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DIÁRIO DAS SESSÕES N." 199

4." grupo: trabalhos musculares mais intensos:
operários metalúrgicos, pintores, carpinteiros - 3400 a 3600 calorias.
5. grupo: trabalhos violentos (a) - 4000 ou mais calorias.
6." grupo: trabalhos muito violentos (a) - 5000 ou mais calorias.

E, para remate, Turner, professor de Salubridade da Universidade de Massachusetts, dá-se ao labor de repartir as calorias pelas diversas formas de humana actividade ou inactividade, elaborando o seguinte e elucidativo quadro:

(ver tabela na imagem)

Que conclusão se supõe que vou extrair desta barafunda de critérios?
Decerto não será a de que nego rotundamente o valor científico ou u realidade de estudos baseados nas fontes indicadas.
Não, Sr. Presidente e meus senhores!
Seria ridículo, revelaria uma mentalidade de ... gaibéu, ridicularizar ou amesquinhar os argumentos extraídos dos números de calorias perfilha dos pelos autores tanto nacionais como estrangeirou.
E óbvio que têm o seu valor científico inegável, mundialmente reconhecido.
Mas o que sustento e afirmo é que não podem, nem devem, ser reputados só por si.
Há que confrontá-los com outros elementos estatísticos !
E, sobretudo, quando a visão diária dos acontecimentos que nos rodeiam leva a conclusões opostas ou diversas daquela que aqueles cálculos insinuam, então há que rever uns e outros e mio hesitar entre os fetichismos dos números ou os calões científicos e a gritante realidade dos factos que se nos metem pelos olhos dentro.
Assim, quero crer, é que estará certo!
Ora, partindo dos números - bases dos cálculos do Sr. Eng. Daniel Barbosa e adaptando-os e reduzindo-os na razão dos anos a que digam referência, teríamos de concluir que no decurso dos trinta anos que se acumulam de 1926 para cá a grande massa dos habitantes do País. e determinadamente os grupos familiares constituídos, em Lisboa, por pai, mãe e dois a três filhos, viveu com uma média de salário sensivelmente igual a metade daquela que no estudo do Sr. Eng. Daniel Barbosa constituiria provento global limite.
A ser assim, de ano para ano inevitável, implacàvelmente, as estatísticas deveriam revelar uma diminuição crescente do respectivo consumo, primeira consequência da redução do poder de compra.
Mas percorremos as estatísticas e verificamos nada mais nada menos que a inversa! Refiro os seguintes números de O Problema Alimentar Português - Subsídios para a sua Resolução, do médico nutricionista da Direcção - Geral dos Serviços Agrícolas Sr. Dr. Rocha Faria, a p. 70:
Produtos hortícolas - Computa-se a porção edível destes produtos em:

(Ver tabelas na imagem)

Mas não se esqueça que para o consumo da carne nas ementas, mesmo nas classes menos abastadas, contribui em avantajada escala a caça. E que esta produz uma porção edível estimável em 600 t anuais.
E não se esqueça também que em identidade de circunstâncias se têm de colocar os animais de capoeira (galinhas, patos, perus, pombos e coelhos), que correspondem a um consumo total de 7 550 000 unidades, com o peso médio limpo de 1,3 kg, ou seja, em números redondos, 10 000 t.
Pois neste sector também é de constatar que houve um acréscimo entre 1927 e 1946.
O Sr. Daniel Barbosa: -E pode V. Ex." referir as capitações?

O Orador: - Para o meu raciocínio não preciso. Y. Ex.1 também as não referiu no cômputo dos 3.000$ mensais ...

O Sr. Daniel Barbosa: - Y. Ex/está a falar de aumentos. Precisamos não esquecer que a população aumenta 100 000 habitantes por ano; portanto, em deis anos a população aumentou l milhão de habitantes.