o respeito pelas tradições marítimas e o amor pela vela, lembrando que os veleiros foram durante séculos a melhor escola das grandes virtudes humanas.
Portugal não podia deixar de estar presente nesta grande realização, como um dos países que mais gloriosas páginas de epopeia marítima escreveu, ao lado da sua velha aliada Inglaterra. Mais uma vez se estreitaram os laços que unem os dois países, com a largada desta regata das Ilhas Britânicas e a chegada em águas portuguesas.
Velas enfunadas por vento que se diria vindo do passado glorioso da sua história, a Sagres e a Bellatrix, representando-nos nesta jornada inesquecível, largaram de Torbay com os restantes concorrentes, mostrando mais uma vez que Portugal voltou ao mar, hasteando de novo a bandeira das quinas por todos os oceanos.
Orgulhamo-nos por ver neste momento reunidos aqui essas centenas de marinheiros de tão diferentes nacionalidades, que. cheios de entusiasmo, partiram há dias, ansiosos pela hora da chegada a Lisboa, esperançados no andamento dos seus barcos e na sua melhor técnica e saber. Milhas sobre milhas foram percorridas com velocidade e perícia para chegarem em primeiro lugar ou entre os melhor classificados a cortarem a meta.
O entusiasmo despertado nestes últimos dias em todos os portugueses por esta regata é superior ao que qualquer outra prova náutica possa suscitar. Porque ela representa a continuidade do nosso passado marítimo e a melhor propaganda do País através dos jornais e revistas de todo o mundo.
E enquanto noutros países a tranquilidade presente e futura se apresenta duvidosa e enegrecida pelos mais sombrios pressentimentos, esses velejadores, alegremente, rumavam para Portugal, certos de aqui serem recebidos na paz e no sossego tão de apreciar após os rudes dias vividos sobre as ondas.
Não poderia deixar de lembrar aqui o nome de um grande português e grande alma de velejador, figura das mais preponderantes na organização desta regata: o embaixador Pedro Teotónio Pereira, estadista que, pela sua actuação e invulgar inteligência, conseguiu fazer brilhar com tanto êxito o nosso esforço nesta competição internacional.

A Sagres e a Bellatrix, pedaços da nossa terra, do espírito e da alma portuguesa, afirmaram em Inglaterra que a Nação vive e que, não havendo mais mundos que dar ao mundo, quer pelo menos mostrar que em cada peito bate como sempre um coração amante de aventura e de proeza, palpitando pela sua pátria e pelas suas glórias, e todos eles reunidos em torno de Salazar, que conseguiu com essas parcelas preciosas a grande obra e as grandes realizações que hoje nos tornam respeitados e considerados em todo o orbe civilizado.
De novo, Sr. Presidente, vemos o nosso Tejo coalhado de velas, cumprindo-se assim o desejo expresso há anos por esse homem superior.
Deve, na verdade, ser espectáculo consolador para S. Ex.ª verificar como entre nós os desportos náuticos tomaram incremento, e a competência, o brio e o valor demonstrados pelos nossos rapazes em todas as competições internacionais a que concorrem, honrando sempre a bandeira portuguesa.
Como marinheiro, congratulo-me pelo sucesso desta realização e associo-me ao regozijo de todos, fazendo ao Governo um voto e um pedido:
Que a Nação continue a auxiliar e a estimular o desenvolvimento da vela; que a Marinha possa em breve dispor de um novo navio-escola para a formação de jovens futuros marinheiros capazes de continuarem honrando a nossa tradição e o futuro da nossa Armada.
A Sagres já é demasiado velha e precisa de ser substituída por outro navio com melhores características, satisfazendo todos os modernos requisitos de navio-escola.
Para que nele os Portugueses possam continuar transformando o seu passado marinheiro em valores actuais, e não deixem de fulgurar nos mares as velas com a cruz de Cristo, que os nossos maiores sempre ostentaram no decurso da sua gloriosa epopeia marítima.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem! Muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Bartolomeu Gromicho: - Sr. Presidente: pedi a palavra para mandar para a mesa o seguinte

Requerimento

«Requeira que, nos termos constitucionais, pela Junta Autónoma de Estradas, através do Ministério das Obras Públicas, me sejam fornecidos os seguintes elementos sobre a rede rodoviária do distrito de Évora:
a) Estrada Évora-Portel de ligação para o Algarve por Beja:
Razões das delongas na completa reconstrução do troço S. Marcos-Portel.