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526 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 196

sem desvios de qualquer espécie, todo o território português.
Estamos em vésperas, Sr. Presidente e Srs. Deputados, de um novo Plano de Fomento, anunciado já em termos que mantêm o seu alto interesse por entidade particularmente responsável; faço votos, muito sinceros, de que ele seja, sobretudo, uma peça corajosa dessa coordenação que se precisa para entrarmos na fase decisiva e nova da política nacional.
Sr. Presidente: vou terminar as minhas alegações longuíssimas, com que pus tão duramente à prova a paciência de todos os Srs. Deputados que me quiseram honrar com a sua presença e ouvir com uma desvanecedora atenção.

Vozes: - Não apoiado!

O orador: - Se para o meu aviso prévio for requerida a generalização, como tanto seria do meu agrado, permitir-me-ei, possivelmente, solicitar de V. Ex.a, uma vez mais, a palavra para, se se tornar necessário, prestar esclarecimentos ou formular qualquer rectificação que se imponha fazer.
Entretanto desejo agradecer a V. Ex.a, Sr. Presidente, e a VV. Ex.as, Srs. Deputados, a benevolência tão amiga com que suportaram este pesado fecho das intervenções que nesta Câmara tive oportunidade de efectivar, desde o começo da anterior legislatura, acerca de problemas que interessam à economia nacional.
Foi, aliás, um irremovível imperativo de consciência que me levou à realização deste aviso prévio, imperativo esse que fundamentalmente se estriba em duas razões por completo diferentes, dado uma me tocar a mim próprio e a outra respeitar ao País e, consequentemente, a todos nós.
Em relação à primeira tudo direi afirmando que antes de terminar o meu mandato desejei cumprir um dever de atenção e de cuidado para o meio donde descendo e donde ascendi às posições que ocupei ou que hoje ocupo; meio modesto e simples, cheio de espírito do melhor sacrifício e de dedicação ao trabalho, como é o do povo português, não permite, pelo respeito que merece a quem dele veio, ser esquecido ou preterido nas suas preocupações.
A segunda razão estriba-se no facto de que toda a política de coordenação que se impõe, porque não pode ter aqueles efeitos imediatos que permitem seduzir as multidões, necessita duma particular aceitação pelo País para se poder estabelecer e cumprir; creio poder dizer até - e julgo que com a aceitação de VV. Ex.as todos - que a própria economia do processo, com vista a melhor aproveitar todas as possibilidades, implicará aqui e além reacções e desagrados que só uma plena convicção nos métodos seguidos e uma confiança bem firme quanto aos fins permitirão atenuar senão mesmo desfazer.
Depois o trabalho é longo, e precisa de ter o sentido duma revolução para afastar cansaços que levam a desilusões capazes de o comprometer.
O País necessita confiar, portanto, na solução do seu problema económico principal, mas, por natureza, tenderá a duvidar de tudo quanto, na sua natural impaciência, não veja efeitos concludentes e prontos.
Para além, portanto, do valor das soluções ou dos planos, impõe-se um incontestável e- verificado prestígio político de quem os apresenta, ou patrocine, cara os creditar na aceitação do País; creio poder terminar lembrando que em tão momentosa e transcendente tarefa, para além do valor e do alcance dos métodos preconizados e das soluções propostas, se põe o problema da pessoa cuja projecção indiscutível facilite e acredite a sua efectivação.
Por mim aguardo confiadamente, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que o Sr. Presidente do Conselho se disponha a pôr uma vez mais o altíssimo valor do seu prestígio ao serviço da Nação, na certeza de que a sua presença inconfundível e o seu nome sobremaneira respeitado dominarão todas as desconfianças e aliciarão todas as boas vontades, que todas não serão de mais para o trabalho que se impõe.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. João Amaral: - Sr. Presidente, peço a palavra para interrogar a Mesa.

O Sr. Presidente: - Tem V. Ex.a a palavra.

O Sr. João Amaral: - Desejaria saber, Sr. Presidente, se foi requerida a generalização do debate.

O Sr. Presidente: - Informo V. Ex.a de que ainda não foi requerida a generalização.

O Sr. Melo Machado: - Requeira a generalização do debate, Sr. Presidente.

O Sr. João Amaral: - Peço a palavra, Sr. Presidente, para interrogar a Mesa.

O Sr. Presidente: -Tem V. Ex.a a palavra.

O Sr. João Amaral: - Queria perguntar a V. Ex.a, Sr. Presidente, se a circunstância de não ter sido concedida ainda a generalização do debate me inibe, a mim, que não penso intervir nesse debate, de manifestar desde já o meu interesse, a minha admiração e a minha gratidão pela forma como a matéria do aviso prévio do Sr. Deputado Daniel Barbosa foi versada.

O Sr. Presidente: - A circunstância de não ter sido ainda concedida a generalização do debate sobre o aviso prévio do Sr. Deputado Daniel Barbosa não impede V. Ex.a de fazer interrogações à Mesa, mas o que o impede é de fazer, a propósito de interrogar a Mesa, as considerações que está produzindo.

O Sr. João Amaral: - Tenho há muito tempo grande consideração pelas opiniões de V. Ex.a

O Sr. Presidente: - Ficarão, todavia, registadas no Diário as palavras que V. Ex.a acaba de proferir sobre a forma como foi versada a matéria do aviso prévio e o meu agradecimento à gentileza das que me dizem respeito.

O Sr. Bustorff da Silva: - Peço a palavra.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Melo Machado requereu a generalização do debate e pediu a palavra sobre o aviso prévio do Sr. Deputado Daniel Barbosa. Concedo a generalização e registo os pedidos de palavra feitos pelos Srs. Deputados Melo Machado e Bustorff da Silva.
Interrompo a sessão por alguns minutos.
Eram 18 horas e 25 minutos.

O Sr. Presidente: - Está reaberta a sessão.
Eram 18 horas e 30 minutos.