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5 DE ABRIL DE 1957 551

mas, se isso aconteceu, as culpas pertenceram aos homens que participaram nos trabalhos e não ao sistema, que noutros estabelecimentos vem funcionando com produtividade apreciável.
Anote-se não ser exacto que o conselho não haja reunido depois de Junho de 1955. Precisamente onze dias antes da intervenção parlamentar, o conselho reunia, facto de que o ilustre Deputado teve conhecimento, porquanto se informara de alguns assuntos nele tratados e solicitara até a consulta da respectiva acta.
De resto, é ao director dos serviços clínicos, presidente do conselho técnico, que compete convocá-lo, e se o tem feito poucas vezes é porque terá considerado possível resolver os problemas com os responsáveis pelos diferentes serviços.

9. A comissão especial criada pela portaria de 31 de Março de 1955, destinada a estudar os quadros, os métodos de recrutamento, os direitos e obrigações do pessoal técnico e de enfermagem, também mereceu reparos, que vão desde a sua constituição até ao tacto de não se ter desempenhado do seu mandato.
A exoneração do Sr. Prof. Cid dos Santos, que dela fazia parte, e o afastamento de três outros membros, dois por motivo de terem atingido o limite de idade e um por ter deixado de exercer ai funções do enfermeiro-mor, deviam ler concorrido para que não tivesse chegado ao termo do seu trabalho.
É de esperar, pois que, feita a substituição desses membros, a comissão retome a sua actividade e conclua o estudo que lhe foi confiado.

10. O Sr. Deputado Cid dos Santos lamentou ainda que não se encontrassem fixadas por forma expressa as inerência? das funções docentes com as de directores dos serviços hospitalares correspondentes, embora reconheça depreender-se o princípio do contexto do Decreto-Lei n.º 40 398. Assim é de facto.
Nem por isso deixou de apontar o absurdo de um professor de clinica poder exercer as suas funções sem dispor de serviços hospitalares próprios.
Este absurdo, que não se verificará no Hospital de Santa Maria quando entrarem em funcionamento os serviços previstos, já se verificou, sem que suscitasse indignação, no antigo Hospital Escolar de Santa Marta, em que os professores de Medicina Operatória e de Propedêutica Cirúrgica não tinham serviços próprios.
O caso não é inédito lá fora. Asseguram-nos que o Prof. Lerich, da Faculdade de Medicina de Paris, honra e glória da medicina do seu pais, não dispunha de serviço próprio em qualquer dos hospitais daquela cidade, mas o Prof. Cid dos Santos, que se honra do haver trabalhado com o insigne mestre, está a este respeito melhor informado.

11. As obras levadas a efeito o em curso no Hospital de Santa Maria não se desenvolvem na alegada «confusão extrema por faltar uma coordenação e orientação inteligente de todo o conjunto».
A alegação ó de uma injustiça flagrante e não teria sido produzida se o seu autor se houvesse dado ao trabalho de solicitar para consulta o plano de conjunto das obras e o circunstanciado relatório que elaborou a Comissão o Administrativa dos Novos Edifícios Universitários, relatório sobre o qual recaiu um claro e meticuloso despacho de S. Ex.a o Ministro das Obras Públicas, em que se fixaram as directrizes de execução e se estabeleceram as precedências, assunto que, em sucessivas conferências do titular daquela pasta com os Ministros ido Interior e da Educação Nacional, foi ainda objecto de exame, para o efeito de se definirem as linhas gerais de orientação.
essas obras, como é óbvio, visaram a suprir lacunas e a assegurar a melhor articulação dos serviços, não se percebendo por isso as referências feitas.

12. Para justificar o epíteto de confusão, foram referidos determinado: casos de mudança ou de instalação de serviços que vieram a assumir na actividade do Hospital importância não prevista ou ainda de outro que tiveram de ser transferidos no interesse da sua melhor articulação e eficiência. Isto nada tem de estranho e repetir-se-á se, surgirem novas necessidades, a não ser que tenha de renunciar-se a completar e a aperfeiçoar os serviços existentes.

13. O exemplo do pavilhão de triagem não parece feliz.
Na realidade, carece de fundamento a arguição de que o plano para esse pavilhão obedeceu às, indicações dadas pelo administrador para o Hospital do Porto e que nenhuma entidade clínica do Hospital de Santa Maria sobre ele se pronunciou.
O projecto elaborado para o Hospital de S. João, do Porto, foi apreciado e aprovado pela sua comissão instaladora, de que fazem parte dois professores de Medicina.
Esse plano, como o administrador do Hospital de Santa Maria teve ocasião de esclarecer o Sr. Deputado Cid dos Santos, encontrava-se então em poder da Comissão Administrativa dos Novos Edifícios Universitários, que só pelo seu ofício n.º 853, de l9 de Março, o enviou ao Hospital de Santa Maria, a fim de este informar se a solução encontrado no Porto satisfaria para Lisboa.
A administração não deixará de ouvir, como é seu dever e hábito, as entidades especialmente qualificadas para emitir parecer sobre o assunto, o que não podia fazer sem que lhe tivesse sido cometido o encargo de prestar a sua informação.

14. As projectadas mudanças dos laboratórios centrais dispensam larga justificação, pois que visam a sua junção num único andar, em vez de os manter dispersos, como presentemente acontece, por três.

15. As soluções encontradas para o serviço de sangue, para o Centro de Estudos Egas Moniz e para os serviços administrativos foram cuidadosamente estudadas e acolhidas com entusiasmo pelos directamente interessados ou ligados aos respectivos serviços.

16. O Sr. Deputado Cid dos Santos, que se mostra particularmente interessado pelo ensino de enfermagem, parece não estar de acordo com o facto de se haver arrendado um prédio para nele se instalar a Escola, e o Lar das Alunas até à construção do edifício próprio.
Não se percebe a censura por parte de quem se queixa de o Hospital ter em funcionamento apenas 40 por cento da sua lotação, para o que tem concorrido, entre outras causas, a falta de enfermeiras.
Se a administração se dispôs a tão grande sacrifício, foi por entender que a importância despendida seria largamente compensada com a possibilidade de no próximo ano lectivo, a Escola poder funcionar, antecipando assim de alguns anos a formação de pessoal de enfermagem.
Ao contrário do que se depreende das suas palavras, a Escola já foi criada e dentro de poucos meses entrará em funcionamento.
Note-se que o problema da falta de enfermagem em número suficiente não é específico do Hospital de Santa Maria, nem dos hospitais portugueses, pois respeita aos de todo o Mundo.